Concorrência de TVs por
Brasileiro gera R$ 500 mi extras para clubes
Por Rodrigo Mattos
A concorrência entre o Esporte
Interativo e a Globo pela TV Fechada gerou um aumento de cerca de R$ 500
milhões na receita total dos clubes com direitos de transmissão do Brasileiro a
partir de 2019.
Esse valor foi calculado a partir
do dinheiro pago pela Turner, o aumento das propostas globais e as luvas aos
times.
No final do ano passado, a Globo
propôs para os clubes a renovação dos contratos de todas as mídias do
Brasileiro a partir de 2019.
Os números apresentados, no
entanto, decepcionaram dirigentes.
Era oferecido um corte entre 20%
e 25% nos valores do atual acordo, dependendo dos clubes. Isso considerando,
óbvio, a inflação até lá.
A proposta da Globo girava em
torno de R$ 900 milhões pela TV Fechada e Aberta, sendo apenas R$ 60 milhões
pelos jogos na Sportv.
Havia ainda cerca de R$ 600
milhões mínimos pelo pay-per-view.
Boa parte dos clubes recusou, mas
alguns deles como Corinthians, Vasco e Botafogo aceitaram de olho em
adiantamentos.
Então, em dezembro, o Esporte
Interativo começou a procurar clubes para fazer uma oferta de R$ 550 milhões
por 20 times na TV Fechada, o que representava nove vezes o valor da Globo.
Conseguiu atrair times para
negociações e fechou com 15 deles – há dois, Figueirense e Santa Cruz, incertos
pois parece terem assinado mais de um acordo.
Considerado o valor proporcional
– já que o canal espera ter 8 clubes no mínimo na Série A -, sua entrada
representou R$ 225 milhões por ano para os clubes.
Além disso, a Globo foi obrigada
a rever a sua proposta inicial. Aumentou o valor a ser pago pela TV Fechada e
Aberta para R$ 1,1 bilhão.
Ou seja, houve um acréscimo de R$
200 milhões no pacote inteiro para os clubes.
Por fim, a disputa entre os dois
canais obrigou ambos a oferecer luvas em vez de adiantamentos aos clubes.
Os valores variaram de R$ 40
milhões até R$ 120 milhões dependendo do time.
É difícil calcular o valor exato
de todas as luvas, mas a ordem de grandeza é entre R$ 500 milhões e R$ 600
milhões.
Ou seja, são em torno de R$ 100
milhões a mais por ano considerando que os contratos são de seis anos.
O pay.per-view deve permanecer
inalterado, embora clubes como Flamengo tenha obtido garantia de um percentual
mínimo.
Somados todos os valores, o
Brasileiro passou a valer para os clubes cerca de R$ 500 milhões por ano a mais
do que a oferta inicial da Globo.
Ou seja, todos os seus direitos,
consideradas as suas emissoras, atingiram um montante em torno de R$ 2 bilhões.
Antes, valeriam R$ 1,5 bilhão.
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