Imagem: Autor Desconhecido
A maior final de Libertadores da história se transformou em uma
vergonha mundial
Por Gabriel Leme
River Plate e Boca Junior, ambos
da Argentina e eternos rivais, tinham tudo para protagonizar a maior final da
Libertadores de todos os tempos.
Com boas equipes e boas
campanhas, as equipes bateram Grêmio e Palmeiras para jogarem a grande decisão.
Expectativa alta, torcedores
gritando e comemorando muito, pais levando seus pequenos filhos para o estádio
na esperança de contar com um amuleto para o time do coração.
Tudo isso acompanhado de uma data
inédita no torneio: os dois jogos aconteceriam no sábado (as decisões sempre
foram em dias de semana).
Com todos esses ingredientes, a
possibilidade de ser algo inédito e grandioso era enorme.
Contudo, a rivalidade acabou
transformando completamente as torcidas.
No primeiro jogo, na casa do
Boca, já havia acontecido o adiamento da partida para o dia seguinte (domingo,
11), em virtude de uma forte chuva que caiu em Buenos Aires.
Assim, a Conmebol decidiu adiar a
partida.
Primeira final disputada: 2 a 2.
O jogo da volta, marcado para o
último sábado poderia suprir essa pequena frustração involuntária no primeiro
confronto.
Não foi o que aconteceu.
Torcedores do River cercaram o
ônibus do Boca Junior na entrada do Monumental del Nuñez e, pasmem, atiraram
pedras e gás de pimenta no veículo.
A situação gerou pânico nos
jogadores, tendo inclusive, alguns feridos (como o capitão Pablo Perez, que
teve um olho atingido pelos estilhaços dos vidros da janela).
O gás de pimenta também gerou
mal-estar nos jogadores dentro do vestiário.
Sem condições físicas e
psicológicas, o Boca pediu o adiamento da partida.
A CONMEBOL decidiu adiar, mas
apenas por uma hora (há rumores que o presidente da FIFA, Gianni Infantino,
pressionou para que jogo acontecesse ainda no sábado).
Depois de quase 5 horas, veio a
confirmação do adiamento da partida, mais uma vez para o domingo – mesmo com os
presidentes de Boca e River assinando um “acordo de cavalheiros” mais cedo,
concordando em adiar o jogo).
Não há como esconder a frustração
dos torcedores sensatos que foram ao estádio prestigiar um grande jogo de
futebol.
Ficar na fila por horas para
conseguir um ingresso, mais algumas horas para entrar no Monumental e, com esse
papelão, pra sair também.
Foi comum ver crianças chorando e
a visível tristeza nos olhares das pessoas ali presentes.
Os criminosos disfarçados de
torcedores que não foram ao estádio para ver uma partida de futebol, causaram
tumulto na saída também, tendo até relatos de confrontos com a polícia.
A CONMEBOL falhou em diversos
quesitos que vão além da segurança básica.
Falhou como instituição, falhou
como amparo aos clubes, falhou como organização.
São várias as falhas que a
Confederação Sul-Americana de Futebol cometeu e vêm cometendo.
Como fechamento, ao menos por
essa semana, o Boca Juniors solicitou a suspensão da final e providências para
achar os culpados pela violência.
A suspensão foi aceita e
averiguações estão sendo feitas para localizar os culpados.
A partida que vai decidir o
campeão segue sem prazo, mas o mais provável é que ela aconteça no dia 8 (4
dias antes do início do Mundial de Clubes).
Se a CONMEBOL quer recuperar a
credibilidade no cenário futebolístico, punições devem ser feitas.
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