quinta-feira, março 24, 2011

América 2x2 Baraúnas...


Não vi o América jogar contra o Baraúnas, mas conversei com Pedro Neto que me disse: “amigo, Flávio Lopes matou o América no segundo tempo. Fez tudo errado e você pode creditar o empate do Baraúnas a ele”.


Posteriormente, lendo o blog de Sérgio Fraiman, me deparei com o mesmo argumento: Flávio Lopes errou...


Diante disso, só posso crer, que Flávio Lopes transformou uma vitória quase certa, num amargo empate.


Novo treinador, novos jogadores e a velha decepção...


Infelizmente o tormento parece não acabar nas fileiras rubras.


Os gols do empate em 2x2 no Machadão foram marcados por André Neles para o América e, Daniel e Adalgiso para o Baraúnas.


Ainda está verdinha...

Imagem: Alexander Keppler


Alecrim perde, Santa Cruz empata e Palmeira vence...


Nos outros jogos da rodada, o Alecrim que continua sem convencer, perdeu no Machadão na preliminar de América e Baraúnas, para o ASSU por 2x1...

Leonardo e Marcelo marcaram para o ASSU e Eduardo Igor marcou para o Alecrim.

O Santa Cruz, campeão do primeiro turno, recebeu o Corintians de Caicó e só empatou...

Os gols do Santa foram marcados por Felipe Alves e Didi Potiguar e Esquilo e Júnior Juazeiro, para o Corintians.

Á tarde, em Goianinha, o Palmeira venceu o Centenário de Pau dos Feros por 2x0, com gols de Nino e Josivan.



quarta-feira, março 23, 2011

Um amigo incondicional...

Não mente por favor... vai dar para usar mais tarde?

Imagem: Boris Streubel

Questões impertinentes?


Ontem, durante a audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Estado para trata das obras relacionadas com a Copa de 2014, o deputado federal Fábio Faria (PMN/RN) fez a seguinte declaração:


“A realização de dois ou três jogos do Mundial é o menos importante. O importante é o legado. Se não fosse a Copa, não teríamos a reforma no Aeroporto Internacional Augusto Severo, prolongamento da Avenida Prudente de Morais, a construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, os R$ 380 milhões para as obras de mobilidade urbana em Natal, além do crescimento da nossa rede de restaurantes e hotéis, com investimentos privados”, comentou o deputado federal Fábio Faria (PMN).


“A Assembleia terá o papel fundamental de fiscalizar os custos da Copa”.


“É preciso mostrar transparência”.


“Sou um entusiasta e fico feliz em ver a participação da maioria dos deputados”.


Li e reli e acabei ficando com algumas questões martelando meus poucos neurônios...


Se a qualidade das seleções que virão para Natal, o número de jogos e as fases que aqui serão disputadas, não tem importância como afirma o deputado, como Natal irá despertar o interesse da mídia mundial?


Chile x Camarões, Austrália x Escócia e Costa Rica x Bulgária, disputados na fase de grupos, vão chamar a atenção de quem?


No Chile, em Camarões, na Austrália, na Escócia, na Costa Rica e na Bulgária, certamente, mas e no resto do mundo?


Você meu caro leitor, conhece alguém que foi passear na África do Sul depois da Copa do Mundo, só porque ficou encantado com a divulgação daquele país?


Eu não, mas minha opinião não vale; sou um realista e os realistas são considerados derrotistas pelos crentes em tudo.


Por outro lado, se para conseguir recursos que beneficiem o estado e sua população, é preciso aguardar eventos de tal magnitude, pergunto eu: por que então, nossa bancada é tão solicita e tão submissa ao poder central?


Não é dever dos deputados e senadores, lutar com unhas, dentes, e outras coisinhas mais pelo bem estar de seu estado e de sua gente?


Por que então, não o fazem?


E, por fim, a audiência publica deixou bem claro, duas coisas...


Não vão reformar o Juvenal Lamartine...


E, o Arena das Dunas, por 20 anos, pertencerá a iniciativa privada e ponto final...


Portanto, os bocós que ficam gritando que o estádio será desse ou daquele clube, podem tirar seus cavalinhos da chuva, pois o Arena terá sim um dono, mas esse vestirá a camisa da lucratividade e não a camisa de clube algum.


Ah, sobre a Assembleia fiscalizar gastos e mostrar transparência, estou tranquilo, pois meus 55 anos sobre o planeta e nesse país, não me permitem mais tamanha ingenuidade.


Não Henry, para com essa brincadeira de levitação...

Imagem: Florian Eisele


Os números fazem chacota dos discursos...


Segundo Marcos Trindade, a média de publico nos nossos estádios no primeiro turno deste ano, foi de 1.407 pessoas nos 43 jogos por ele computados...


No total foram 60. 511 os torcedores que saíram de casa para ver in loco seus clubes jogar.


Se levarmos em conta que boa parte dessas pessoas, são as mesmas que sempre vão aos jogos, veremos que em Natal o futebol não é lá grande coisa em matéria de entusiasmo.


Resumindo: o público é pífio!


Uhuuuu... já posso entrar para um grupo de street dance.

Imagem: Alfred Harder

Sem saber como utilizar...


Lá vai o mundo desabar sobre minha cabeça...


Tudo bem, fazer o que não é?


Mas vamos lá...


