Gosto de assuntos polêmicos, e gosto por que induzem ao debate e todo debate, desde que mantido num nível elevado e embasado em argumentos fortes, é salutar.
Portanto vou meter o bedelho na proposta enviada pelo professor Andrey Valério ao presidente da FNF Alexandre Cavalcanti, para que os treinadores de categoria de base sejam obrigados a apresentar sua inscrição no Conselho Regional de Educação Física ou curso especifico na formação de técnicos de futebol.
Trocando em miúdos, tal proposta tem por objetivo defender o mercado de trabalho dos licenciados em educação física. Mas deixa em aberto, a possibilidade de que qualquer cidadão que tenha um curso de treinador de futebol, devidamente reconhecido pelas autoridades competentes, venha a poder exercer a função.
Em principio essa sugestão pode dar a impressão de que sua adoção venha a causar dano aos ex-jogadores que atuam como técnicos nas bases de muitos clubes por esse Brasil afora. Mas se aceita, a nova norma, só trará prejuízo caso seja adotada de forma açodada e sem a que sejam levadas em consideração questões fundamentais como:
Primeiro: O que será feito com quem já milita como treinador, mesmo sem possuir o diploma universitário ou ter cursado nenhuma escola especializada em formar treinadores?
Segundo: “Existe um principio legal de reza que nenhuma lei pode retroagir para prejudicar ninguém”...
Portanto, mesmo sendo um defensor da qualificação profissional e da elevação dos níveis de formação acadêmica de qualquer setor, entendo que, será preciso que seja garantido o direito de quem já está efetivamente trabalhando.
Ensina o bom senso, que o mais justo, o mais correto e o menos traumático, seja que na nova norma (caso venha a ser aceita pela FNF), fique preservado o espaço de quem o conquistou por mérito ou por falta de interesse dos licenciados e que a partir de sua implantação, ai sim, se vede o acesso a carreira de treinador aos que não cumprirem os requisitos exigidos.
Qualquer solução fora desse contexto será injusta e patrimonialista.
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