Imagem: Diego Simonetti - Blog do Major
Por Allan Kellnon
E mais uma noite de futebol em
Natal terminou com confusão, desta vez, adivinhem só, protagonizada pela
“Gloriosa, a Polícia Militar do RN.
Não foi a primeira vez e nem será
a última, e os diversos fatores que propiciam um show de violência policial em
nossas praças esportivas já é bem conhecido daqueles que as frequentam e, a
depender do poder público, continuarão imutáveis.
Posso citar como exemplo a escala
que coloca soldados da tropa de choque, amplamente conhecidos pela total
truculência em toda e qualquer abordagem, ou ao uso de spray de pimenta contra
pessoas de forma indiscriminada, ou mesmo os inúmeros relatos de torcedores que
ouvem de soldados da PM que estão ali para “trabalhar”, entenda-se “bater” em
quem tiver a infelicidade de cruzar seu caminho.
Os PMs provocam, criam caso com
objetos ou ações que quando merecedoras de muito rigor, apenas um olhar mais
atento e precavido poderia ser direcionado.
Qualquer pessoa mais ou menos
informada sabe a realidade que os policiais militares do nosso estado
enfrentam, quando nem apoio psicológico possuem para enfrentar um trabalho que
pode ser de vida ou morte, e são essas pessoas, despreparadas tanto técnica
quanto psicologicamente, que são colocadas para “trabalhar” nos jogos de
futebol, fosse no Machadão, Frasqueirão ou agora, na Arena das Dunas.
Fatos esmiuçados em tantas
discussões e pincelados aqui, o quem e entristece como torcedor e também
provoca certo grau de raiva em relação ao meu próprio clube é justamente a
postura que o mesmo adota nestes casos: profundo e solene silêncio.
O América Futebol Clube, uma
instituição quase centenária, não move uma palha sequer em defesa de seus torcedores,
acima de tudo clientes e que são a própria razão da existência e sobrevivência
do clube.
Bebendo seus uísques caros, as
diversas diretorias americanas dão de ombros quando pessoas inocentes de todas
as cores, credos, condições sociais ou idades são agredidas nos eventos
promovidos pelo clube, sem um menor esboço de indignação em ver seres humanos
com muita ou ainda pouca idade receberem spray de pimenta no rosto, ou mulheres
levarem golpes de cacetetes a ponto de talvez quebrar suas costelas, fora o
confisco de propriedade privada quando sumariamente tomam instrumentos ou
material de jogo das torcidas.
Esta postura covarde da
instituição a qual eu torço e tenho uma grande relação de afeto desde meus 6
anos de idade é digna de repúdio, tanto quanto a sanha policial pela agressão,
pela opressão da livre expressão ou pela ofensa à dignidade do cidadão.
Caso não haja qualquer resto de
senso de responsabilidade por parte da diretoria americana, que sabemos bem que
é louca por nosso dinheiro, então pensem justamente nele!
Nenhum pai levará seus filhos ao
estádio, seja limpo e bonito como for, para que precisem correr de agressões
gratuitas.
Vejam bem fotos que ilustram esta
postagem, retiradas do Blog do Major.
Estas pessoas recebendo
atendimento médico inspiram alguma ameaça a homens que andam em grupo e
armados?
O América Futebol Clube precisa
abandonar esta postura covarde e se responsabilizar pela segurança de sua
gente, abrindo um debate com as autoridades “competentes” em busca de uma
melhoria real nas condições enfrentadas nos jogos de futebol em nossa terra.
Sem o clube entrar na briga,
continuaremos apanhando!
Tenho certeza que meus amigos
abcdistas se identificam com o que digitei, e talvez seja hora das duas
torcidas mostrarem maturidade e exigir, juntas, uma postura profissional por
parte dos que cuidam da segurança em nossos estádios.
Imagem: Diego Simonetti - Blog do Major
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