Souza pode estar imbuído das mais puras e honestas intenções – não duvido disso.


Mas será que precisa colocar em risco toda a história que construiu em torno de seu nome por isso?


Voltar a jogar futebol, depois de dois anos parado e com as limitações naturais da idade e os problemas clínicos adquiridos pelos anos e anos de esforço físico repetitivo, é mesmo necessário para “unir” as mil facções internas do América?


Souza tem uma história rica...


Como atleta Souza amealhou conquistas que poucos por aqui conseguiram e como homem, soube transformar esses ganhos num patrimônio que o coloca numa posição de igualdade, sem necessitar de ajudas, doações ou festas para suprir uma inimaginável má gestão de seus ganhos.


Souza, o homem, caminha de cabeça erguida entre seus pares e entre os dirigentes: é Souza e ponto final.


Entretanto, o Souza atleta já não existe mais, ficou no passado e nada pode mudar isso...


Sua técnica e sua experiência não vão resistir ao dinamismo, à velocidade e a marcação que por certo sofrerá...

O sujeito sentado na arquibancada com um copo de cerveja na mão, sem nenhuma vivência ou traquejo com o esporte, a não ser em eventuais peladas, será condescendente, será capaz de respeitar a história de Souza?


Creio que não...


As pessoas não são tão boas assim.


Souza é um ícone para o futebol do estado e para o América e, teria muito mais utilidade se tudo o que aprendeu durante os anos de jogador fosse fonte de consulta...


O problema é que o América nunca soube utilizá-lo ou então, não aceitou sua maneira de ver as coisas e por isso, jamais conseguiu encontrar para ele um lugar que não seja o campo.


Às vezes penso que a direção do América não o vê como alguém capaz de contribuir com algo mais além dos pés e sim, como símbolo a ser usado e sugado até as últimas consequências...


Uma pena, pois creio que devessem ao menos, tentar.


Enquanto a Alemanha e a França souberam o que fazer com Beckenbauer e Platini, o América e o Brasil, nunca souberam o que fazer com Souza e com Pelé.



Putz, ele soltou um pum...

Imagem: Tilo Wiedensohler

Complexo de vira lata...


Ver dirigentes de futebol em desabalada corrida para entregar a Barak Obama, as camisas de seus clubes me causou constrangimento – tenho a péssima mania de sentir vergonha pelos outros; as pessoas bancam os patetas e eu, fico vermelho por elas...


Sei não, preciso para com isso.


Não existe nada mais patético e idiota que um sujeito sair por aí, presenteando com camisa de clube, autoridades que por delicadeza são obrigados a aceitar...


Qual o significado que camisas de clubes brasileiros terão para Obama?


Ele nem gosta de soccer...


Fico me perguntando se esses toscos imaginam que o Obama vai usar uma dessas camisas em algum churrasco na Casa Branca e ou, vai vesti-las a bordo do Air Force One durante suas viagens mundo afora.


terça-feira, março 22, 2011

Surfando entre as tartarugas gigantes em Hoopika no Hawaí...

Imagem: Dominick Marino


Leandro Campos, um homem de bem...


Não quis me pronunciar sobre Leandro Campos e sua decisão de deixar o ABC sob o impacto da notícia...


Não gosto de opinar sobre assuntos delicados assim, sem um mínimo de subsídios e um mínimo de tempo para organizar mentalmente tudo...


Prefiro assim – meu pai já dizia que batalhas não são ganhas com especulação, mas com informação.


Durante todo o dia, liguei para algumas pessoas e tentei descobrir se por trás da atitude de Leandro Campos, havia algo mais...


Não consegui desvendar o mistério!


Mas percebi um grande esforço no sentido de esfriar o assunto o mais rápido possível.


É claro que há algo mais, assim como é claro que existe algo de podre na manada dos elefantes, mas o tempo fará seu papel e breve se saberá.


Entretanto, não poderia deixar de tocar no assunto, mas me perdoem não falar sobre o mérito da questão, não sei se é honesto tecer comentário sobre coisas não vividas em seu dia a dia, mas quero sim, deixar registrado meu respeito para com Leandro Campos.


Entrevistei Leandro Campos duas vezes quando estiva na equipe da rádio 95FM...


Foram essas às vezes que falei com treinador, mas por dever de ofício, sempre ouvi suas entrevistas em outras emissoras ou, após o término das partidas...


Sempre gostei muito de sua postura.


Ontem, quando ele disse que na vida tudo tem seu começo, seu meio e seu fim e que para ele, o fim havia chegado, passei a admirá-lo ainda mais, pois saber a hora de partir é uma virtude que poucos sabem cultivar.


Leandro Campos deixou sua marca na história do ABC e, convenhamos, uma marca que dificilmente será igualada tão cedo, seja por quem for...


Mas...


Leandro Campos deixou mais que isso...


Deixou para todos nós algumas lições; dentre elas, o respeito pelas opiniões contrárias, à postura digna diante das coisas mesquinhas e a condição de homem ético, são algumas que cito sem o menor medo de estar exagerando.


Desejo sorte a Leandro Campos em sua vida profissional e toda felicidade possível em sua vida pessoal, mas desejo também encerrar mandando esse curto recado...


A estrela que hora o ABC vai colocar acima do seu escudo meu caro Leandro é fruto do seu trabalho e isso, ninguém vai lhe tirar, nem agora e nem nunca.


domingo, março 20, 2011

Desarme...

