quarta-feira, maio 06, 2020

BSC Young Boys: de trocadilho à potência local...


Não conheço, mas já vi! #9

Young Boys: de trocadilho à potência local.

Por Dyego Lima/Universidade do Esporte

Com aparições recorrentes nas últimas edições da Champions League, o Young Boys chama atenção justamente pelo seu nome.

Você, caro leitor, com certeza já deve ter se perguntado qual a origem da nomenclatura.

Portanto, convido-lhe a desvendar o mistério.

Fundado no dia 14 de março de 1898, o Young Boys é um clube natural da cidade de Berna, capital da Suíça.

O batismo foi uma espécie de "piada" com o BSC Old Boys, da Basileia.

Este, por sua vez, é assim chamado por ter sido criado a partir de um já existente Clube de Ginástica, sendo, naturalmente, mais antigo do que a equipe recém-formada.

Dessa forma, "meninos velhos".

Apesar de ser um time novo, as raízes são antigas.

Desde 1925, o Young Boys joga no histórico Wankdorf Stadium, com capacidade atual para pouco menos de 32 mil torcedores.

O estádio foi palco de confrontos históricos como o "Milagre de Berna", onde a Alemanha Ocidental venceu a favorita Hungria por 3 a 2 na final da Copa do Mundo de 1954.

Além dele, teve também a final da Copa dos Campeões de 1961, que consagrou o Benfica, de Eusébio e companhia, com seu 1° título do mais importante torneio de clubes europeus, batendo ninguém menos que o Real Madrid na decisão por 5 a 3.

Demolido em 2001, o estádio foi reinaugurado em 2005 com o nome de Stade de Suisse.

Descontentes com a mudança, os torcedores do Young Boys chegaram a fazer uma petição antes de sua reabertura para que o nome Wankdorf, de caráter histórico e área onde o palco está situado, fosse mantido.

Porém, tiveram de esperar 15 longos anos para que fosse feita a vossa vontade.

A CSL Behring, uma indústria de biotecnologia, comprou, no fim de 2019, os naming rights do estádio pelos próximos cinco anos, e presenteou a torcida aurinegra com a volta da nomenclatura original.

O que acabou sendo bom para ambas as partes, pois a empresa conseguiu fazer um marketing positivo sem precisar apelar a um exibicionismo.

O nome "Wankdorf" foi retomado no início de 2020.

Alvorecer surpreendente

O sucesso do Young Boys veio de maneira repentina.

Um empate por 2 a 2 com o Lausanne, somado a um 7 a 0 contra o Fortuna Basel, fizeram o clube sair rapidamente da sombra do FC Bern.

Em 1903, com vitórias sobre o rival de Berna por 3 a 1 e 5 a 0, as Abelhas foram campeãs da Central League, e convidadas a disputar as finais do Campeonato Suíço.

Em 22 de março, o clube bateu o FC Zurich por 3 a 1 e conquistou a divisão Leste.

Já no dia 29, um confronto com o FC Neuchâtel, campeão do Oeste.

O adversário, por já ter batido o Young Boys anteriormente por 4 a 1, era favorito.

Entretanto, cometeu o erro de subestimar os aurinegros.

Com um sonoro 5 a 0, o time bernense conquistou o seu primeiro título suíço, apenas cinco anos após sua fundação.

Nas temporadas seguintes, o clube não venceu o campeonato, mas esteve sempre entre os três primeiros no grupo regional.

Demorou seis anos para a equipe atingir o sucesso novamente.

Porém, quando alcançou, foi perfeito.

O Young Boys conseguiu o inédito tricampeonato consecutivo, batendo FC Winterthur em 1909, FC Aarau e Servette Geneve no triangular final em 1910, e novamente o Servette, junto de FC Zurich, em 1911.

De 1910 até 1912, as Abelhas também venceram consecutivamente a Anglo-Cup, antecessora da Swisscom Cup, a atual Copa da Suíça.

Foi nessa época que os torcedores aurinegros batizaram os últimos 15 minutos das partidas de YB Quarter Hour, tão temido pelos adversários.

O clube conseguia manter seu ritmo durante todo o jogo, enquanto os oponentes cansavam em meados do minuto 75.

Era quando o Young Boys aproveitava para decidir seus duelos.

Um dos confrontos das finais de 1910, por exemplo, foi vencido dessa forma.

O período de guerras

Em 1914, quando a Primeira Guerra Mundial estourou, Spitalacker-Platz, antiga casa do time, foi convertida num terreno para plantio de batatas.

Por 1,400 francos por ano, eles alugaram um espaço na área de Kirchfeld.

