Hoje, conversei alguns minutos com um amigo americano – gosto de conversar com ele: é sensato, lúcido e não costuma se perder entre a tênue linha que separa a necessária rivalidade, do mau gosto explicito e das agressões vazias e pueris...
Seu nome, não será revelado; foi à condição imposta para que me permitisse publicar nossa conversa.
Sobre o rebaixamento para Série C...
- “Durante três anos, cortejamos a Série C e, por fim, acabamos por conquistá-la”.
Sobre a administração de Clóvis Emídio...
- “Clóvis deveria ter acompanhado Zé Maria: sairia ileso”.
Sobre Hermano Morais...
- “O deputado é um homem de sério, mas em seu lugar, eu, teria feito uma pergunta aos que lhe ofereceram o cargo de presidente: se o confeito é tão doce, por que nenhum de vocês quer saboreá-lo”?
Sobre Francisco Diá...
- “Em condições menos adversas, seu nome nem teria sido lembrado, mas como as vacas estão magras e alguns “cardeais” nutrem por ele certo xodó, voltou”...
Sobre a Arena do Dragão...
- “É um sonho que acredito deva ser sonhado, mas ainda é só um sonho, mesmo que Jussier Santos garanta que o tornará realidade”...
Sobre as gozações da torcida do ABC...
- “Acho tudo muito natural”.
- “Estão nos devolvendo o que demos a eles por longo tempo”...
- “Só que o mundo gira e, ninguém melhor que a gente para saber disso”. (risos)
Sobre o rival ABC...
- “Vou me alongar um pouco sobe esse assunto”...
- “Posso”?
- “Pois bem, não há como negar o crescimento do ABC, certo”?
- “Mas não foi obra do acaso tão somente... nós do América, temos nossa parcela de responsabilidade”...
- “Então... basta lembrar que quando vendemos o General Everardo, estávamos bem à frente deles, mas fomos arrogantes e tolos; deixamos de construir nosso estádio e construímos o Centro de Treinamento”...
- “Foi um erro grosseiro”.
- “Eles (o ABC) tinham um terreno inútil, mas um presidente ousado e, esse presidente ousado, aproveitando um momento favorável, se lançou de forma atrevida numa aventura que creio eu, além dele, poucos por lá acreditavam pudesse se tornar realidade”.
- “Deu certo e hoje, eles tem o que mostrar e o que oferecer”...
- “Agora, o mais engraçado nisso tudo, é que o Judas, responsável pelo salto de qualidade que eles deram, passou a ser tratado como um pária”...
- “Nesse ponto, os cardeais de lá, se parecem muito, com os cardeais de cá”. (risos)
Terminamos a conversa aí.
Quando ele se foi, fiquei matutando sobre o assunto e acabei pensando em Luigi Pirandello que dizia que o mundo era uma arena na qual circulavam inúmeros personagens em busca de um autor – Judas Tadeu, certamente se encaixa a frase e, talvez um dia, encontre o seu autor.
Um comentário:
Prezado Fernando Amaral
Hoje, absurdamente, quando você vai elogiar Judas Tadeu Gurgel (em certas ocasiões) aparece - por vezes - um insano e pergunta se o elogiador é viúva do elogiado.
Entendo que o bom senso não ficou para todo mundo, acho até que no futebol há pouca lucidez, mas o ser humano continua a trilhar o triste caminho dos ataques gratuitos.
Judas Tadeu Gurgel cometeu erros e acertos, algo natural na caminhada do ser humano. Acho apenas que o ex-presidente conseguiu fazer o que pouca gente fez.
Lembra-se do goleiro MICHEL SCHUMACHER ? Falei com o mesmo há dois dias, cujo depoimento elogiável ao Judas Tadeu foi impressionante, idem quanto ao ex-goleiro SADI ( ABC ano 2000).
Tadeu foi vítima do desgaste, ou seja, se tivesse saído em 2007, como queria a sua família, hoje o horizonte seria outro.
Até a próxima.
José Leonardo
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