Imagem: Picture Alliance


Santa Cruz 4x0 ABC... O Santa Cruz, é o campeão do primeiro turno do campeonato estadual da 2011.


Imaginei que a semana seria dedicada a ataques ao árbitro Rogério Roman do Paraná, quando aos 25 minutos do primeiro tempo, o árbitro validou o gol de Didi Potiguar, corretamente anulado por sua auxiliar...


E, por que pensei assim?


Simples...


Um gol naquela altura, me pareceu ser o suficiente para dar ao Santa Cruz a vitória e o título de campeão do primeiro turno do Campeonato Norte-rio-grandense de 2011...


Alguns vão dizer: mas como?


Bastava olhar o jogo e perceber que o ABC que entrou em campo pensando em empatar, não demonstrava estar pronto para reverter à situação...


Mas não foi o erro bisonho de Rogério Roman que derrotou o ABC...


A goleada por 4x0, veio em função do maior empenho pessoal dos atletas e da melhor disposição tática do Santa Cruz – a equipe de Wassil Mendes foi absolutamente superior, mesmo quando nos primeiro minutos, pareceu vacilante.


O ABC foi medíocre, apático, desmotivado e aparentou estar tão certo da vitória que pouco ou nada fez para apresentar um futebol digno de uma final.


Afirmar que as ausências de Ricardo Oliveira, Leandrão e Ederson, foram preponderantes, é corroborar com a tese de que o ABC tem um time e não, um elenco...


Hoje, em Santa Cruz, esse elenco fez muito mais falta que os jogadores impossibilitados de jogar.


Já o segundo tempo pode ser definido de forma sucinta: o ABC se derreteu como um sorvete no forno e aí, o que era difícil, ficou impossível.


A vitória do Santa Cruz foi justa e os três gols de Quirino, somados ao de Didi Potiguar deram ao placar os números corretos, pois o Santa Cruz jogou para vencer e o ABC, para não perder.



Se eu fosse um avestruz...

Imagem: Imago


Para Isaías, goleiro do Santa Cruz, o melhor jogador do ABC, é a sua história...


Procurando aqui e ali, encontrei no site do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Rio Grande do Norte – SAFERN, uma entrevista com o goleiro Isaías do Santa Cruz, bem interessante...


Isaías fala de sua carreira, de seus planos para o futuro, mas principalmente do jogo de logo mais, onde a sua equipe enfrenta o ABC, valendo o título do primeiro turno.

Por SAFERN


SAFERN: qual sua expectativa para a decisão contra o ABC?


ISAÍAS: estamos bem preparados, focados não só na decisão, mas em todo o campeonato. Podemos perder, mas vamos lutar muito. A cidade de Santa Cruz merece um campeão lutador.


SAFERN: o que houve no 2º gol do ABC quarta feira?


ISAÍAS: estávamos exaustos com a pressão que eles fizeram. Na hora do cruzamento fiz o que todo goleiro faria, isto é, ou saia ou ficava no meio do caminho. Saí mas não alcancei a bola. Paciência, Pio deu muita sorte e nós tivemos um pouco de azar, só isso.


SAFERN: você não acha que o time recuou muito cedo?


ISAÍAS: acho.


SAFERN: defina o América de Natal e o Santa Cruz de Recife, clube em que você começou.


ISAÍAS: são dois clubes monumentais, com histórias lindas e parecidas. Joguei no América na 1ª divisão em 1998 e fiz grandes amizades, apesar da crise e da queda para a segunda divisão. No Santa ainda sou lembrado, apesar dos muitos anos que se passaram. Seria um sonho encerrar minha carreira por lá. Só Deus sabe (risos).


SAFERN: o seu atual clube, o Santa Cruz, tem muitos atletas acima de 30 anos. Será que isso influiu na queda de rendimento no 2º tempo do jogo de quarta feira?


ISAÍAS: muito pelo contrário, se nós não tivéssemos um time mesclado com juventude e experiência poderíamos ter jogado tudo pro ar já na quarta. Conheço muito bem Pantera, Didi, Marciano, Quirino. São grandes profissionais, atletas sérios e com certeza estão focados numa única coisa: serem campeões.


SAFERN: todos veem você muito frio. A que você atribui isso?


ISAÍAS: isso é inexplicável. Eu entro em campo pra jogar e acho as vezes que não estou nem ai para o que acontece. Acho coisa de Deus mesmo porque o circo pega fogo no campo e parece que não estou em mim, aí tenho certeza que Deus existe e se ele esta em mim quem vou temer. Tenho muita Fé e, assim sendo, tudo fica mais fácil.


SAFERN: diga uma qualidade e um defeito do goleiro Isaías.


ISAÍAS: acho minha saída do gol perfeita, não sou humilde nesse sentido, sou o melhor que já teve, os outros são iguais, eu sou diferente. O defeito é ser excessivamente verdadeiro. Poderia acreditar menos em sonhos.

SAFERN: qual seu futuro dentro do futebol?


ISAÍAS: pretendo jogar até os 40 anos, depois farei cursos de gestão no esporte e quem sabe, serei treinador. Fiz grandes amizades no futebol, tive grandes treinadores e colocarei minha experiência em prol do futebol.


SAFERN: você ganhou dinheiro no futebol?