Ademais, também tinham à disposição um lote pertencente ao Exército Suíço.

Mesmo com as dificuldades, o clube foi campeão da Liga em 1920.

Após a Grande Guerra, Spitalacker-Platz voltou ao domínio do Young Boys, mas o campo de jogo já estava gasto e não agradava.

A mudança foi decidida, então alternativas começaram a ser estudadas.

Um espaço foi encontrado no nordeste de Berna, em Wankdorf, e a construção do novo estádio teve seu início.

Em 1925, a instituição mudou seu nome de FC Young Boys, para Berner Sport Club Young Boys.

Também foi o ano do último jogo no antigo Spitalacker-Platz.

Em outubro, o novo Wankdorf Stadium foi inaugurado, servindo como casa para os aurinegros, o Old Boys e o Servette Geneve.

O novo estádio intensificou a rivalidade das Abelhas com o FC Bern, já que o rival ainda jogava no pequeno Neufeldplatz.

Em 1929, o Young Boys se fez presente no triangular final do Campeonato Suíço mais uma vez.

Depois de empatar por 0 a 0 contra o Urania Geneva Sport na primeira partida, e ver o Grasshopper Club Zürich bater o mesmo adversário por 3 a 0, os clubes foram para o duelo decisivo com os aurinegros precisando da vitória.

Para o confronto de 30 de junho, por falta de jogadores, Erich Jung, goleiro reserva das Abelhas, foi escalado como meia-ofensivo.

O time venceu por 2 a 0, foi campeão e impediu a terceira conquista consecutiva dos adversários.

Em 1930, o Young Boys conquistou sua primeira Copa da Suíça, iniciada em 1926, após o fim da Anglo-Cup.

Diante de 30 mil torcedores, bateram o FC Aarau por 1 a 0.

Foi o último título da equipe antes de um período de seca que durou 15 anos.

Com a crise econômica mundial acentuada em meados do fim da década de 1930, o futebol suíço sentiu os efeitos.

O número de participantes na Liga caiu, tendo temporadas com apenas 12 clubes.

Ao início da Segunda Guerra Mundial, o Young Boys cogitou vender seu estádio, mas uma ajuda financeira da Prefeitura de Berna em 1943 ajudou a reduzir as dívidas, e as finanças foram reabilitadas.

A casa dos aurinegros passou a chamar-se Verein Fussball-Stadion Wankdorf.

Durante a 2° Grande Guerra, houve disputa da Liga, mas os títulos foram apenas "simbólicos".

Dado os conflitos, ela passou a ser regionalizada e, por vezes, não aconteceram rebaixamentos.

Somente em 1945, com o fim das batalhas, que o Young Boys obteve sucesso novamente.

Venceria sua segunda Copa da Suíça, batendo o FC St. Gallen na final por 2 a 0.

Duas temporadas depois, o clube acabaria rebaixado à segunda divisão: penúltimo lugar, com apenas 18 pontos somados em 26 jogos.

Seriam três anos até o retorno à elite.

O período dos sonhos
No início de 1951, Norbert Eric Jones foi demitido do cargo de treinador após um ano, sendo substituído pelo até então desconhecido Albert Sing.

Naquele ponto, ninguém apostava que o Young Boys viveria seus anos mais vitoriosos sob o comando do alemão.

Sing assinou para ser treinador-jogador, para só depois tornar-se exclusivamente técnico.

Jogadores de alto nível, como Eugene Meier, Walter Eich, Heinz Schneite e Ernest Wechselberger, passaram a integrar o elenco aurinegro.

Em 1953, o clube conquistou a Copa da Suíça novamente.

Após empatar por 1 a 1 contra o Grasshopper Zurich, uma partida desempate foi realizada cinco semanas depois, com vitória aurinegra por 3 a 1.

No verão daquele ano, a equipe foi convidada a viajar pela América do Norte.

Além de jogar contra alguns times locais, as Abelhas empataram por 1 a 1 com o Liverpool e venceram a Seleção Irlandesa por 4 a 1.

O Young Boys foi recebido com entusiasmo ao retornar a Berna.

Entre 1957 e 1960, o clube foi campeão suíço quatro vezes seguidas, tornando-se uma das equipes de maior sucesso na Europa.

Em 1958, venceu mais uma Copa, novamente contra o Grasshopper.

Desbravando a Europa

Durante esse período, o clube apareceu e conseguiu grandes resultados no cenário continental.

Na Copa dos Campeões de 1957/58, primeiro torneio europeu da equipe, o adversário inaugural foi o húngaro Vasas SC.

