Por Andrea Ramalho – estagiária do TVU Esporte
O mundo esportivo, tipicamente masculino, já começou a aprender que já passou da hora de deixar a mulher ocupar o pouco espaço que a ela é devido. Muito pouco por sinal. Não consigo enumerar argumentos para defender esse espaço sem parecer uma feminista de plantão, mas posso lembrar o exemplo da nossa maior jogadora de futebol, Marta: se ela consegue dar show nos gramados país afora – tudo bem que a seleção feminina perdeu a copa do mundo, mas ela joga melhor do que muito jogador milionário - outras mulheres também podem ser grandes profissionais da cobertura esportiva.
A distância entre fazer um bom trabalho e chegar a debater em rodas cheias de testosterona é imensa, mas não é um caminho impossível. Difícil é lidar com certo tipo de situação que o jornalismo esportivo nos coloca. Certa vez - eu estava dando os meus primeiros passos na cobertura futebolística – os torcedores de uma arquibancada inteira, em coro, começaram a gritar “gostosa” para uma colega jornalista. Nesse dia, pude sentir como o assédio é grande.
A recompensa também é imensa, porque quando a câmera liga e o microfone está na mão, quem fica no comando sou eu. Sou eu que estou dentro das quadras, gramados, ginásios e hípicas, pertinho dos maiores ídolos do esporte, tentando fazer o melhor para que os tais das rodinhas possam continuar suas discussões, baseadas nas informações que eu repassei.
Pois é, não posso ser mais uma pioneira no jornalismo esportivo porque outras grandes mulheres já escreveram esse capítulo da história. Mas também posso ser grande, inclusive tenho caráter para isso. Talvez com um pouco mais de experiência, estudo e dedicação, daqui a alguns anos, eu possa cobrir a conquista da Copa do Mundo pela seleção da nossa Marta. Seriam duas grandes vitórias.
Quanto às rodinhas... Deixa pra lá.