Imagem: Autor Desconhecido
Não aprendemos nada com a tragédia da Chapecoense
Morte em clássico é sinal de que clubes não superaram clima de guerra
Por Adalberto Leister Filho
Infelizmente, não aprendemos nada
com a tragédia da Chapecoense.
Por cerca de um mês vivemos no
reino da fantasia esportiva.
Sucessivas homenagens foram
feitas às vítimas.
Os clubes ensaiaram uma aproximação.
Houve manifestações de
solidariedade emocionantes.
A história de que rival não é
inimigo foi repetida à exaustão.
Falou-se em paz.
Passado esse período, o clássico
Botafogo x Flamengo deu o primeiro banho de água fria (ou de sangue) para quem
se iludiu.
Com policiamento insuficiente, a
entrada do Engenhão, agora oficialmente estádio Nilton Santos, viveu momentos
de horror, com tiroteio digno de guerra.
O saldo: a morte do botafoguense
Diego Silva dos Santos, de 28 anos, baleado no peito.
Outros sete torcedores feridos
foram encaminhados a hospitais.
Ao menos um em estado grave.
Diante dessa celeuma, o que o
Flamengo fez para celebrar a vitória?
Postou uma provocação:
“Cadê você? Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no
Engenhão só com a Nação: 2x1.”
A mensagem se referia ao fato de
o Botafogo, horas antes do jogo, ter pedido o adiamento do clássico, alegando
falta de policiamento no entorno do estádio.
Pelo saldo da tragédia, tal temor
tinha fundamento.
Para o Twitter rubro-negro,
porém, era apenas uma forma de o rival, que jogou com os reservas, “fugir” do
jogo.
No dia em que mais uma tragédia
ocorria no futebol brasileiro é preciso mais sensibilidade para lidar com a
comunicação.
Botafoguenses e flamenguistas
feridos no confronto mereciam isso.
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