Após empatar por 1 a 1 na ida, problema para o jogo de volta: por desavenças com a Hungria, alguns políticos decidiram que os clubes suíços não podiam ter contato com instituições futebolísticas húngaras, principalmente em Berna.

Assim, o Young Boys teve de mandar o jogo no Charmilles Stadium, casa do Servette FC.

Apesar do apoio de 20 mil torcedores, os aurinegros foram desclassificados.

Pelo mesmo torneio, mas na temporada seguinte, a equipe conseguiu o melhor resultado de um time suíço na competição, feito igualado pelo FC Zurich somente em 1964.

As Abelhas deixaram MTK Budapest e SC Wismut Karl-Marx-Stadt, da Alemanha Oriental, pelo caminho, e alcançaram as semifinais.

Uma eliminação para o forte Stade Reims, da França, acabou com o sonho.

Em 1961, a equipe fez sua última aparição no torneio antes de longo período de ausência.

Depois de eliminar o Limerick, da Irlanda, na primeira fase, a rodada seguinte marcou o encontro com o Hamburgo, do ótimo atacante Uwe Seeler.

No primeiro jogo em Berna, atropelo alemão por 5 a 0.

Na volta, o 3 a 3 de nada adiantou.

Albert Sing deixou o Young Boys em 1964, e segue sendo o treinador de maior sucesso na história do clube aurinegro.

A vida pós-Sing

O sucessor de Sing não teria vida fácil.

O desempenho médio já não era mais aceitável.

Heinz Bigler e Hans Grüter tentaram, mas foi Hans Merkle quem ganhou sobrevida no cargo.

Contudo, mesmo com os jogadores da era vitoriosa ainda no clube, novas conquistas não aconteceram.

Otto Messerli, que depois se tornaria capitão da equipe, comentou sobre a situação e o novo técnico:

"Havia muitas boas ideias, mas o Basel e o Zürich continuaram inatingíveis para nós".

Não foi diferente para os sucessores de Merkle.

Skiba, Schneiter, Brülls, Peters… Nada!

Vice-campeão suíço na temporada 1974–75, o Young Boys, enfim, retornou às competições europeias.

Na Copa Uefa, novamente o Hamburgo pelo caminho.

E nova eliminação.

Demorou até 1977 para os aurinegros comemorarem um título outra vez.

Sob o comando de Kurt Linder, a Copa Nacional foi ganha pela quinta vez, após vitória de 1 a 0 sobre o FC St. Gallen.

Com a conquista, veio uma vaga na Cup Winner's Cup.

A desclassificação veio ante um intimidante Rangers.

O clube trocou de técnico novamente.

René Hüssy substituiu Linder.

Em 1979, mesmo tendo perdido a final da Copa para o Servette FC, os aurinegros participaram mais uma vez da Cup Winner's Cup.

A eliminação para o Dinamo Bucareste foi dolorida, incluindo um 6 a 0 na Romênia.

O período turbulento continuou.

Após várias mudanças no comando, em 1984, Alexander Mandziara foi oficializado como novo técnico.

O polonês era conhecido por seu estilo de jogo ofensivo e intenso.

No seu primeiro ano, as Abelhas ficaram apenas na nona colocação.

Já na temporada seguinte, a redenção.

Com o incremento do sueco Georges Bregy no meio-campo, o Young Boys ia, pouco a pouco, diminuindo a enorme vantagem do Neuchâtel Xamax na liderança.

No dia 24 de maio de 1986, o confronto direto, válido pela penúltima rodada.

Fora de casa, os aurinegros fizeram 4 a 1 e se igualaram aos rivais em pontos.

No último jogo, o primeiro título suíço depois de 26 anos seria confirmado.

Em 1987, a Copa da Suíça foi ganha pela sexta vez. Vitória por 4 a 2 contra o Servette FC.

Na Cup Winner's Cup, eliminação nas quartas de final. Depois de passar por Dunajská Streda, da antiga Tchecoslováquia, e FC Den Haag, da Holanda, o adeus veio diante do Ajax.

Novos problemas

No final da década de 90, a antiga força do futebol europeu começou a ter problemas.

Com dificuldades financeiras, o clube foi rebaixado para a segunda divisão, atual Challenge League, em 1997.

O primeiro descenso desde a temporada 1946/47.

Já na época seguinte, a equipe conseguiu voltar à elite. E apesar de uma vitória surpreendente contra o atual campeão Grasshopper na primeira rodada, a realidade do Young Boys era totalmente diferente.

As várias derrotas condenaram o time a novo rebaixamento.

A situação econômica delicada aproximou-o da falência, que acabou sendo evitada pela injeção de dinheiro por parte da Lucerna, uma empresa de investimentos.

