A primeira questão levantada por Lupercio é; “você acredita que com esse time, o ABC tem chances de subir para a Série A do próximo ano?
Resposta curtinha; “não”!
Resposta mais longa; “chance nenhuma de subir e terá que lutar muito para não cair”!
Passadas as primeiras vinte e quatro horas da conquista do inédito título número 50 e, passadas as justas comemorações, é hora de se colocar os pés no chão e procurar entender que uma coisa é o nosso simpático e provinciano campeonato, outra, é um campeonato que envolve equipes de vários estados brasileiros.
Diz um amigo meu acostumado na lida diária do futebol e com experiência em negociações entre clubes e jogadores, que uma equipe vai precisar pagar entre 16 a 22 mil reais de salário em média para tentar se manter na Série B.
Se objetivo for chegar a Séria A, aí, o preço é mais salgado...
Não é publico, mas para quem conhece os meandros do nosso futebol, é sabido que o Presidente do ABC, Judas Tadeu tem se queixado muito das dificuldades que está encontrando para montar o time que desejaria.
Mesmo já tendo declarado que seu objetivo é ficar na Série B por algum tempo e só depois, tentar uma arrancada para a sonhada Série A, Judas já percebeu que não será tão fácil assim e que as dificuldades serão imensas.
Portanto, o que tem procurado fazer, é buscar o máximo possível de informação sobre a qualidade técnica dos que pretende trazer.
O problema está na diferença entre a informação que se recebe e a realidade do jogador em campo.
Série B, não é o Campeonato Estadual.
A segunda questão levantada por Lupercio, diz respeito à demora do América em definir seu elenco (o treinador já foi anunciado) e se essa demora pode custar alto aos rubros.
Toda decisão demorada aumenta em muito os riscos de fracasso, e, no caso de uma equipe de futebol, com certeza quanto mais demorar pior.
Porém, não se deve pensar que a demora em questão é apenas displicência da direção alvirrubra.
O América assim como o ABC, sofre do mesmo mal; “falta grana e faltam os tais jogadores bons e baratos”.
Para piorar, a diretoria americana vem sofrendo desde o ano passado com os fracassos e as derrotas e isso, é fator inibidor na hora da decisão.
O medo de errar e o medo das conseqüências que esse erro possa trazer têm feito com que cada passo seja medido.
Porém, um time precisa de tempo para sua adaptação ou novo lugar e ao novo comandante, assim como o novo comandante precisa de tempo para estabelecer uma relação com seus novos comandados.
Além dos fatores acima, é preciso tempo para que todos possam ter um mínimo de conhecimento sobre a forma de atuar e de se comportar de cada um dos novos membros do grupo.
Portanto, respondo o seguinte ao Lupercio...
Terá um custo alto sim e esse custo pode tornar a luta para ficar na Série B muito maior do poderia ser ou, ser tão doloroso quanto foi ver a queda da A.
Em resumo eu diria que; “dois times para dois semestres, é o caminho mais curto para a derrota”.