O “novo governo brasileiro”
claudica, e, como o seu antecessor, peca na hora de se comunicar...
Não vou entrar no mérito do
projeto apresentado pelo MEC que visa mudar a grade curricular nas escolas –
não sou especialista no assunto e, portanto, não me vejo em condições de
elogiar ou atacar aquilo que não conheço com um mínimo de profundidade.
Entretanto, tenho buscado ler
quem aplaude e quem critica...
Chamo isso de buscar iluminar as
trevas.
Porém, me incomodou a decisão de
tornar a educação física, matéria não obrigatória...
Uma caca do MEC, certamente
aprovada pelo chefe, Michel Temer.
“Eliminar” a educação física é
uma afronta...
É condenar milhares de jovens a
submissão a ditadura do futebol.
Um país que pretende abraçar a
diversidade tem a obrigação de ampliar o horizonte esportivo de seus jovens...
O Brasil que na prática nunca
teve uma política esportiva digna, com essa decisão enterra de vez qualquer
chance de ter uma, seja a médio ou a longo prazo.
Abaixo a análise do jornalista
Mauro Beting, com a qual concordo integralmente...
Por Mauro Beting
Um mês após o término dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o governo
brasileiro apresentou projeto de reforma curricular em que deixa de ser
obrigatória a disciplina de educação física nas escolas do ensino médio.
A proposta é uma ofensa à tudo o que foi defendido pelo país em relação
ao projeto de defesa da candidatura olímpica brasileira, lá em 2009.
Não ter mais a obrigação de aprender a educação física nas escolas é ir
contra tudo o que já se mostrou eficiente em termos de transformação de um país
numa potência esportiva.
Um dos grandes discursos de legado esportivo dos Jogos Olímpicos usado
por Londres é o quanto aumentou a prática de outras modalidades além do futebol
nas escolas após 2012.
Não foi só o Team GB que evoluiu após os Jogos Olímpicos. As escolas
passaram a ter mais oferta de prática esportiva e maior interesse em
implementar uma cultura mais multitemática no país.
Sofremos, por aqui, de dois males.
O primeiro é a ditadura do futebol, que ocupa a maior parte do espaço
na mídia e, consequentemente, da audiência e do investimento.
O segundo é a falta de ensino, nas escolas, do esporte, algo que seria
importante para dar maior bagagem cultural e, assim, ajudar a reduzir o peso do
futebol num país tão diverso como é o nosso.
Durante décadas convivemos com escolas com estrutura precária para a
prática de atividade física, o que já interfere na nossa transformação.
O que será de nós então sem ensinar esporte?