De volta à CBF, Del Nero nada fez
para se defender nos EUA em quatro meses
Por Rodrigo Mattos
Após promessas de provar sua
inocência, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, retornou ao comando da CBF
sem ter feito nada para se defender das acusações de levar propina na Justiça
dos EUA.
Documento do Departamento de
Justiça norte-americano indica não ter nenhuma informação pública relacionada
ao cartola.
Isso ocorre porque ele não se
apresentou, nem mandou advogado ao país.
No início de dezembro, Del Nero
apareceu como um dos indiciados pelo Departamento de Justiça após investigação
do FBI.
Foi acusado de levar subornos
relacionados aos contratos da Libertadores, da Copa América e da Copa do
Brasil.
No mesmo dia, Del Nero se
afastou.
Em seguida, disse que provaria
sua inocência e retornaria à CBF.
O relatório do Departamento de
Justiça datado de 11 de abril de 2016 mostra que oito acusados de corrupção no
futebol estão nos EUA.
Outros nove estão em outros
países com extradição pendente.
Por fim, há oito cartolas sobre
quem os procuradores norte-americanos nada sabem para seguir o processo, entre
eles Del Nero e Ricardo Teixeira.
Se quisesse demonstrar sua
inocência, Del Nero teria que se apresentar à Justiça norte-americana e
negociar uma fiança para responder processo.
Seus advogados informaram que ele
tinha intenção de fazer isso, mas lhe faltava dinheiro.
Mas a verdade é que o cartola
preferiu ficar no Brasil.
O relatório do Departamento de
Justiça traça um cronograma para os advogados dos réus para que eles tenham
acesso a todas as provas da investigação do FBI.
Eles terão dos meses de junho a
dezembro para prepararem sua defesa usando os dados fornecidos pelos
procuradores.
Isso faz parte de um acordo entre
os procuradores e os advogados de defesa.
Depois disso, haverá o início do
julgamento do júri em fevereiro de 2017.
No Brasil, em entrevista à “Folha
de S. Paulo'', Del Nero mudou de discurso e afirmou:
“Não aceito acusações sem provas e muito menos ilações sobre fatos não
ocorridos. Antes de provar minha inocência, precisam provar minha
culpabilidade. Com fatos concretos e não achismos, como levianamente ocorre.''
Só que Del Nero não tem como ter
acesso a nenhuma prova do FBI se não aparece nos EUA.
Sua decisão de ficar por aqui
significa que só poderá saber o teor básico da acusação, sem analisar provas.
Nem tem como rebater o que
desconhece.
Na prática, em vez de provar sua
inocência, decidiu fechar os olhos para o que existe na Justiça
norte-americana.
O blog tentou contato com o
advogado do cartola, mas não obteve retorno até à noite de terça-feira.
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