Como será o surfe na Olimpíada?
Por Renata Lucchesi
O surfe é, oficialmente, um
esporte olímpico.
Em votação no Rio de Janeiro,
nesta quarta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu pela inclusão
da modalidade nos Jogos de Tóquio, em 2020.
Além do surfe, skate, escalada,
beisebol e caratê farão parte da próxima Olimpíada.
O objetivo com essas mudanças é
atrair um público mais jovem, já que em estudos internos sobre audiência, o COI
constatou que vem perdendo espaço entre as novas gerações.
Uma grande dúvida pairava sobre a
decisão de incluir o surfe nos Jogos Olímpicos: as provas seriam realizadas no
mar, onde não há controle da constância de ondas, ou em piscinas artificiais,
como a criada por Kelly Slater?
O que se sabe, até agora, é que em
2020 quarenta surfistas vão competir no oceano.
Mais especificamente, em Chiba,
uma cidade a 45 minutos de trem de Tóquio, onde a World Surf League, a liga de
surfe profissional, realiza campeonatos do WQS, a divisão de acesso da
modalidade. Serão 20 homens e 20 mulheres, todos de pranchinha. Longboard,
bodyboard e stand-up paddle não farão parte da Olimpíada.
Para as próximas edições dos
Jogos, as possibilidades ainda estão em aberto, já que as cidades-sede não
precisam ser costeiras, como o próprio Rio de Janeiro.
O que o COI quer evitar, pelo
menos por enquanto, é a construção de mais “elefantes brancos”.
O nível das piscinas de ondas
artificiais realmente subiu de patamar após a criação de Slater, o americano
onze vezes campeão mundial do mundo.
Mas foi preciso de 10 anos e
milhões de dólares para que o projeto saísse do papel.
Ou seja, não seria nada prático –
e barato – construir piscinas de ondas em todas as próximas cidades-sede.
No mar, o campeonato será
realizado em apenas dois dias dentro das duas semanas de Jogos Olímpicos.
É uma janela de espera boa, até
maior do que a da maioria das competições da WSL.
A qualificação para a competição
será decidida pelo COI, com base no que já é feito em outros esportes.
Os melhores surfistas do mundo,
majoritariamente vindos do Brasil (Gabriel Medina e Adriano de Souza são os
dois últimos campeões mundiais), Austrália e Estados Unidos estarão presentes,
mas a ideia é abranger a maior quantidade de países possível, inclusive aqueles
que não têm representantes na elite da modalidade.