ISAÍAS: fiz muitos amigos, conheci vários lugares, ganhei títulos, aprendi muito. Dinheiro é uma consequência disso tudo e acho que estou na média boa dos atletas que tiveram relativo sucesso.


SAFERN: de 0 a 10, qual o percentual de vitória do Santa neste domingo?


ISAÍAS: 8,5.


SAFERN: houve algum desentendimento entre você e Pantera pelo fato dele ter perdido a faixa de capitão para você?


ISAÍAS: isso deve ser uma piada. Pantera é um irmão que eu tenho. Nós somos tão amigos que chegamos a dividir até o quarto na concentração. Nossas famílias são amigas. Não adianta criar factoide.


SAFERN: o episódio da assinatura das carteiras criou um clima de constrangimento para a diretoria. Houve alguma pressão sobre os atletas?


ISAÍAS: o trabalho do sindicato é esse mesmo. O pessoal fala muito de Felipe Augusto sem razão. Quanto ao pessoal do Santa, eles recolheram nossas carteiras sem qualquer problema. Acho que resolveram.


SAFERN: qual o principal jogador do ABC?


ISAÍAS: sua história.


SAFERN: uma mensagem para a torcida do Santa Cruz que espera esse tão sonhado título?


ISAÍAS: não deixem de ir pro jogo. Nós vamos lutar 90 minutos e tenham certeza, vamos comemorar juntos!



Restou apenas olhar...

Imagem: Imago


O futebol as expensas da União...


União Futebol Clube

Por José Cruz.


A União, pessoa jurídica de Direito Público representante do Governo Federal, destina:


1. R$ 47 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte para clubes profissionais.


2. R$ 70 milhões para obras em estádios fora do Mundial;


3. R$ 2 bilhões, calote fiscal dos cartolas que estão sendo cobertos pela Timemania;


4. R$ R$ 73 milhões em equipamentos de segurança para estádios de futebol;


5. R$ 700 milhões, previsão da isenção fiscal exigida pela FIFA para os parceiros da Copa 2014.


É o governo federal financiando o futebol, rentável e de gestões duvidosas.


A “torneira” do dinheiro público para financiar a construção de 40 estádios, conforme a reportagem de Rodrigo Mattos, na Folha de São Paulo desta sexta-feira, não é o ponto final de um jogo milionário que ajuda a sustentar o futebol profissional.


E também não termina na compra de equipamentos de segurança para estádios, denúncia que faço desde 2009, sendo essa uma obrigação dos clubes, por lei.


Lei de Incentivo


Atualizei os dados referentes à Lei de Incentivo ao Esporte e constatei que a União já abriu mão de R$ 47 milhões de dinheiro do imposto de renda para aplicar em projetos de clubes de futebol.


Dos 13 clubes, de apenas quatro estados – RS, SC, SP e RJ –, que já captaram recursos pela Lei de Incentivo, o São Paulo F.C é o líder: conseguiu R$ 24.685.408,00, entre 2007 e 2010.


O dinheiro destina-se, também, para obras em estádios, mas, prioritariamente, para a formação de jogadores de alta performance.


Futebol e esgoto


Uma vez revelados, esses jovens tornam-se produto de venda, uma das principais fontes de renda do tricolor paulista.


Um estudo da consultora Crowe Horwat identificou que a venda de jogadores para o exterior é a segunda fonte de renda dos principais clubes nacionais, atrás apenas dos direitos de TV.


Evidencia-se, assim, o espetacular abuso com dinheiro público para com os milionários negócios do futebol, contrastando com a realidade de que apenas 51% da população tem acesso à rede de esgotos.


A falta desse serviço de saneamento é responsável pela proliferação de doenças e, consequentemente, lotação dos hospitais públicos e óbitos.


Quem responde por tais prejuízos humanos?


Pois é nesse quadro de fartura e escassez – ou esbanjamento e necessidades – que o governo federal determina cortes orçamentários de R$ 50 bilhões, como ocorreu recentemente.


Beneficiados


Por estado, os clubes mineiros são os principais “clientes” da Lei de Incentivo: Cruzeiro, Uberlândia, Ipatinga, América e Atlético já usam esses recursos para “formação de atletas”.


No clássico de Minas, o Atlético, com R$ 3,8 milhões, está em vantagem sobre o Cruzeiro, que conseguiu R$ 3,1 milhões.


No Rio Grande do Sul, o Grêmio já captou R$ 1.155.852,00 para modernizar o seu Centro de Treinamento.


A Lei


A Lei de Incentivo ao Esporte (nº 11.438/2006) dispõe de R$ 300 milhões anuais para aplicar em projetos esportivos.


O dinheiro vem do imposto devido por pessoas físicas, que podem destinar até 6% do valor (1% para as jurídicas) para projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte.


É dinheiro público que deixa de ingressar no orçamento da União para ser aplicado, por exemplo, em projetos sociais, educacionais e de saúde, em que nossas carências são enormes.


Cavalos e drogas


A Lei de Incentivo ao Esporte, criada em 2006, contempla projetos em três frentes: educacionais, rendimento e participação.


Porém, há estados que até hoje não conseguiram captar nem um real, como é o caso de Pernambuco.


Evidencia-se, também, que as regiões mais ricas da Federação são as mais que mais aprovam projetos e captam recursos da Lei de Incentivo.


