Lupercio Luiz Azevedo... 1944/2017.

Imagem: Autor Desconhecido

Desculpem, mas hoje, não...

Hoje vou remoer minha tristeza.

Vou sentar em algum canto e deixar o tempo passar...

Ontem o coração de um homem bom parou de bater e ele se foi.

Alguém em algum lugar deveria rever esse critério de chamada...

Os bons deveriam ser os últimos.

Numa lista tão grande, repleta de tantos cretinos, tantos cafajestes, tantos amorais, venais, indecentes e inúteis, porque chamaram o nome de Lupercio?

Logo o velho Lupa...

Que coisa sem sentido.

Lupercio era um homem íntegro, honesto, decente...

Era perdidamente apaixonado por sua Fátima, desesperadamente louco por seus filhos e suavemente derretido por seus netos.

Não...

Não era para ser ele, deve ter sido um engano.

E agora?

Quem vai pagar por isso?

Sabe de uma coisa Lupercio...

Não vou ao seu velório, nem no seu sepultamento.

Não vou!

Não quero ver o sofrimento dos seus, não quero abraçar seu filho e não saber o que dizer, não quero chorar ao ver o rosto de Dona Fátima.

Vou ficar em casa e lembrar do nosso TVU Esporte...

Das divergências, das discussões, dos arranca-rabo e de como tudo isso sempre terminava num programa sensacional.

Pois é...

As pessoas não sabiam, mas nos arranhávamos vez por outra.

Porém, nos respeitávamos...

Muito.

Sabíamos superar nossas rusgas e nossas infantilidades com frases como essas...

- “Ainda está zangado? Desculpa, Lupa, me excedi”

- “Se você continuar com essa cara, Amaral, vou sentar lá fora e chorar bem muito”

Depois, ríamos e íamos em frente...

Por isso, vou me despedir de você, meu amigo Lupercio com a frase que por 13 anos, na bancada do TVU Esporte, dissemos um para outro no encerramento do programa...

Boa noite Fernando.

Boa noite Lupa, segunda estamos de volta.

* Na foto da esquerda para a direita: Geraldo, Lupercio e Fernando.