sexta-feira, novembro 23, 2007

Um albergue não tem o mesmo glamour de um resort...

- Esperei ansioso pela publicação no blog do Marcos Lopes, a conversa travada entre ele e Alexandre Cavalcanti na distante Salvador...

Confesso que esperava algo mais bombástico, algo mais arrasador. Porém, o que li foi o de sempre, só que com uma pitada de amargor.

Há muito afirmo em conversas públicas e privadas que Alexandre Cavalcanti foi usado, foi marionete nas mãos de uns poucos. Alexandre foi lançado candidato não para presidir a FNF, mas sim para “ajeitar” a costura política alinhavada pelos seus correligionários...

A Federação não era um fim para esses senhores, era um meio, e como tal foi usada. A decisão de fazê-lo presidente não se balizou nos interesses do futebol, mas nos interesses dos homens a volta de uma mesa em um apartamento classe A de Natal. Não duvido que tenham feito promessas a Alexandre Cavalcanti... É certo que fizeram, mas também é certo, que não havia nenhuma intenção de cumprir nenhuma delas.

Alexandre se lançou e venceu... Na verdade, Alexandre perdeu. Perdeu por não ter nenhuma idéia do que iria encontrar, perdeu por não ter nenhum projeto pelo qual lutar e perdeu por não ter nenhum pendor para o cargo.

Quem venceu foram os clubes sanguessugas e seus caricatos presidentes. Afinal, naqueles dias de eleição eram tratados como se importantes fossem, eram mimados, ouvidos, atendidos a tempo e a hora e muitos dos seus “problemas” foram sanados com a rapidez de um raio.

Venceram também os “meninos de ouro” da administração passada, pois mesmo sob investigação da justiça ninguém foi afastado, ninguém foi molestado... Todos continuaram como se nada tivesse acontecido.

O que Alexandre Cavalcanti disse a Marcos Lopes nada tem de surpreendente, nada tem de novo ou relevante. Alexandre apenas confirmou a condição de vassalo da CBF, apenas confirmou o eu sempre soube... Alexandre preside um albergue e não um hotel de luxo.

As reuniões do Conselho Arbitral lembram em quase tudo, as reuniões dos mandatários das republiquetas latino-americanas... Muito gel, muito perfume, muitos carros caros, muita pose, muito discurso vazio, muita politicagem barata e nenhuma idéia digna de nota...

No fundo, o Conselho Arbitral é uma reunião de pobres a arrotar pompa e circunstância, pois assim como os mandatários das republiquetas, eles sabem que os cofres de suas instituições são tão vazios como suas cabeças...

Talvez tenha sido esse um dos motivos que levaram Lupercio Luiz a ser derrotado.

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