Na temporada 2000/01, já com um elenco mais forte, com nomes como Harutyun Vardanyan e Gürkan Sermeter, os aurinegros retornaram à primeira divisão.

Já em seu primeiro ano após a volta à elite, as Abelhas voaram aos play-offs pelo título nacional.

Acabaram no sétimo lugar.

A equipe também alcançou as semifinais da Copa.

Caíram nos pênaltis para o Basel.

Estádio novo! Vida nova?

Na temporada de 2005, já jogando no novíssimo Wankdorf Stadium, o Stade de Suisse, o Young Boys surpreendeu.

Gernot Rohr chegou para comandar a equipe.

Adotando um estilo de jogo mais defensivo, o time chegou à final da Copa, mas acabou perdendo nos pênaltis para o Sion.

Na Liga, terceiro colocado.

Nas competições europeias, as campanhas continuavam ruins, com eliminações nas primeiras fases.

Em 2009–10, os aurinegros terminaram o Nacional com o vice-campeonato, três pontos atrás do Basel, mesmo tendo perdido apenas um jogo como mandante.

Na Champions League da época seguinte, depois de eliminar o Fenerbahçe e ganhar o primeiro jogo por 3 a 2 contra o Tottenham na rodada seguinte, a eliminação veio na partida de volta na Inglaterra, com derrota por 4 a 0.

Avançando no tempo, na temporada 2017/18, enfim, comemoração.

O primeiro título da Liga em 32 anos foi ganho.

 A confirmação veio no dia 28 de abril de 2018, com vitória por 2 a 1 sobre o Luzern.

O Young Boys quebrou uma sequência de oito conquistas consecutivas do Basel.

Já na última época, vice da Copa e bicampeão da Liga Suíça.

Arrumando a casa para a volta...

Imagem: Nigel French/PA

A Ligue 1 da França vai recorrer a empréstimo para minimizar prejuízos...


A Ligue 1 da França tomou a decisão de dar por encerrada a temporada 2019/2020...

Começam a surgir consequências negativas.

O primeira veio com a suspensão dos repasses da TV...

E, a segunda, com a necessidade de pegar um empréstimo no valor de 245 milhões de dólares para compensar as perdas.

Dave Beasant defende o pênalti batido por John Aldridge na Final da Copa da Inglaterra de 1988... Wimbledon 1x0 Liverpool.

Imagem: David Cannon/Allsport/Getty Images

Na Inglaterra médicos de clubes mostram preocupação com a volta dos jogos...


O retorno da Premier League ainda não é consenso... 

Pelo menos quatro médicos de clubes registraram suas preocupações de segurança com o principal consultor médico da liga, Mark Gillett.

terça-feira, maio 05, 2020

Chelsea 2x0 Milwall... Wembley - 1945.

Imagem: Topical Press Agency/Getty Images 

Morreu Miguel Ors, o jornalista que 'fez' olímpico o Rei Don Juan Carlos de Espanha...

Imagem: Jesus Alvarez Orihuela/Diario AS

Morreu Miguel Ors, o jornalista que 'fez' olímpico o Rei Don Juan Carlos de Espanha...

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

Miguel Ors de Candela, um dos mais reconhecidos jornalistas esportivos da Espanha, morreu neste domingo, aos 91 anos de idade.

Entre a imprensa esportiva espanhola há um consenso: Miguel Ors foi um dos maiores jornalistas esportivos da Espanha.

Mesmo aos 91 anos, Ors ainda conservava certa jovialidade e disposição para seguir trabalhando até os últimos dias, pois como compromisso religioso enviou sua coluna semanal, que escreveu para o jornal La Razón até a última sexta-feira.

Apesar de ser um veterano, Miguel Ors foi expressão de vanguarda do jornalismo esportivo espanhol na década de 1950.

Nascido em Barcelona, em 29 de agosto de 1928, chegou a Madrid em 1947 para estudar direito, contudo, 10 anos depois ingressou como jornalista na TVE (a TV pública da Espanha).

Em 1962 passou a ser o principal apresentador esportivo da TVE, cargo que ocupou até 1977.

Programas que fizeram grande sucesso no jornalismo esportivo espanhol como Graderío, Todos los Deportes, Campeones e Mirador de los Deportes tiveram o comando do jornalista.

Em sua carreira, Ors cobriu cinco Copas do Mundo, seis Jogos Olímpicos e os Jogos Olímpicos de Inverno de Grenoble, em 1968.

Depois de deixar a TVE, Ors foi o apresentador do Estúdio Estádio, um programa esportivo que marcou época na Espanha.

