quarta-feira, novembro 14, 2007

Lá a violência tem origem na própria origem...

Ultras da Lazio e os símbolos do nazismo e do fascismo
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Torcida do Livorno e os simbolos socialistas
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- A Itália ainda repercute a morte de Gabriele Sandri de 26 anos no domingo passado... Aqui no Brasil, Kaká declarou que a violência entre torcidas pode tirá-lo do futebol italiano, em Bérgamo, o site oficial do Atalanta estampou em sua página principal o repudio de seus jogadores aos recentes acontecimentos. A nota assinada por todos os jogadores e pelo treinador da equipe pode ser resumida em uma única frase: “Tirem os delinqüentes dos estádios”.


O policial que disparou sua arma e acabou causando a morte de Gabriele, é considerado por seus companheiros e por seus superiores um homem tranqüilo, alegre, pontual, cumpridor dos seus deveres e sua ficha é limpa na Policia Rodoviária de Arezzo. Hoje Luigi Spaccarottella, 31 anos e casado com a enfermeira Frederica, deu uma declaração a imprensa italiana onde disse apenas o seguinte: “Não sou um assassino, não o sou! Não saio pelas ruas pensando em machucar as pessoas. Nesse momento penso apenas que vocês devem ter muito respeito pelo rapaz e por sua família. Também peço respeito a mim e a minha situação. Não estou feliz, estou me sentindo péssimo... Não sou um assassino!


As autoridades italianas estão em constante reunião com o Presidente da Federação Italiana e o Presidente da Liga Italiana de Futebol Profissional da Itália. Entre as muitas possibilidades aventadas, duas ganham força entre os membros da justiça italiana e o governo do país. A primeira é de suspender por tempo indeterminado o todos os jogos dos campeonatos das Séries A, B, C1 e C2 e a segunda é pela continuidade da competição, mas com os portões fechados até o seu final.


Hoje a frase mais contundente partiu da Justiça da Itália: “Punho de Ferro contra os delinqüentes”.


Comentário pessoal:

A violência no futebol europeu tem suas origens na própria origem dos povos que lá habitam. Diferentes de nós, cada país europeu é um amontoado de raças, mesmo a pequena Bélgica tem profundas divisões internas. A Valônia e o Flandres convivem, mas só seu alto nível de vida e a força moral da casa real belga, os mantém juntos. Milão fica a poucos quilômetros de Bérgamo, mas em Bérgamo se fala um dialeto quase incompreensível para o cidadão de Milão. Na desenvolvida Suíça, fala-se o alemão, o francês, o italiano e o romanche. Na Alemanha, quem vive em Munique primeiro se considera um Bávaro e só depois se julga alemão. Junte-se a esses fatos, as questões políticas, étnicas, econômicas, sociais e religiosas, e teremos ainda mais fogo na fogueira.

As guerras que consumiram o continente deixaram suas marcas. Cidades inteiras mudaram repentinamente de país, pessoas nascidas alemães, foram obrigadas a viver na Polônia e húngaros, passaram a ser romenos pela força. No campo religioso, o continente europeu é um continente em constante ebulição. Católicos mataram pagãos celtas e vikings entre outros. Depois se uniram aos protestantes para matar judeus e quando viram diminuir seus “inimigos”, passaram a matarem-se uns aos outros. Não podemos esquecer os grandes males do século XX, o comunismo e o nazismo. Ambos produziram o que há de mais inominável em termos de escravidão, matança e radicalismo. Marx e Engels criaram as condições teóricas para o absurdo comunista. Lênin cumpriu a risca a receita e Stalin floresceu no jardim das teorias bem cuidadas pelos bolcheviques. Enquanto na Áustria, Abraham A Santa Clara, o jesuíta, vomitou seu ódio aos judeus que viviam no antigo Império Austro-Húngaro. Hitler é filho deste vomito.

Seus clubes de futebol são espelhos dessa história e seus escudos provam isso. Basta observar a forte ligação que esses escudos têm com seu passado medieval e guerreiro, com suas casas reais e com suas antigas cidades fortaleza. Na Itália, os símbolos do Império dos Césares estão presentes nos escudos da Lazio e alguns outros times. Na Grécia não só os símbolos, mas também os nomes de antigos deuses da mitologia se fazem presentes nos clubes do país. Na Alemanha, Borussia é o nome de uma deusa germânica e na Inglaterra o Arsenal tem esse nome por motivos óbvios. O leste da Europa não foge aos padrões. Infectados pelo comunismo, alguns clubes ainda trazem nomes ligados a velha doutrina. Na Polônia, o Légia Varsóvia pode ser traduzido por Legião de Varsóvia. Na Sérvia, Partizam, era o nome dado pelos eslavos aos guerrilheiros que combateram os invasores alemães e o Estrela Vermelha é fruto do socialismo do Marechal Tito. Poderia citar ainda muitos nomes com forte ligação com o passado violento do continente, mas creio que esses já sirvam para uma meditação a respeito do assunto.

Porém, os europeus aprenderam com a história, criaram sociedades democráticas e vigorosas, social e economicamente falando, mas não se furtam de punir exemplarmente os que tentam impor a violência como fator de persuasão, seja no futebol, seja fora dele.





Um comentário:

RH disse...

Parabéns pelo blog.
Sugiro a leitura do seguinte texto

http://dr-hugo-jorge.blogspot.com/2007/11/porqu-meditar.html

Hugo Jorge
http://dr-hugo-jorge.blogspot.com