quarta-feira, março 23, 2011

Questões impertinentes?


Ontem, durante a audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Estado para trata das obras relacionadas com a Copa de 2014, o deputado federal Fábio Faria (PMN/RN) fez a seguinte declaração:


“A realização de dois ou três jogos do Mundial é o menos importante. O importante é o legado. Se não fosse a Copa, não teríamos a reforma no Aeroporto Internacional Augusto Severo, prolongamento da Avenida Prudente de Morais, a construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, os R$ 380 milhões para as obras de mobilidade urbana em Natal, além do crescimento da nossa rede de restaurantes e hotéis, com investimentos privados”, comentou o deputado federal Fábio Faria (PMN).


“A Assembleia terá o papel fundamental de fiscalizar os custos da Copa”.


“É preciso mostrar transparência”.


“Sou um entusiasta e fico feliz em ver a participação da maioria dos deputados”.


Li e reli e acabei ficando com algumas questões martelando meus poucos neurônios...


Se a qualidade das seleções que virão para Natal, o número de jogos e as fases que aqui serão disputadas, não tem importância como afirma o deputado, como Natal irá despertar o interesse da mídia mundial?


Chile x Camarões, Austrália x Escócia e Costa Rica x Bulgária, disputados na fase de grupos, vão chamar a atenção de quem?


No Chile, em Camarões, na Austrália, na Escócia, na Costa Rica e na Bulgária, certamente, mas e no resto do mundo?


Você meu caro leitor, conhece alguém que foi passear na África do Sul depois da Copa do Mundo, só porque ficou encantado com a divulgação daquele país?


Eu não, mas minha opinião não vale; sou um realista e os realistas são considerados derrotistas pelos crentes em tudo.


Por outro lado, se para conseguir recursos que beneficiem o estado e sua população, é preciso aguardar eventos de tal magnitude, pergunto eu: por que então, nossa bancada é tão solicita e tão submissa ao poder central?


Não é dever dos deputados e senadores, lutar com unhas, dentes, e outras coisinhas mais pelo bem estar de seu estado e de sua gente?


Por que então, não o fazem?


E, por fim, a audiência publica deixou bem claro, duas coisas...


Não vão reformar o Juvenal Lamartine...


E, o Arena das Dunas, por 20 anos, pertencerá a iniciativa privada e ponto final...


Portanto, os bocós que ficam gritando que o estádio será desse ou daquele clube, podem tirar seus cavalinhos da chuva, pois o Arena terá sim um dono, mas esse vestirá a camisa da lucratividade e não a camisa de clube algum.


Ah, sobre a Assembleia fiscalizar gastos e mostrar transparência, estou tranquilo, pois meus 55 anos sobre o planeta e nesse país, não me permitem mais tamanha ingenuidade.


Um comentário:

Gabriel disse...

Opa Fernando, tudo bem?

Rapaz, pegando carona no assunto "Copa em Natal", você não acha que a demolição do Machadão poderia render alguma "graninha" extra, para quem sabe, ser abatida da conta final da Arena das Dunas ou até ser revertida em investimentos no possivel "novo JL" ?

Vejamos o exemplo do Palmeiras, que jogou fora as cadeiras de seu estádio e o dono de um lixão, se não me engano, as pegou e decidiu vende-las à torcedores palmeirenses... Acabou faturando uma nota! Oq acha da idéia de vender, por exemplo, pedaços da grama do Machadão? Tenho certeza que muitos gostariam de ter um pedaço daquele tapete em seus quintais, que apesar de sofrido, tem uma história de decadas de glorias e emoções!

Abraço!
Gabriel