Além do sucesso frente às câmeras, uma história de bastidores, quase uma lenda urbana, conta que Ors convenceu ninguém menos do que Francisco Franco a enviar o então príncipe – e hoje Rei Emérito – Juan Carlos à Olimpíada de Munique de 1972.

Por sua notoriedade como jornalista esportivo, Franco decidiu se aconselhar com Ors.

A questão era a possibilidade de Juan Carlos fazer um bom papel na equipe de vela espanhola durante os Jogos, o ditador se preocupava que a má participação de um membro da família real poderia envergonhar o país frente ao mundo.

Anos mais tarde, o próprio Ors contou como se deu o descontraído encontro.

De acordo com o jornalista, assim que o viu, Franco teria dito: “Eu pensei que você fosse mais alto”, ao que Ors respondeu “É uma honra ter a mesma estatura de Sua Excelência”.
Considerando a baixa estatura de Francisco Franco e o posto que ocupava, parece que Miguel Ors foi um gigante.

Sobre o questionamento de Franco, Ors respondeu que “ele é bom velejador e estará entre os 15 primeiros”.

Foi assim que o atual Rei Emérito da Espanha recebeu a autorização de Franco para competir nas Olimpíadas de Munique.

Não foi uma grande participação, mas Juan Carlos, que três anos depois assumiria o trono da Espanha, integrou a equipe espanhola que terminou em 15º lugar na classe Dragão.

Seu melhor resultado foi a quarta colocação na terceira regata.

Saindo da prova final e sabendo do teor da conversa entre Franco e Ors meses antes em El Pardo, Juan Carlos ao conquistar a décima quinta colocação passou pelo jornalista e disse "Você viu? Eu me salvei ... e você também".

Realmente, a colocação geral não deixou Ors passar como mentiroso ao ditador.

Miguel Ors foi um premiado jornalista e recebeu entre tantas premiações, o Premio Ondas, Antena de Oro e o Prêmio Nacional de Televisión Española, concedido por sua grande participação na televisão pública.

Também recebeu, em 1970, a Medalha de Mérito Esportivo e foi declarado como Membro da Ordem Real de Mérito Esportivo.


Imagem: EFE
Miguel Ors entrevista Gento

Thanks God...

Imagem: Tom Jenkins/The Guardian

O baixo valor pago pelo patrocínio master a um time de futebol feminino nos Estados Unidos...

Imagem: Autor Desconhecido

530 mil dólares é o valor máximo pago, por ano, ao patrocínio máster de um time de futebol feminino nos Estados Unidos, o maior do mundo...

Fonte: Máquina do Esporte

segunda-feira, maio 04, 2020

Stanley Matthews, com a bola, vestindo a camisa da seleção da Royal Air Force (RAF) em partida contra o Arsenal, em 1943...

Imagem: Leonard McCombe/Getty Images 

Doutrinando os primos ainda pequenos...

Imagem: Autorretrato

Doutrinação

Por Edmo Natan

Eu tenho um afilhado de 4 anos, Mateus.

Ele e o irmão dele, Vinícius, que está prestes a fazer 7, são meus priminhos pequenos.

Eu acho que é chegada a hora.

Preciso agir antes que oportunistas deem o bote.

É uma tarefa geralmente reservada aos pais, mas o deles não é daqui e tem outra cultura.

Uma coisa boa desse período de quarentena é que pude planejar cada detalhe para colocá-los no bom caminho e garantir ao menos uma grande alegria em suas vidas: irei torná-los torcedores do América.

Não basta dar camisa do time (o que está nos planos, é claro).

Vai muito além.

Como não estou presente diariamente na rotina deles, preciso atacar pontualmente e a atmosfera do estádio é um fator fundamental na estratégia traçada.

É necessário encantar os meus priminhos.

Parece tarefa fácil, afinal, são crianças, ora, mas não é bem assim.

O inimigo mora ao lado: tenho primos abecedistas que podem tentar levá-los para o lado alvinegro da força e eu sei bem o quanto isso é perigoso.

Já passei por isso antes.

E dói.

Uma ex — que não é exatamente uma ex, mas dizer que é alguém com quem tive um relacionamento de alguns meses e por quem ‘sofri’ é algo bem mais vergonhoso (vi isso no Twitter e me identifiquei real) — se dizia americana enquanto estava comigo.

Provavelmente, só pra me agradar.

Meses depois do nosso término, ela postou foto com um cara no Frasqueirão, seu novo namorado.

Me senti traído.

Como ela pôde fazer isso comigo??

Cadê a responsabilidade afetiva???

Não aguentei.