A elitização do esporte sob o comando do Ministério do Esporte é evidente.


Não fosse o dinheiro para o futebol profissional, também uma competição de cavalo da raça “manga-larga”, levou R$ 218 mil – com licença, companheiro Rodrigo Mattos – “pelo ralo”.


Por favor, não me entendam mal: tudo é legal, está na lei.


Triste é observar que o Governo Federal – que diz ter foco no social – e o Ministério do Esporte não fixarem prioridades e metas para o uso de um dinheiro que falta em outras frentes.


Por exemplo, 8,6% dos brasileiros entre 8 e 18 anos são usuários de crack, segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.


Depois vem aquele discurso de “esporte combate às drogas”.


Falsidade?


Hipocrisia?


Finalmente


Diante dessa realidade, que demonstra gestão desastrosa do dinheiro público, o governo federal tornou-se o grande parceiro do futebol profissional, com muita verba, benefícios e isenções.


A cartolagem insaciável dá as boas vindas à União Futebol Clube.



sábado, março 19, 2011

O futebol é uma mãe... Foi difícil não foi Balotelli?

Universitária FM - 88,9 - 10 anos a serviço da boa música e do artista potiguar...

Cartaz: 88,9 FM


Imagem: Fernando Amaral


Imagem: Fernando Amaral


Não tem nada haver com futebol, mas tem muito haver com bom gosto e, por isso, toco no assunto.


Na terça-feira dia 22, às 19 horas, no Teatro Alberto Maranhão, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN promove o show “Toca Natal”...


O show comemora os 10 anos da FM Universitária ou, simplesmente, a 88,9 FM.


Bem, não vou contar essa história, pois o espaço é pequeno e nem sei se tenho competência para tal, mas estive perto, bem perto daqueles que tornaram realidade o sonho de dar a UFRN a sua rádio.


Também não vou listar nomes, são muitos e todos de um enorme valor – não, seria injusto falar das pessoas de ontem e omitir as pessoas de hoje, mas podem ter certeza que cada um fez e faz o seu melhor...


Duvido que cada professor, cada funcionário e cada estudante que por lá passou, não tenha tatuado na alma os minutos e as horas dos primeiros dias...


Duvido que aqueles que hoje lá estão, não sintam orgulho do que fazem...


Pois bem, terça-feira, todos vão estar no Teatro Alberto Maranhão para curtir Ná Ozetti e o show “Balangandãs”, Valéria Oliveira e o show “No Ar”...


Além de ouvir Simona Tauma, Eduardo Taufic, o Grupo de Chorinho e ver o Grupo de Dança da UFRN.


Vá lá você também, a entrada é gratuita e o prazer de passar algumas horas na companhia da boa música é garantido.


Como eu disse no início, nada tem haver com futebol ou qualquer outro esporte, mas tem muito haver com bom gosto.


Ah, fiz questão de tocar no assunto aqui no blog, por duas razões: sou fã da galera da 88,9 FM por tudo o que eles fazem e sou fã dos meus leitores, pois sei que são os melhores leitores...


Forte abraço em todos vocês.



Se alguns goleiros soubessem saltar assim...

Imagem: Getty Images


O Mamão é caro...


Não foi a Tuna Luso Brasileira que impediu Felipe Mamão de vir para Natal...


A família do jogador não teria o menor problema em conseguir liberá-lo, assim com não tem para empregá-lo por lá...


A questão foi mesmo de grana e só.



Ainda por pura paixão...

Imagem: Oliver Lang


Levou o carro do treinador...


Prince Tagoe é ganês, joga como atacante e protagonizou na quarta-feira passada um fato no mínimo inusitado...


Sua equipe, o Partizan de Belgrado, jogou contra o Estrela Vermelha, seu maior rival pela Copa da Sérvia e, o treinador do Partizan, disse a Tagoe: “se você marcar dois gols contra eles, lhe dou meu carro de presente, mas só vale se nós vencermos”...


Tagoe, topou, marcou dois gols, o Partizan venceu e ele levou para casa o Renault Coupet do treinador Aleksandar Stanojevic...


Porém o melhor foi à declaração de Stanojevic ao entregar o carro a Tagoe: “no final, torci para o Estrela empatar, pois não queria perder o carro”...


Em tempo: Partizan e Estrela Vermelha voltam a se encontrar no jogo da volta.



Super Bowl - Festa como só eles sabem fazer...

Imagem: Picture Alliance


Que pena Dona Dilma...


Tinha alguma esperança, mas devo confessar, me faltava fé...


Infelizmente, minha falta de fé venceu e com isso, a cada dia que passa, mais e mais, me distancio da crença que esse país tenha solução.


A presidente Dilma Rousseff, sancionou a Lei de Moralização do Esporte, mas não vetou o artigo que retira dos dirigentes a responsabilidade de responder com seu patrimônio pessoal, caso endividem os clubes por eles dirigidos...


Isto é, a farra continua e o argumento da cartolagem em prol da baderna venceu mais uma vez.



sexta-feira, março 18, 2011

Os bastidores do futebol...

Imagem: Harald Otkke


O tiro no pé...


Em meio a tantos encontrões e empurrões, onde um tomba para cá e o outro tomba para lá: quem perde é o futebol do Rio Grande do Norte...


