Por Horacio Accioly
Mais uma vez vou dar “pitaco” onde não sou chamado. Todavia, Fernando, em nome da amizade que temos me sinto no dever de dar minha modesta, mas sincera opinião, acerca da proposta feita pelo professor Andrey Valério quanto à exigência de se ter um professor de educação física à frente das categorias de base no futebol norte-rio-grandense.
Não considero como você afirma, tratar-se de uma reserva de mercado ou corporativismo a sugestão daquele professor. Trata-se de uma exigência legal, já que tal determinação parte do Conselho Nacional de Educação Física que, diga-se de passagem, já é cumprida pelas federações, ditas sérias, do futebol brasileiro. Todavia, para melhores esclarecimentos, abordarei, de forma sucinta, alguns pontos que justificam esta sábia atitude.
1˚ ) Nem todas as crianças ou jovens que participam de treinamentos e competições nos clubes esportivos pretendem, ou serão, no futuro, profissionais do futebol;
2˚ ) O esporte, seja ele qual for, tem como objetivo maior contribuir na formação integral de seus praticantes;
3˚ ) Baseado nessas duas premissas, fica evidente que o orientador esportivo, principalmente nas categorias de base, deva possuir profundos conhecimentos pedagógicos (a arte de conduzir crianças, sem ser o motorista que as leva para a escola), e pelas especificidades do esporte, como se aprende e como se desenvolvem as habilidades motoras. No âmbito corporal, deve possuir conhecimentos científicos do complexo funcionamento do corpo humano, sua anatomia, fisiologia, biomecânica, bioquímica, etc., a fim de propor treinamentos compatíveis com as necessidades e idades biológicas e cronológicas dos praticantes, principalmente para não se tornarem “assassinos em longo prazo” (os efeitos de um trabalho errado, só aparecem muito depois de sua aplicação). No âmbito mental, o profissional formado em nível superior, portanto qualificado, deverá conhecer muito sobre psicologia, não só da aprendizagem, quanto de modo geral, para não formar atletas destemperados, que não sabem que perder ou ganhar são conseqüências normais de qualquer competição. No âmbito social, terá que ter plena compreensão das relações interpessoais, primando pelos espíritos de companheirismo, solidariedade, coletividade, dentre outros que favorecem a convivência grupal, mormente em se tratando de esportes coletivos.
No que concerne ao problema social dos ex-atletas profissionais, que não terão emprego ao pararem de jogar futebol, lhe informo que os conselhos regionais, quando da implantação da determinação em apreço, deu oportunidade a quantos quiseram de realizar curso de qualificação, em caráter excepcional, para minimizar suas deficiências. Ademais, aqui para nós, se não fizeram seu pé de meia, se qualificaram, em fim, garantiram seu futuro profissional nesta ou em outra área do conhecimento humano, foi porque não quiseram, pois concentração, para atletas inteligentes, é o lugar e o momento ideal para estudar e não para jogar cartas, sinuca ou coisa que o valha.
Bem meu caro, pararei por aqui para não encher seu “blog” do que muitos ignorantes chamam de academicismos, mas deixo em aberto o “mote” para quaisquer discussões nesse sentido, por quem quer que se interesse por esse tema.
Não considero como você afirma, tratar-se de uma reserva de mercado ou corporativismo a sugestão daquele professor. Trata-se de uma exigência legal, já que tal determinação parte do Conselho Nacional de Educação Física que, diga-se de passagem, já é cumprida pelas federações, ditas sérias, do futebol brasileiro. Todavia, para melhores esclarecimentos, abordarei, de forma sucinta, alguns pontos que justificam esta sábia atitude.