Com o peito carregado por uma mistura de desgosto e decepção, fui tirar satisfações.

Eu respeitava a decisão dela, é claro, mas precisava entender aquilo.

O que teria faltado?

Ela me explicou que estava verdadeiramente apaixonada e percebeu isso quando participou pela primeira vez daquele insuportável grito de “A — B — C — ÊÊÊÊ ÊÊÊÊ! A — B — C — ÊÊÊÊ ÊÊÊÊ!”.

De fato, até que é algo de fácil sonoridade.

Foi aí que então entendi que a culpa era minha.

Eu nunca pude ir a campo com ela, porque eu trabalhava nos jogos e meu dia sempre era muito atarefado antes, durante e depois das partidas.

Pois bem.

Esse erro eu não vou repetir com meus priminhos.

Está decidido!

Eles vão aos jogos comigo, assim que a pandemia passar!

Lembro-me bem de como agia aquele que me influenciou a ser americano, meu pai.

Ele usava de um artifício muito inteligente: o cachorro quente com refrigerante no intervalo do jogo.

Era ‘de lei’. Pouco antes de acabar o primeiro tempo, para evitar as filas, meu pai se levantava.

A gente (eu e meus irmãos) abria um pouco mais as pernas para ganhar espaço e guardar seu lugar nas arquibancadas de concreto no Machadão.

Ê, saudade!

Isso, sim, é memória afetiva!

Não lembro se o pessoal vende cachorro quente na Arena das Dunas, mas tem pizza e coxinha! 

Isso deve bastar.

Meus priminhos já assistiram à final das Olimpíadas (2016) e a alguns jogos da Copa do Mundo (2018) conosco.

Isso me lembra que preciso providenciar algumas mascotes alvirrubros para eles brincarem.

Aquele cavalinho/burrinho do Fantástico com a camisa do América seria perfeito!

Estou confiante!

Tenho meu pai ao meu lado e ele tem experiência nesse tipo de doutrinação.

Vai dar certo!

Ah, só um detalhe que não poderia passar despercebido: aquela minha ex teve uma filha com o agora marido abecedista.

E, claro, não deixa Tio Edmo — uma evidente ameaça persuasiva alvirrubra — chegar nem perto da criança.

Elizabeth II e David Beckham...

Imagem: Getty Images

Ronald Koeman é submetido a um cateterismo após fortes dores no peito...

Imagem: Goal.com

O técnico da Holanda, Ronald Koeman, foi levado de ambulância a um hospital de Amsterdã após um problema cardíaco, informou o jornal holandês "De Telegraaf" neste domingo, citando fontes familiares...

O técnico de 57 anos foi submetido a um cateterismo e seu estado é estável graças à rápida intervenção do pessoal médico, acrescentou o jornal.

Koeman sentiu uma forte dor no peito depois de um treino de bicicleta, motivo pelo qual foi levado ao hospital e internado no início da tarde...

A intervenção foi realizada com sucesso e ele deve receber alta nesta segunda-feira.

O cateterismo é um procedimento usado para liberar uma artéria muito estreita ou bloqueada graças a um stent, uma prótese intravascular que abre os vasos sanguíneos...

O técnico assumiu o comando da seleção dos Países Baixos em fevereiro de 2018, classificando a equipe para a Euro 2020 após as ausências na Euro 2016 e na Copa do Mundo de 2018.

Vladmir Smicer - República Checa...

Imagem: Ed Oudenaarden/EPA 

A pandemia aprofunda a crise econômica na Club Atletico Independiente da Argentina...


Não é novidade que a paralisação do futebol mundial em função da pandemia do novo coronavírus abalou as finanças da maioria dos clubes do planeta.

Na Argentina, o Independiente, um dos escudos mais tradicionais do país, está numa grave crise econômica.

O maior vencedor da Taça Libertadores da América já vivia tempos de vacas magras e caminhava rumo a uma recuperação com a diminuição da dívida.

O cenário imposto pela pandemia, porém, agravou as dificuldades financeiras do clube e Héctor Maldonado, secretário geral do clube argentino, em entrevista à TyC Sports, lançou várias declarações contundentes, entre as quais: "Os jogadores estão cientes de que existem contratos que não podem ser pagos".

O dirigente conhecido como Yoyo Maldonado detalhou a precária situação financeira do Rey de Copas, mas não deixou de alfinetar os jogadores que não renderam o que a diretoria esperava.

"Temos jogadores que ganham salários em dólares e estão de férias há dois anos. Hoje a dívida com a equipe é de 120 milhões de pesos e a maior parte está vinculada a quatro ou cinco jogadores"

Depois de transferir a responsabilidade para os jogadores, Maldonado fez uma autocrítica da gestão do clube: "Tudo isso serve para aprender. A partir de agora nenhum contrato será assinado em dólar no clube, enquanto estivermos na diretoria".