Afinal, quem deveria zelar pela sua boa imagem, faz questão de expô-lo ao ridículo publicamente...


Depois reclamam de perseguição, descriminação e outras baboseiras - se lembrem de que quem desmoralizou o Campeonato do Nordeste, foram os clubes nordestinos, com seus times meia boca e sua total falta de amor próprio.



Havia uma fita no meio do caminho...

Imagem: Matthias Hangst


Salve a Bahia...


Natal é mesmo o quintal da Bahia...


O Asa de Águia e o Chiclete com Banana, os “donos” do Carnatal, são baianos...


A OAS é baiana...


O Secretário de Esporte, Juventude e Laser do Município do Natal, Rodrigo Cintra é baiano.


E os caras ficam reclamando de meia dúzia de camisas de times de fora que uns e outros usam.


Fica mais um pouquinho...

Imagem: Achim Scheidemann


O Japão não é aqui...


Pensando bem, é provável que o Japão reconstrua toda a região atingida pelo tsunami e recomponha sua economia, antes que tenhamos construído o segundo estádio da Copa de 2014...


Ah, você ouviu falar de distúrbios e saques no país?


Ao que parece, mesmo com toda a influencia externa, os japoneses ainda tem o Bushido, o código de honra não escrito dos Samurais, bem vivo em sua memória...


“A honra é mais pesada que uma montanha, a morte, mais leve que uma pena”.


Depois, você coloca no Orkut e no Facebook...

Imagem: Sascha Fromm


Cerveja sem xixi...


Se a tal “preparação para o exame antidoping”, que a direção do Santa Cruz diz ter feito, for o que eu estou pensado...


Não creio que os jogadores do Santa Cruz tenham ficado chateados de ter que tomar compulsoriamente, umas duas ou três latinhas de cerveja para abrir passagem para o xixi exigido pela lei.

O amor é lindo...

Imagem: Harald Otkke


Mais um golpe dos clubes no bolso do torcedor...


Vem aí mais uma tungada no seu bolso, mas como é de lei, você não perceberá e alegremente irá contribuir.


Depois da “Timemania”, obra prima da enrolação, onde a maioria dos torcedores motivados por emoções baratas custeiam o ressarcimento ao governo de anos e anos de calote dos dirigentes dos seus amados clubes no o erário público...


Tchã, tchã, tchã, tchã...


Chegou mais um 171 futebolístico...


É, o “É Gol”!


Titulo de Capitalização administrado pela Caixa Econômica Federal.


Funciona assim: a partir de 6,00 reais, você adquire seu título de capitalização...


Deixa seu dinheiro rendendo, normalmente atrelado a um índice mixuruca por no mínimo um ano e, ainda concorre a prêmios semanais que variam de 50 mil a 500 mil reais...


Uia!


Agora, o melhor de tudo, é que ao comprar o título que virá com as cores de seu time e o reluzente escudo estampado; você estará imediatamente, concordando que no final do prazo, a Caixa Econômica, repasse 50% da grana investida para seu clube...


Viu que legal?


Você entra com 100%, ganha aí uns 10%, ou 12% em um ano e, recebe 50% de tudo...


Mas, como você é um apaixonado e todo mundo sabe que apaixonados não tem o menor problema em jogar dinheiro fora...


Você com o tal título em mãos, vai poder mostrar para todo mundo, nas discussões familiares ou entre amigos, o quanto você ama seu clube.


Que maravilha, não?



quarta-feira, março 16, 2011

Ricardo Teixeira manda e manda muito...

Charge: Gustavo Duarte


ABC 2x1 Santa Cruz...


ABC joga mal no primeiro tempo e perde por 1x0 com um gol de Marciano aos 19 minutos...


Na segunda etapa, o Santa Cruz recua, dá espaço, o alvinegro volta melhor, domina o jogo por completo e vira o jogo...


Leandrão aos 19 minuto e Ray aos 48 tiram a vantagem do Santa Cruz ao apagar das luzes e deixam o ABC bem perto do título do primeiro turno.


No final, o placar foi justo...


Entretanto, fica uma pergunta para a direção do Santa Cruz: fosse um árbitro local a dar 4 minutos de acréscimo o que diriam os senhores hoje, amanhã e depois?



Eles estão prontos para gerir o orçamento da Copa de 2014...

Charge: Gustavo Duarte


Ainda sobre o campo alagado em Itaperuna...


Oi Gabriel, vi sim – aliás, postei o vídeo e fiz um comentário que você pode ler mais abaixo...

Ah, sem nenhuma soberba, mas fui o primeiro!

Forte abraço.

Bye, bye Muricy...

Charge: Gustavo Duarte


Juca Kfouri em Natal...


No dia 05 de abril às 19 horas, no auditório Zila Mamede da biblioteca da UFRN, o sociólogo e cronista esportivo, Juca Kfouri, será o palestrante na aula inicial do curso de Comunicação.

Como desmoralizar um adversário...

Torcedor: esse ser educado e nobre, abre seu coração...

Correcaminos...

Imagem: Autor Desconhecido - Todos os Direitos Reservados


Dirigentes da Federação Brasiliense de Futebol são condenados por improbidade administrativa...;


O Presidente e o 1º Vice-Presidente da Federação Brasiliense de Futebol foram condenados por improbidade administrativa, destituídos das funções que ocupavam e proibidos de ocupar cargos administrativos na entidade por dez anos.


