Ontem, já madrugada passei na
frente do estádio Juvenal Lamartine...
Apesar da hora e dos riscos,
parei.
Não demorei muito, o aspecto é
deprimente, desolador...
É triste ver a história relegada
a um plano tão inferior.
E doído ver um símbolo definhar
numa longa e infinita dor, sem que ninguém lhe socorra e lhe estenda a mão num
gesto de respeito e agradecimento...
Gente ingrata.
Com o Machadão não foram tão cruéis,
apenas foram o que sempre foram...
Gananciosos e obtusos.
Mas com o velho Juvenal
Lamartine, parece que há um enorme e doentio prazer em ver pedaço por pedaço se
desprender de sua estrutura infectada por tantos e tantos anos de inação...
Morrer lentamente é o destino do
velho estádio, que um dia, belo, pomposo e exalando o perfume da esperança,
recebeu em seu seio um futebol que ainda engatinhava e ajudou a tornar grande,
clubes que sem ele estariam fadados a pequenez.
Depois que segui meu caminho,
pensei...
Será que eu estava só?
Ou será que ali, na madrugada
vazia de vida, não estavam ao meu lado, aqueles que no dia 12 de outubro de
1928, cruzaram o charmoso portão e extasiados se depararam com o novíssimo Stadium?
Será que todos os dias quando o
sol se põe, eles chegam lentamente, se reúnem cabisbaixos e de mãos dadas com
Juvenal Lamartine de Farias, lamentam o que só eles podem lamentar
sinceramente?
Um homem sem história nada tem a
contar...
Uma cidade sem história empurra
para a escuridão aqueles que construíram...
Um povo sem história é um povo
sem alma.
Um comentário:
Queria entender a razão pela qual as divisões de base dos nosso clubes disputam ali, em um espaço interditado e com as mínimas condições para a prática do futebol, seus campeonatos. Lugar onde a torcida sequer pode assistir aos jogos. Qual o sentido disso? Dar o título de "dirigente do ano" a alguém sob o argumento de promover as categorias de base? Confesso que minha pouca inteligência não alcança esse entendimento.
ADAIL PIRES
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