Imagem: Autor Desconhecido
(Da esquerda para a direita - Henrique, Biriba, Carlos Volante e Nenzinho)
Carlos Volante, a origem da posição
Por PH Dias/Universidade do Esporte
O futebol brasileiro já revelou para o mundo muitos atacantes goleadores
de alto nível técnico.
Mas muitas posições dentro do nosso cenário futebolístico não têm o mesmo
destaque como os homens de frente aptos para empurrarem a bola para a rede.
É o caso dos volantes, que dão a proteção necessária a defesa e ainda
auxiliam os atacantes do time marcando e ocupando os espaços deixados por eles
e os laterais, como também ajudam os zagueiros na saída de bola.
Ou seja, o famoso termo “carregador de piano” é pouco pelo o que eles
fazem, principalmente no futebol atual.
No entanto, você sabe a origem do termo volante, no esporte tupiniquim?
Detalhe, não veio de um atleta brasileiro, e sim de um argentino nascido
na província de Lanús, Carlos Martin Volante dá o nome da posição.
Ele fez muito sucesso quando jogou no Flamengo, onde conquistou três
campeonatos cariocas: 1939, 1942 e 1943.
Foi no rubro-negro carioca que o termo/nome se popularizou.
Como a maioria dos jogadores argentinos, Carlos era muito raçudo, se
entregava dentro de campo e contagiava seus companheiros com seu comportamento.
Ficou no Flamengo até 1943 e foi ídolo da nação na época.
O sucesso foi tanto que fez muitos treinadores pedirem atletas “que
joguem como Volante”, popularizando e consolidando o termo até hoje no Brasil e
na América do sul.
Porém sua história não ficou marcada apenas jogando à frente dos
zagueiros.
Em 1960, ele foi treinador do Esporte Clube Bahia, na Taça Brasil, para
apenas um jogo, a finalíssima contra o Santos - que não tinha Pelé - de
Coutinho e Dorval. Volante conseguiu o feito de parar a máquina santista e
comandar o êxito tricolor no Maracanã, pelo placar de 3 a 1.
Segundo os jornais da época, o Bahia correu mais e teve a tranquilidade
necessária para vencer - aquele que viria a ser posteriormente, um dos melhores
times do mundo.
Com a vitória, Volante se tornou o primeiro treinador estrangeiro campeão
brasileiro e era o único, até o ano passado, quando o português Jorge Jesus foi
vitorioso pelo mesmo Flamengo em que fez fama.
Um jejum de quase sessenta anos sem um gringo levantando taças nacionais
à frente de um clube do Brasil.
Além desses feitos, o originário do Rio da Prata foi campeão treinando o
Internacional e o Vitória.
Volante marcou para sempre o futebol brasileiro, graças ao seu sobrenome
e estilo de jogo.
Ao ponto de podermos dizer hoje que Falcão, Cerezo, Alemão e Dunga
jogaram como volantes.
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