A decisão é do juiz da 6ª Vara Cível de Brasília e cabe recurso.


A ação foi proposta pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o Presidente e o 1º Vice-Presidente da Federação Brasiliense de Futebol e a própria Federação.


O MPDFT afirmou que a instituição é uma associação civil sem fins lucrativos e, por isso, cabe a ele fiscalizar.


Segundo o MPDFT, em novembro de 2004, o Presidente da Federação protocolou na Secretaria de Esporte e Lazer do DF um plano de trabalho/projeto para desenvolvimento de atividade de interesse comum, que deveria se submeter às regras do Decreto 19.730.


Segundo o autor, os réus direcionaram os recursos repassados pelo Poder Público para apenas três clubes de futebol filiados à instituição: o Brasiliense Futebol Clube, a Sociedade Esportiva do Gama e o Centro de Futebol Zico de Brasília.


A partir de 2004, no entanto, o Brasiliense, que tem entre os sócios o primeiro réu, se beneficiou da quase totalidade dos recursos.


Além disso, a Corregedoria Geral do DF realizou auditoria em dois convênios firmados com o GDF (nº03/2004 e 08/2005), valorados em R$ 2.060.000,00 e R$ 1.160.000,00.


Várias irregularidades foram constatadas, como plano de trabalho inconsistente, pagamentos irregulares efetuados em datas anteriores, pagamentos não previstos no plano de trabalho, apresentação de notas fiscais inidôneas para comprovação das despesas, pagamento de despesas a empresas por meios impróprios entre outras.


Os réus sustentaram, preliminarmente, que o MPDFT seria ilegítimo para promover a ação, já que o pedido se fundamenta em norma da época da ditadura militar.


Além disso, alegaram que não houve irregularidades, pois o futebol deveria ser o principal foco de sua atuação, razão porque utilizou 92% de sua verba nessa atividade.


Quanto à destinação dos recursos a apenas três clubes, os réus afirmaram que esses eram os que estavam participando em competições nacionais.


Já quanto às irregularidades apontadas pela Corregedoria nos convênios, os réus alegaram meras falhas formais.


Na sentença, o juiz afirmou que o MPDFT tem a função de defensor dos interesses coletivos e difusos e, por isso, é legítimo como autor da ação.


"Não convence a afirmação dos réus de que o pedido fundamenta-se em norma editada à época da ditadura militar", afirmou o magistrado.


Para o julgador, o instrumento que, no passado, serviu para tirar a liberdade, pode servir na atualidade para as finalidades sociais, desde que tenha uma visão plural e siga o devido processo legal.


Segundo o juiz, o MPDFT provou que apenas três entidades foram beneficiadas com os recursos do DF para o patrocínio do futebol e que o Brasiliense obteve 77,38% de todo o valor do convênio nº 03/2004, sem nenhuma justificativa convincente para o privilégio.


"O financiamento de referidos clubes parece constituir um verdadeiro ciclo vicioso, na participação de campeonatos e na percepção de verbas públicas, seguindo critérios absolutamente pessoais dos dirigentes que abrigam interesses também pessoais", afirmou.


O magistrado questionou o fato de o Presidente da Federação ser também sócio do Brasiliense Futebol Clube e de o Secretário de Esportes que firmou o convênio ser antecessor do réu na Federação.


"Vejo, pois, nestes fatos, evidente direcionamento de recursos públicos em prol de interesses privados", concluiu o juiz.


Segundo o julgador, os recursos, que deveriam ir apenas para os programas definidos no plano de trabalho, serviram para pagar despesas normais das entidades, especificamente débitos previdenciários, o que fere o Decreto 19.730 e viola também a Lei de Improbidade Administrativa.


O juiz determinou o afastamento dos réus, desde já, das funções de dirigentes da Federação Brasiliense de Futebol.


Eles também estão proibidos de ocupar as funções por dez anos.


O magistrado nomeou, como administrador provisório, o advogado Miguel Alfredo de Oliveira Júnior, que deve prestar compromisso em juízo, no prazo de 48 horas, para desempenhar bem a função.


Os réus também foram condenados a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios fixados em R$ 2.500,00.

Fonte: TJDFT

terça-feira, março 15, 2011

A bola entrou...

Imagem: Imago


É goleador sim...


Conversei com meu filho sobre Felipe Mamão – ambos jogaram na Tuna Luso em 2006 – e, Alexandre tem sobre ele, a melhor das impressões.


É rápido, habilidoso, se posiciona bem na área, sabe buscar o jogo e passa a bola com precisão...


Estas foram algumas qualidades que Alexandre fez questão de citar no antigo companheiro de equipe.


Disse a ele que algumas pessoas afirmam que Felipe é desligado e Alexandre riu e disse: “ainda bem, pois se fosse ligado o tempo todo, ou já tinham quebrado sua perna ou, ele marcaria um saco de gols por partida”...


Aproveitei e cutuquei com vara curta: e por que então, esse menino ainda não chegou a um grande clube?


Alexandre respondeu: “Pai ele já nasceu num grande clube; o avô dele é um austríaco que fez fortuna no Pará e a família é rica – ele não precisa de futebol: joga por que gosta e por que pode”.


- “O senhor sabe que o nome dele é Felipe Pullhuber”?


