quarta-feira, novembro 07, 2007

O pioneirismo feminino...

Por Filipe Mamede


Não é de hoje que as mulheres ocupam espaços considerados exclusivamente masculinos. Há exatos 60 anos, no final de 1947, a redação do recém lançado jornal Gazeta Esportiva recebia a visita de uma bela jovem de cabelos escuros e curtos, voz macia e olhos doces. Nenhum dos marmanjos que estavam ali poderia imaginar que a moça era a mais nova contratada do veículo. O nome da jovem era Maria Helena Nogueira Rangel.

Em 1926, nascia na cidade de Catanduva, interior do estado de São Paulo, Maria Helena. Sempre envolvida com esportes, formou-se em Educação Física pela Universidade de São Paulo e fazia parte da equipe de arremesso de disco do Esporte Clube Pinheiros, associação pela qual ganhou vários títulos, entre eles o de campeã paulista e do Troféu Brasil de arremesso de disco.

Sua carreira como jornalista esportiva, embora curta, foi bastante proveitosa. Com o registro profissional iniciado em 1º de janeiro de 1948, e finalizando em 30 de setembro de 1953, Maria Helena publicou centenas de matérias teve a oportunidade de viajar por vários países sempre cobrindo competições internacionais. Porém, se dinheiro é bom e todo mundo gosta, com Maria Helena não poderia ser diferente. Uma proposta para lecionar no interior de São Paulo, com um salário promissor, a fez deixar as redações esportivas e optar de vez pelas salas de aula.

De volta á Catanduva, a jornalista se casou. Teve três filhos e cinco netos. Infelizmente há sete anos, em agosto de 2000, Maria Helena faleceu, vítima de um AVC. Cinco anos depois, a pioneira nas redações esportivas emprestou seu nome a uma escola da cidade de Taquaritinga, interior paulista.


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