Quanto à situação dos salários atrasados, o dirigente afirmou que tem um planejamento para saldar as dívidas e que esta segunda-feira será um dia importante para o futuro do clube, pois terá reuniões com o Hugo Moyano, presidente do Independiente, e também, com o capitão da equipe Silvio Romero: "Eu me encontro com Hugo (Moyano) para ver como continuamos e vamos defender os ativos do clube. Vamos pagar tudo o que é devido até aqui e negociaremos os contratos de a partir de agora ".

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

domingo, maio 03, 2020

Arsenal e Newcastle - Highbury, Londres - 1923...

Imagem: Topical Press Agency/Getty Images

Carlos Volante, a origem da posição...

Imagem: Autor Desconhecido
(Da esquerda para a direita - Henrique, Biriba, Carlos Volante e Nenzinho)


Carlos Volante, a origem da posição

Por PH Dias/Universidade do Esporte

O futebol brasileiro já revelou para o mundo muitos atacantes goleadores de alto nível técnico.

Mas muitas posições dentro do nosso cenário futebolístico não têm o mesmo destaque como os homens de frente aptos para empurrarem a bola para a rede.

É o caso dos volantes, que dão a proteção necessária a defesa e ainda auxiliam os atacantes do time marcando e ocupando os espaços deixados por eles e os laterais, como também ajudam os zagueiros na saída de bola.

Ou seja, o famoso termo “carregador de piano” é pouco pelo o que eles fazem, principalmente no futebol atual.

No entanto, você sabe a origem do termo volante, no esporte tupiniquim?

Detalhe, não veio de um atleta brasileiro, e sim de um argentino nascido na província de Lanús, Carlos Martin Volante dá o nome da posição.

Ele fez muito sucesso quando jogou no Flamengo, onde conquistou três campeonatos cariocas: 1939, 1942 e 1943.

Foi no rubro-negro carioca que o termo/nome se popularizou.

Como a maioria dos jogadores argentinos, Carlos era muito raçudo, se entregava dentro de campo e contagiava seus companheiros com seu comportamento.

Ficou no Flamengo até 1943 e foi ídolo da nação na época.

O sucesso foi tanto que fez muitos treinadores pedirem atletas “que joguem como Volante”, popularizando e consolidando o termo até hoje no Brasil e na América do sul.

Porém sua história não ficou marcada apenas jogando à frente dos zagueiros.

Em 1960, ele foi treinador do Esporte Clube Bahia, na Taça Brasil, para apenas um jogo, a finalíssima contra o Santos - que não tinha Pelé - de Coutinho e Dorval. Volante conseguiu o feito de parar a máquina santista e comandar o êxito tricolor no Maracanã, pelo placar de 3 a 1.

Segundo os jornais da época, o Bahia correu mais e teve a tranquilidade necessária para vencer - aquele que viria a ser posteriormente, um dos melhores times do mundo.

Com a vitória, Volante se tornou o primeiro treinador estrangeiro campeão brasileiro e era o único, até o ano passado, quando o português Jorge Jesus foi vitorioso pelo mesmo Flamengo em que fez fama.

Um jejum de quase sessenta anos sem um gringo levantando taças nacionais à frente de um clube do Brasil.

Além desses feitos, o originário do Rio da Prata foi campeão treinando o Internacional e o Vitória.

Volante marcou para sempre o futebol brasileiro, graças ao seu sobrenome e estilo de jogo.

Ao ponto de podermos dizer hoje que Falcão, Cerezo, Alemão e Dunga jogaram como volantes.

Jovem torcedor do ADO Den Haag, dos Países Baixos, faz selfie com Alan Pardew, treinador da equipe

Imagem: Tom Bode/EPA

Marco Materazzi volta a falar sobre o incidente com Zidane na final da Copa de 2006...

Imagem: Getty Images

Marco Materazzi, ex-zagueiro italiano, voltou a falar sobre o histórico momento em que sofreu a cabeçada de Zinedine Zidane e que culminou na expulsão do francês da final do Mundial 2006...

O lance marcou o jogo que terminou com a vitória da Itália na disputa de pênaltis.

Materazzi lembra, muito bem do momento, mas traz agora acrescenta um novo detalhe...

Diz que o desfecho podia ter sido outro se estivesse à espera da agressão do francês.

"Cabeçada de Zidane? Não estava à espera e foi a minha sorte. Se me preparo, acabávamos os dois no vestiário", contou em uma postagem em sua conta no Instagram...