- “Mamão é o apelido do pai dele e aí, ele acabou herdando. Na verdade, ele nem gosta muito de ser chamado de Mamão”.


- “Ficava puto nos treinos, quando não marcava gols e eu, o Flamel, e o Preto Marabá, ficávamos dizendo que o Mamão estava podre”...


- “Agora, é gente boa, mas como não precisa da bola para nada, não atura muito desaforo não”.


- “Ah, não sei como ele está agora, pois já faz 5 anos que não o vejo, mas se ele continuar jogando o que jogava, pode acreditar que o América fez uma excelente contratação”.


Bem, essa é a contribuição que posso dar sobre Felipe Soares Pullhuber, o Mamão.


Na solidão do deserto de Atacama...

Imagem: Autor Desconhecido - Todos os Direitos Reservados


É assim que tratam o esporte mais popular do país...


O Brasil, nunca foi o país do futebol, foi sim, o país só do futebol e, talvez por isso, devesse cuidar desse esporte com mais carinho e melhor organização...


Infelizmente, não é isso que faz.


O vídeo abaixo mostra o descaso com o esporte, o desrespeito com quem o pratica e a total insensibilidade com que o assiste...


São coisas assim, que me fazem questionar o número excessivo de equipes profissionais (?) nesse país e, o valor das federações – em quase todo o mundo, são as ligas que cuidam do esporte e não, as federações.


Sobre o vídeo, informo que a narração é horrível: o narrador pouco ou quase nada conhece da função, mas mesmo sendo repetitivo com as palavras, faz seu trabalho e com isso, coloca diante de nossas caras, o futebol de mentira que é praticado em grande parte do Brasil.


Nesse caso, o bizarro pertence à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, mas existe coisa bem pior por aí – procure, você acha com certeza.



A coreografia do futebol...

Imagem: Imago


Futebol não é um grande negócio...


Há algum tempo, publiquei uma matéria, onde um economista apaixonado pelo esporte mostrava que essa história de dizer que o futebol era um grande negócio, era mera falácia de gente que nada sabe de economia e pensa que sabe muito de futebol...


Repercussão zero...


Afinal, quem vai repercutir contra si mesmo?


Agora, Oliver Seitz do site http://www.universidadedofutebol.com.br/, publica uma nova matéria sobre o assunto, que Juca Kfouri reproduziu e eu, pego carona.


Por Oliver Seitz


Não interessa quanto de dinheiro um clube ganha. Porque quanto mais ele ganha, mais ele efetua gastos.


Alguém disse um dia que o futebol é um grande negócio.


Um monte de gente acreditou.


Esse alguém e esse monte de gente, infelizmente, estão errados.


Futebol não é um grande negócio.


É um negócio mediano.


Energia, alimentação, automóveis, extração, jogos de azar e construção são grandes negócios.


Futebol não.


Não chega nem perto.


Nem aqui, nem na Europa e muito menos na China.


Mas no fundo, isso pouco importa, afinal o futebol independe do dinheiro que ele gera.


Não é isso que faz a máquina funcionar.


Se o futebol gera 10 milhões ou 10 bilhões de reais, a diferença, especialmente pro mercado brasileiro, é muito pequena.


Isso acontece porque a cadeia de valores do futebol funciona de uma maneira bastante peculiar.


Diferente de cadeias normais, onde o processo de produção é baseado essencialmente no processo financeiro, o futebol se baseia no processo esportivo, independente do financeiro.


Basicamente, a ideia da cadeia é a seguinte: times existem para ganhar partidas; times com jogadores mais talentosos ganham mais partidas; existem muito mais demanda do que oferta de jogadores talentosos; jogadores talentosos tendem a escolher o clube por conta da proposta financeira; quanto mais dinheiro um clube tem, mais chance de contratar jogadores talentosos ele possui e, portanto, ele terá mais chances de obter vitórias.


Só que o valor de um jogador talentoso não é baseado em uma tabela fixa, mas sim no preço atribuído por outros clubes que competem pelo mesmo talento, independente do quanto for isso.


Clubes de futebol do mundo inteiro tendem a gastar em média uns 80% daquilo que arrecadam com salários e transferências e apenas 20% com outros custos, como estrutura de estádio e centro de treinamento.


Esses últimos, porém, são gastos com valores determinados pelo mercado em geral, o que faz com que apenas essa parcela represente um ganho real de receita.


Para esses valores, mais dinheiro de fato significa algo positivo.


O resto, porém, é uma draga: quanto mais você ganha, mais você gasta.


Ou seja, não interessa quanto de dinheiro um clube ganha.


Porque quanto mais ele ganha, mais ele gasta.


O que interessa é que ele ganhe mais dinheiro do que os outros clubes.


Se você analisar os números, na verdade você chega à conclusão que isso acontece de verdade: apesar das receitas dos clubes brasileiros terem aumentado significativamente ao longo da última década, os gastos aumentaram muito mais.


Isso porque a competitividade por talento é quase que uma disputa bélica, e o único jeito de acabar com isso é justamente o jeito com que EUA e Rússia conseguiram frear o espiral de gastos da guerra fria: chegaram a um acordo de corte de gastos conjunto.


Clubes não deveriam se unir para descobrir um jeito de ganhar mais dinheiro.


Deveriam se unir para descobrir um jeito de gastar menos.


Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br