quinta-feira, setembro 01, 2016

Bundesliga: em 10 anos o dobro de faturamento...

Especial Futebol Alemão: Bundesliga dobra faturamento em uma década

Processo de profissionalização foi acentuado a partir de 2000, com o surgimento da liga

Por Duda Lopes – de Düsseldorf (Alemanha), para o site Máquina do Esporte.

O Campeonato Alemão de hoje não pode ser comparado ao torneio do início deste século.

Muito mais do que a Copa do Mundo de 2016, o que mudou o futebol interno do país foi um processo de modernização e profissionalização da liga local, a Bundesliga.

Foi em dezembro de 2000 que a DFL, a Liga de Futebol Alemão, surgiu.

De forma independente, passou a gerir as duas principais divisões do país, com um total de 36 times.

Para quem duvida da capacidade de transformação que uma gestão profissionalizada pode alcançar, os números esclarecem.

Na temporada 2002/2003, o faturamento da Bundesliga foi de € 1,150 bilhão.

A organização chegou a ter onze recordes de alta seguidos e, na temporada 2014/2015, a conta fechou em € 2,620 bilhões.

O equilíbrio também é celebrado pela organização, já que a soma se divide em partes iguais entre direitos de televisão, patrocinadores e arrecadação das arenas em dias de jogos.

Para chegar a esse aumento, uma das primeiras medidas da Bundesliga foi impor uma série de regras para que as equipes conseguissem a licença para participar do torneio.

As condições abrangem desde infraestrutura básica necessária a regras para mídia, além de um plano financeiro salutar para cada equipe.

Esse último quesito, por sinal, também foi celebrado na última temporada: 27 dos 36 clubes apresentaram lucro.

“A regulamentação garante que haja um senso de confiabilidade e credibilidade à medida que os clubes e os jogadores estão focados nessa questão, e ela também beneficia parceiros e mídia”, resumiu o presidente da DFL, Reinhard Rauball, em comunicado oficial.

Ao longo das últimas décadas, a DFL foi criando braços independentes para questões que envolvem a comercialização da Bundesliga.

Hoje, há três grupos distintos dentro da liga, cada um focado em televisão, em marketing global e em produção de conteúdo.

O plano é chegar ao fim da temporada 2019/2020 com um crescimento de 35% do faturamento.

Considerando a Bundesliga como um produto, houve apenas um grande engasgo nos últimos anos: o domínio do Bayern de Munique.

O time é o mais rico e conhecido do país, e fica também na região mais desenvolvida da Alemanha.

Sua grandeza no Campeonato Alemão sempre esteve em evidência, mas, nas últimas temporadas, ela foi excessiva: foram quatro títulos em sequência.

A capacidade financeira do time é tamanha que uma velha piada foi ressuscitada no país, mas com o time da Baviera no lugar da seleção alemã dos anos 1980.

“O futebol é um jogo simples: são 22 homens correndo atrás da bola durante 90 minutos. No final, ganha o Bayern”.

Para evitar a disparidade entre equipes, a Alemanha mantém duas regras básicas.
A primeira é que nenhuma equipe pode ser empresa; o limite de ações na bolsa é de 49%.

Assim, evita-se que donos façam investimentos fora do comum, como acontece na Inglaterra.

A segunda é a divisão da televisão.

Metade da verba paga é dividida igualmente.

O restante é espalhado conforme a torcida e o desempenho esportivos nos torneios anteriores.

A Máquina do Esporte questionou o embaixador da Bundesliga, Lothar Matthaüs sobre o problema, mas o porta-voz não demonstrou preocupação.

“O Bayern é um time gerido por pessoas muito profissionais, todas as decisões tomadas são técnicas. Os outros times têm esse potencial; eles precisam é achar os parceiros certos para isso. Isso aqui é um negócio”, ratificou.

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