O zagueiro contou o que originou a atitude de Zidane.

"Houve um contato entre nós na área no primeiro tempo do jogo. O Zidane empurrou Buffon e o Rino (Gattuso) me pediu para marcá-lo em cima, rigorosamente. Depois do primeiro contato com ele, pedi desculpas, mas ele reagiu mal. No terceiro choque ele ao passar por mim, disse: ‘te dou minha camisa no final do jogo’ no final do jogo’. Eu respondi: ‘prefiro a tua irmã’", afirmou Materazzi...

Foram estas as palavras que provocaram a raiva de Zidane.

SC Cambuur-Leeuwarden - Países Baixos...

Imagem: Soccrates Images/Getty Images

Justiça julga improcedente a ação da equipe de futebol feminino dos EUA...

Imagem: Autor Desconhecido

A ação da equipe de futebol feminina dos Estados Unidos, que reivindica salários iguais aos homens, foi julgada improcedente pela justiça, que não atendeu as 28 jogadoras da equipe nacional que assinaram a ação no ano passado...

"Estamos chocadas e decepcionadas com a decisão, mas não desistiremos de lutar por salário igual. Estamos confiantes em nosso compromisso de garantir que meninas e mulheres não sejam menosprezadas por seu sexo", escreveu ela em sua conta no Twitter, Molly Levinson, porta-voz das jogadoras.

sábado, maio 02, 2020

Sunderland FC... Campeão da Liga em 1894/1895.

Imagem: Mansell/The LIFE Picture Collection via Getty Images 

As atletas mais bem pagas do mundo... das doze nomeadas, 11 são tenistas e apenas uma joga futebol.

Imagem: The Sun

As atletas mais bem pagas segundo a revista Forbes...

O futebol ocupa o último posto numa lista cujo domínio do tênis é esmagador.

Alex Morgan – EUA – Futebol: 5,8 milhões de dólares.
Garbiñe Muguruza – Espanha – Tênis: 5,9 milhões de dólares.
Venus Williams – EUA – Tênis: 5,9 milhões de dólares.
Elina Svitolina – Ucrânia – Tênis: 6,1 milhões de dólares.
Karolina Pliskova – República Checa – Tênis: 6,3 milhões de dólares.
Maria Sharapova – Rússia – Tênis: 7 milhões de dólares (Sharapova deixou às quadras este ano).
Caroline Wozniacki – Dinamarca – Tênis: 7,5 milhões de dólares.
Sloane Stephens – EUA – Tênis: 9,6 milhões de dólares.
Simona Halep – Romênia – Tênis: 10,2 milhões de dólares.
Angelique Kerber – Alemanha – Tênis: 11,8 milhões de dólares.
Naomi Osaka – Japão – Tênis: 24,3 milhões de dólares.
Serena Williams – EUA – Tênis: 29,2 milhões de dólares.

Saltando de olho na bola que vem chegando...

Imagem: Ted S Warren/AP

AS equipes da NBA querem terminar a temporada...


As equipes da NBA querem jogar...

Entretanto, a NBA estima que serão necessários cerca de 15 mil testes para terminar a temporada.

Segundo algumas fontes, calcula-se que esse número de testes permitiria garantir a segurança dos jogadores, treinadores, árbitros e todos os demais envolvidos...

A liga tem a capacidade de comprar esses testes imediatamente de fornecedores autorizados, mas, por razões organizacionais e éticas, prefere esperar.

Para o comissário Adam Silver primeiro está a população em geral e ao pessoal médico...

Até agora, o uso de testes é proibido para os jogadores, a menos, é claro, que algum jogador apresente sintomas.

O Estádio Den Court do Bournemouth está sendo usado para estocar produtos para Banco de Alimentos da cidade...

Imagem: Bournemouth/via Getty Images 

O que pensa José Mourinho sobre a volta do futebol sem público nos estádios...

Imagem: Autor Desconhecido

"Gosto de pensar que nenhum jogo será disputado à porta fechada porque lá estarão câmeras de televisão e por conseguinte milhões de pessoas assistirão. Se algum dia jogarmos um jogo num estádio vazio, na realidade nunca estará completamente vazio"

Ruud van Nistelrooy...

Imagem: Mike Finn-Kelcey/Reuters 

Donos do Manchester City vão comprar o AS Nancy-Lorraine, da Lige 2 da França...


14 milhões de euros é o valor que o City Football Group, dono do Manchester City, deve pagar para comprar o AS Nancy-Lorraine, da segunda divisão francesa.

Fonte: Máquina do Esporte