sábado, novembro 10, 2007

Gestão Moderna - II

O blog de Marcos Lopes informa que Gilberto de Nadai pensa em ter a frente das categorias de base do América um treinador experiente, não há como deixar de aplaudir tal decisão. Nos anos sessenta o saudoso e competente treinador Osvaldo Brandão, já pregava essa idéia e várias vezes, chegou a declarar que gostaria de assumir as bases de um grande clube brasileiro. Porém, ao ser questionado sobre se Souza pararia ou não de jogar em 2008, Gilberto teria dito a Marcos, que Souza poderia permanecer jogando, mas em condições especiais. Marcos fez questão de frisar que Gilberto falava em seu próprio nome e não em nome de Souza.

Aceitar na equipe um jogador em “condições especiais” me soa um tanto retrógado, se partirmos do principio que a vinda desse grupo investidor e da contratação de Gilberto como executivo tem com parâmetro a modernidade. Primeiro é estranho que Souza seja ao mesmo tempo investidor e jogador...

Como será essa relação diante do treinador? Como o treinador irá agir frente a um jogador que é ao mesmo tempo comandado e comandante? O treinador se sentirá a vontade dirigindo a quem o paga? Creio que essas perguntas são relevantes e merecem uma reflexão.

Por outro lado o que seria a tal “condição especial”? Souza por ter medo de viajar de avião, estaria isento de acompanhar a equipe nos jogos fora de Natal? Mesmo os jogos importantes? E como se sentirá aquele que entrar em seu lugar nesses jogos? Por outro lado, é sabido que Souza já não tem muita disposição para concentrações. Como isso será administrado? Todo mundo concentra e Souza não? Essas também são questões pertinentes, e creio eu, devem fazer parte de uma profunda analise por parte dos novos gestores do América.

Não tenho a intenção de me imiscuir nos negócios internos do América, mas se por um lado a idéia de uma categoria de base comandada por alguém experiente é digna de aplausos, por outro lado manter privilégios na equipe principal me parece contraditório. Ou a modernidade chega para todos e como um todo, ou ficará o clube rubro com um pé no presente e outro no passado. Só como exemplo, vou citar os casos de Ronaldo Nazário, Ronaldinho Gaúcho, Figo, Beckham e Robinho... Todos ou são famosos e atraem multidões ou são geniais e geram milhões em dividendos para suas equipes, mas nem Real Madrid, Manchester United, Internazionale ou Milan, dão ou deram a eles nenhuma “condição especial”.

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