terça-feira, novembro 27, 2018

A maior final de Libertadores da história se transformou em uma vergonha mundial...

Imagem: Autor Desconhecido

A maior final de Libertadores da história se transformou em uma vergonha mundial

Por Gabriel Leme

River Plate e Boca Junior, ambos da Argentina e eternos rivais, tinham tudo para protagonizar a maior final da Libertadores de todos os tempos.

Com boas equipes e boas campanhas, as equipes bateram Grêmio e Palmeiras para jogarem a grande decisão.

Expectativa alta, torcedores gritando e comemorando muito, pais levando seus pequenos filhos para o estádio na esperança de contar com um amuleto para o time do coração.

Tudo isso acompanhado de uma data inédita no torneio: os dois jogos aconteceriam no sábado (as decisões sempre foram em dias de semana).

Com todos esses ingredientes, a possibilidade de ser algo inédito e grandioso era enorme.

Contudo, a rivalidade acabou transformando completamente as torcidas.

No primeiro jogo, na casa do Boca, já havia acontecido o adiamento da partida para o dia seguinte (domingo, 11), em virtude de uma forte chuva que caiu em Buenos Aires.

Assim, a Conmebol decidiu adiar a partida.

Primeira final disputada: 2 a 2.

O jogo da volta, marcado para o último sábado poderia suprir essa pequena frustração involuntária no primeiro confronto.

Não foi o que aconteceu.

Torcedores do River cercaram o ônibus do Boca Junior na entrada do Monumental del Nuñez e, pasmem, atiraram pedras e gás de pimenta no veículo.

A situação gerou pânico nos jogadores, tendo inclusive, alguns feridos (como o capitão Pablo Perez, que teve um olho atingido pelos estilhaços dos vidros da janela).

O gás de pimenta também gerou mal-estar nos jogadores dentro do vestiário.

Sem condições físicas e psicológicas, o Boca pediu o adiamento da partida.

A CONMEBOL decidiu adiar, mas apenas por uma hora (há rumores que o presidente da FIFA, Gianni Infantino, pressionou para que jogo acontecesse ainda no sábado).

Depois de quase 5 horas, veio a confirmação do adiamento da partida, mais uma vez para o domingo – mesmo com os presidentes de Boca e River assinando um “acordo de cavalheiros” mais cedo, concordando em adiar o jogo).

Não há como esconder a frustração dos torcedores sensatos que foram ao estádio prestigiar um grande jogo de futebol.

Ficar na fila por horas para conseguir um ingresso, mais algumas horas para entrar no Monumental e, com esse papelão, pra sair também.

Foi comum ver crianças chorando e a visível tristeza nos olhares das pessoas ali presentes.

Os criminosos disfarçados de torcedores que não foram ao estádio para ver uma partida de futebol, causaram tumulto na saída também, tendo até relatos de confrontos com a polícia.

A CONMEBOL falhou em diversos quesitos que vão além da segurança básica.

Falhou como instituição, falhou como amparo aos clubes, falhou como organização.

São várias as falhas que a Confederação Sul-Americana de Futebol cometeu e vêm cometendo.

Como fechamento, ao menos por essa semana, o Boca Juniors solicitou a suspensão da final e providências para achar os culpados pela violência.

A suspensão foi aceita e averiguações estão sendo feitas para localizar os culpados.

A partida que vai decidir o campeão segue sem prazo, mas o mais provável é que ela aconteça no dia 8 (4 dias antes do início do Mundial de Clubes).

Se a CONMEBOL quer recuperar a credibilidade no cenário futebolístico, punições devem ser feitas.

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