quarta-feira, março 23, 2011

Sem saber como utilizar...


Lá vai o mundo desabar sobre minha cabeça...


Tudo bem, fazer o que não é?


Mas vamos lá...


Souza pode estar imbuído das mais puras e honestas intenções – não duvido disso.


Mas será que precisa colocar em risco toda a história que construiu em torno de seu nome por isso?


Voltar a jogar futebol, depois de dois anos parado e com as limitações naturais da idade e os problemas clínicos adquiridos pelos anos e anos de esforço físico repetitivo, é mesmo necessário para “unir” as mil facções internas do América?


Souza tem uma história rica...


Como atleta Souza amealhou conquistas que poucos por aqui conseguiram e como homem, soube transformar esses ganhos num patrimônio que o coloca numa posição de igualdade, sem necessitar de ajudas, doações ou festas para suprir uma inimaginável má gestão de seus ganhos.


Souza, o homem, caminha de cabeça erguida entre seus pares e entre os dirigentes: é Souza e ponto final.


Entretanto, o Souza atleta já não existe mais, ficou no passado e nada pode mudar isso...


Sua técnica e sua experiência não vão resistir ao dinamismo, à velocidade e a marcação que por certo sofrerá...

O sujeito sentado na arquibancada com um copo de cerveja na mão, sem nenhuma vivência ou traquejo com o esporte, a não ser em eventuais peladas, será condescendente, será capaz de respeitar a história de Souza?


Creio que não...


As pessoas não são tão boas assim.


Souza é um ícone para o futebol do estado e para o América e, teria muito mais utilidade se tudo o que aprendeu durante os anos de jogador fosse fonte de consulta...


O problema é que o América nunca soube utilizá-lo ou então, não aceitou sua maneira de ver as coisas e por isso, jamais conseguiu encontrar para ele um lugar que não seja o campo.


Às vezes penso que a direção do América não o vê como alguém capaz de contribuir com algo mais além dos pés e sim, como símbolo a ser usado e sugado até as últimas consequências...


Uma pena, pois creio que devessem ao menos, tentar.


Enquanto a Alemanha e a França souberam o que fazer com Beckenbauer e Platini, o América e o Brasil, nunca souberam o que fazer com Souza e com Pelé.



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