sábado, novembro 03, 2007

Marketing...

Fortalecer o vinculo entre a equipe e o torcedor, para com isso gerar receita em longo prazo. Essa é uma das razões apontadas pela imensa maioria dos clubes na Europa para o fortalecimento de suas categorias de base. Enquanto aqui a mentalidade é imediatista e primária, lá eles usam seus jovens talentos como alavanca nos negócios do clube.


Europa mantém tradição de cultivar ídolos da base

Modelo de gestão também poderia ser utilizado no Brasil

Eugenio Goussinsky


Para www.cidadedofutebol.uol.com.br


A imagem do ídolo na Europa não se relaciona apenas às estrelas que chegam por meio de transferências vultosas. Os torcedores europeus vêem nos craques formados nas próprias equipes os maiores símbolos de seus clubes. Com a admiração superando até a dispensada a nomes como Ronaldinho Gaúcho, Messi, Kaká ou Robinho.


É tradição na Europa o clube ter como referência pelo menos um jogador formado nas categorias de base, que despontou para o estrelato. A Roma, por exemplo, tem no trio formado por Aquilani, De Rossi e principalmente Totti, ídolos que se identificam com a torcida. No Milan, Maldini é o jogador mais respeitado, tratado como um herói pela torcida sempre que entra em campo.


Pela Lei da FIFA, o clube formador tem a primazia de assinar um contrato de três anos com o jogador que subiu ao profissional. Mas muitos dos jogadores europeus permanecem por anos, até por toda a carreira, no clube. Tal fenômeno tem se tornado, além de um fortalecedor do vínculo entre a equipe e o torcedor, uma excelente fonte de receitas em longo prazo.


“Os clubes europeus não vêem esses jogadores como ativos a gerarem receitas em pouco tempo. Eles preferem mantê-los por um longo prazo, quando obterão lucros até maiores com eles na equipe, por meio de maior arrecadação de bilheteria, venda de produtos e melhores negociações de cotas de televisão”, observou Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo da Casual Auditores.


Seguindo a trilha dos times italianos, o Real Madrid tem no meia atacante Raúl seu maior xodó. O Liverpool trata Gerrard com toda a reverência, assim como John Terry é tratado no Chelsea. Na Alemanha, o jovem Schweinsteiger é o “Menino de Ouro” do Bayern de Munique e Tim Borowsky é fruto da escolinha do Werder Bremen, onde atua.


O Ajax, da Holanda, mantém sua fama de exportar talentos, mas de utilizar muitos deles por longo tempo em suas fileiras. Depois de perder a revelação Sneijder para o Real Madrid, ainda possui craques revelados em suas eficientes categorias de base, como Babel, Maduro e Heitinga. Govou, do Lyon, é um dos exemplos franceses que também se encaixam nesse perfil de jogador.


Para Sommogi, os grandes clubes brasileiros teriam condições de manter seus maiores ídolos por mais tempo. “Os clubes brasileiros renegam a importância dessa questão. Está provado que o departamento de marketing dos clubes teria um potencial enorme de obter receitas com a imagem e o exemplo de jogadores que se identificam com a agremiação e com sua torcida. E se isso não mudar, o modelo de gestão do futebol no Brasil será igual ao de uma Colômbia ou Bolívia,” completa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente Fernando, o modelo de negócio adotado no Brasil, é a busca do lucro imediato. Aqui no RN, o maior exemplo é o Walysson não é mesmo?

Um abraço.