Fifa decide: jogador terá direito a ganhar percentual de sua
transferência
Por Rodrigo Mattos/UOL Esportes
Uma decisão da Fifa vai permitir
que os jogadores possam ganhar um percentual de suas transferências de um clube
para o outro.
Isso porque, na sexta-feira, foi
definido que os atletas poderão deter uma fatia dos seus direitos federativos,
pois não são consideradas terceira parte na negociação.
A medida será incluída em
modificação no regulamento da Fifa em julho e já movimenta o mercado de
negociações.
Desde 2015, a Fifa proibiu que
terceiros tivessem participação em direitos e, portanto, em transferências de
jogadores.
Assim, só clubes poderiam lucrar
com as negociações, o que excluía agentes, fundos e empresas.
Teoricamente, os atletas também
estavam vetados, mas havia uma dúvida sobre a legislação.
"Em junho de 2018, o Comitê Disciplinar da Fifa decidiu que os
jogadores não eram uma terceira parte e, portanto, poderiam ter um percentual
em um processo que envolveu clubes como o Colo-Colo, Panathinaikos, entre
outros. Mas continuava a haver uma desconfiança dos clubes. Agora, em Miami, o
departamento jurídico e de jogadores da Fifa confirmou essa decisão",
analisou o advogado Marcos Motta, que participa de comissões da Fifa.
A decisão foi anunciada pelo
direito legal da Fifa, Emílio Garcia, após reuniões da Fifa na cidade norte-americana:
"A partir de junho de 2019, os jogadores que se transferirem não
serão considerados terceira parte no contexto do artigo 18TER das regulações da
Fifa para Status e Transferências de jogadores. Mais mudanças legais em
breve", afirmou ele, no Twitter.
A tendência é uma alteração do
artigo 18TER no próximo regulamento.
Ainda não está clara se vai haver
uma limitação para o percentual que os jogadores poderão manter de seus
direitos econômicos.
A Fifa pode estabelecer, neste
regulamento de jogadores, que exista uma restrição.
"É importante dizer que o artigo 18BIS que proíbe que outras
partes tenham influência no clube continua em vigor. Assim, ninguém que detenha
percentuais sobre a negociação pode influenciar o clube", ressaltou
Motta.
A mudança deve gerar
significativo impacto no mercado.
A partir de agora, em qualquer
renovação de contratos, os jogadores poderão pedir como luvas um percentual
sobre seus direitos como faziam antes de 2015.
Além disso, haverá a
possibilidade de empresas e agentes fazerem acertos em contratos civis com os
jogadores em troca desses direitos.
Isso segue proibido pela Fifa,
mas um acordo entre o jogador e o agente pode ser mais fácil de esconder.
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