1˚ ) Nem todas as crianças ou jovens que participam de treinamentos e competições nos clubes esportivos pretendem, ou serão, no futuro, profissionais do futebol;
2˚ ) O esporte, seja ele qual for, tem como objetivo maior contribuir na formação integral de seus praticantes;
3˚ ) Baseado nessas duas premissas, fica evidente que o orientador esportivo, principalmente nas categorias de base, deva possuir profundos conhecimentos pedagógicos (a arte de conduzir crianças, sem ser o motorista que as leva para a escola), e pelas especificidades do esporte, como se aprende e como se desenvolvem as habilidades motoras. No âmbito corporal, deve possuir conhecimentos científicos do complexo funcionamento do corpo humano, sua anatomia, fisiologia, biomecânica, bioquímica, etc., a fim de propor treinamentos compatíveis com as necessidades e idades biológicas e cronológicas dos praticantes, principalmente para não se tornarem “assassinos em longo prazo” (os efeitos de um trabalho errado, só aparecem muito depois de sua aplicação). No âmbito mental, o profissional formado em nível superior, portanto qualificado, deverá conhecer muito sobre psicologia, não só da aprendizagem, quanto de modo geral, para não formar atletas destemperados, que não sabem que perder ou ganhar são conseqüências normais de qualquer competição. No âmbito social, terá que ter plena compreensão das relações interpessoais, primando pelos espíritos de companheirismo, solidariedade, coletividade, dentre outros que favorecem a convivência grupal, mormente em se tratando de esportes coletivos.
No que concerne ao problema social dos ex-atletas profissionais, que não terão emprego ao pararem de jogar futebol, lhe informo que os conselhos regionais, quando da implantação da determinação em apreço, deu oportunidade a quantos quiseram de realizar curso de qualificação, em caráter excepcional, para minimizar suas deficiências. Ademais, aqui para nós, se não fizeram seu pé de meia, se qualificaram, em fim, garantiram seu futuro profissional nesta ou em outra área do conhecimento humano, foi porque não quiseram, pois concentração, para atletas inteligentes, é o lugar e o momento ideal para estudar e não para jogar cartas, sinuca ou coisa que o valha.
Bem meu caro, pararei por aqui para não encher seu “blog” do que muitos ignorantes chamam de academicismos, mas deixo em aberto o “mote” para quaisquer discussões nesse sentido, por quem quer que se interesse por esse tema.
Do blog:
Ser tribuna livre, essa é uma das idéias que me levaram a iniciar a árdua, mas sempre gratificante tarefa de levar em frente o Fernando Amaral FC.
E ao receber do Professor Horacio Accioly o que ele com sua humildade característica chamou de “pitaco”, só posso dizer que me senti feliz por tê-lo como leitor e como participante desse espaço.
Accioly não é só um amigo por quem tenho total, profundo e incondicional carinho. Accioly é um dos mais importantes nomes da Educação Física desse Estado e quiça do país.
Portanto, sua presença só qualifica esse blog e dá ao debate a credibilidade que só Horacio Accioly seria capaz de dar.
Antes que alguém possa pensar que minha amizade pelo Professor Accioly é brisa suave de verão (percebam que logo no início de seu texto, ele discorda de mim), afirmo que muito pelo contrário; somos amigos exatamente por termos tantas convergências como temos divergências.
Porém, nossas divergências sempre foram tratadas com inteligência, paciência e espírito aberto. Não sei se algum dia ensinei alguma coisa a Accioly, mas que aprendi muito, com certeza aprendi.
Ser tribuna livre, essa é uma das idéias que me levaram a iniciar a árdua, mas sempre gratificante tarefa de levar em frente o Fernando Amaral FC.
E ao receber do Professor Horacio Accioly o que ele com sua humildade característica chamou de “pitaco”, só posso dizer que me senti feliz por tê-lo como leitor e como participante desse espaço.
Accioly não é só um amigo por quem tenho total, profundo e incondicional carinho. Accioly é um dos mais importantes nomes da Educação Física desse Estado e quiça do país.
Portanto, sua presença só qualifica esse blog e dá ao debate a credibilidade que só Horacio Accioly seria capaz de dar.
Antes que alguém possa pensar que minha amizade pelo Professor Accioly é brisa suave de verão (percebam que logo no início de seu texto, ele discorda de mim), afirmo que muito pelo contrário; somos amigos exatamente por termos tantas convergências como temos divergências.
Porém, nossas divergências sempre foram tratadas com inteligência, paciência e espírito aberto. Não sei se algum dia ensinei alguma coisa a Accioly, mas que aprendi muito, com certeza aprendi.
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