Depois de esperar pacientemente o
tempo melhorar e o vento parar de ventar tão forte, o paraquedista austríaco, Felix
Baumgartner, entrou para a história como o primeiro homem a romper a barreira
do som sem ajuda mecânica.
Baumgartner escolheu seu destino
e fez questão de deixar bem claro sua escolha ao tatuar em seu braço a frase, “nascido
para voar”...
Sua história começa no exército
da Áustria...
Paraquedista especialista em
aterrisagem em zonas pequenas, Baumgartner deixou o exército por não se
conformar com as rígidas normas de disciplina e com ordens “estupidas” conforme
declarou ao justificar seu pedido de baixa.
Ontem, domingo (14), o
ex-soldado, agora com 43 anos, realizou o maior feito da história do
paraquedismo mundial.
A subida da capsula Red Bull Stratos começou há
1 hora e 30 minutos, horário de Brasília...
Alçada por um balão inflado com
hélio e confeccionado com delicado material de 0,002 centímetros de grossura, dez
vezes mais fino que uma sacola de plástico, a capsula pressurizada e pesando
1.315 quilos, levou duas horas e meia para atingir os 39.068 mil metros (recorde
para um balão tripulado) – 3 mil metros a mais que o previsto.
Ao atingir altitude planejada
para o salto, o balão já extava estendido ao seu ponto máximo – 850.000 metros
cúbicos – o volume do estádio Santiago Bernabéu e quase a altura da Torre
Eiffel.
Neste momento, Baumgartner abriu
a escotilha, deixou a capsula e de pé, bateu continência e se lançou no espaço...
Justo num dia como ontem, 65 anos
antes, o americano Chuck Yaeger, piloto de combate durante a Segunda Grande
Guerra Mundial, quebrou a barreira do som, pilotando um Bell X-1, avião experimental
que seguia os passos das bombas voadoras V1 e V2, fabricadas pelos alemães.
A queda livre de Baumgartner
durou exatos 4 minutos e 19 segundos...
Esses minutos foram angustiantes
para sua equipe...
“Foi terrível vê-lo perder o
controle, entrar em parafuso e dar voltas. Sabíamos dos riscos de perda de
consciência e até mesmo de um derrame cerebral”, disse um dos engenheiros
responsáveis pelo projeto.
Um dos mais emocionados era Joe
Kittinger de 84 anos, que em 1960, saltou de uma altura de 31.333 metros e que
fez parte da equipe, convidado por Baumgartner, para aconselhá-lo, orientá-lo
durante a subida e o salto através dos microfones.
O recorde de queda livre de Kittinger não
foi quebrado...
É provável que Felix Baumgartner
não o tenha feito propositalmente, como uma homenagem ao velho pioneiro.
A queda livre de Kittinger durou
4 minutos e 36 segundos.
Depois cinco anos de testes,
treinos e meticulosa preparação, Baumgartner atingiu a velocidade
de 1.342 km/h e pousou são e salvo no deserto do Novo México, nos Estados
Unidos.
Foi um feito fantástico e que
pode em certa medida, ser comparado a chegada de Amundsen ao Polo Sul em 1911 e
a Edmund Hillary que em 1953 alcançou o pico do Monte Everest a 8.848 metros.
Baumgartner não é total
desconhecido para os brasileiros que curtem esportes radicais – o austríaco saltou
da mão direita do Cristo Redentor no Corcovado na cidade do Rio de Janeiro.
“Pensei que iria perder a
consciência em virtude da violência da queda”, disse Baumgartner em entrevista
e TV austríaca Servus, de propriedade da Red Bull.
“Espero ter conseguido romper a
barreira do som, pois não senti nada. Estava muito ocupado tentando manter o
controle da queda”, disse o paraquedista que ainda não havia sido informado de
seu êxito.
Além de romper a barreira do som,
Baumgartner bateu o recorde do salto mais alto e de ser o primeiro homem a
subir em um abalão ao ponto mais distante da terra.
O feito foi coberto por 150 canais
de televisão de todo o mundo e foi assistido por 7,2 milhões de pessoas.
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