Essa discussão estéril sobre o ranking oficial da CBF, que ganhou indevidos espaços na imprensa – falta de assunto gera esse tipo de absurdo –, que alimentaram acalorados e toscos debates, me lembrou de uma “Fabula Fabulosa” de Millôr Fernandes, cujo título era, Hierarquia.
Um rato que acabara de ter sua vida poupada por um leão com quem dera o azar de cruzar e que estava profundamente aborrecido com as poucas e boas que lhe dissera a leoa, depois de uma discussão familiar, caminhava humilhado e tentava lembrar-se das palavras proferidas pelo felino...
“Miserável criatura, estupida, ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento. Vou te deixar com vida apenas para que você sofra toda a humilhação do que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato”!
- Sim, pensou o rato...
- Foram exatamente essas as palavras!
- Preciso lembrar, pois quando encontrar com uma lesma que eu conheço, quero repetir isso para ela, com as mesmas palavras.
Moral: Assim como os ratos, os humanos sussurram ao pé da montanha e urram quando estão sobre o batente da escada.
Se é que me entendem.
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