Imagem: Getty Images/Paul Kane
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
sexta-feira, julho 10, 2015
Paraná Clube dá uma aula de como usar as redes sociais...
Imagem: Página Oficial do Paraná Clube
Sem rodeios, sem desculpas
esfarrapas e sem meias palavras...
É assim que o Paraná Clube
enfrenta o momento difícil que atravessa na Série B.
Essa foi a maneira que quem está
à frente da comunicação do clube encontrou para dizer ao seu torcedor...
Nos desculpe pela falta de
vitórias, mas entenda; não podemos esticar a corda além das nossas
possibilidades e correr o risco destruir nosso patrimônio...
Não suma...
Precisamos de você.
Carta Aberta ao Governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria...
Recebi a carta que publico abaixo, de um aluno da UFRN...
Seu nome?
Flávio Henrique.
Junto havia um pedido:
Olá Fernando, não sei se chegou a
ler na minha timeline, mas peço que veja esse post.
Não é spam, é um pedido para que
o governo custeie um ônibus para que as seleções masculina e feminina de
handebol cadete possam viajar para jogar.
Se puder dar mais visibilidade,
publicando algo a respeito em seu blog, agradeço.
Bem, não há como negar, não há
como não me juntar ao pedido...
Portanto, incluo a minha humilde solicitação.
Prezado senhor Robinson Faria,
governador do Rio Grande do Norte...
Peço um minutinho de seu tempo...
Prometo, é rápido.
Abaixo está postada uma carta
aberta endereçada ao senhor...
Li com atenção...
É respeitosa, mas firme naquilo
que reivindica.
Me parece que quem escreveu,
tomou como base seu modo de ser, meu caro governador...
Respeitoso, educado, mais firme,
dizem ser uma de suas mais marcantes características...
Se assim for, que bom.
Leia também...
Faça uma forcinha...
Se una a esses moços e moças...
Os mande para o Maranhão.
É de ônibus, não de avião...
Ônibus, governador, só isso.
Agradeço antecipadamente e
espero que fazendo umas continhas aqui e outras ali, se consiga uns trocados
para mandar essa turma disputar uma competição para qual se prepararam com
afinco...
Sem mais para o momento,
envio-lhe meus sinceros votos de estima e consideração...
Fernando Amaral.
CARTA ABERTA AO GOVERNADOR
ROBINSON FARIA
Praticar um esporte e fazer parte
de uma seleção para representar o seu Estado.
Quantos jovens não desejam essa
honra de disputar competições nacionais, tornando-se algum dia profissionais e
até mesmo jogar pelo Brasil?
Os atletas das seleções do Rio
Grande do Norte de Handebol, nas categorias cadete (14 a 16 anos) masculino e
feminino sonham com essa oportunidade.
Durante os dias 14 a 18 de julho
ocorrerá na cidade de São Luís/MA, a Copa Nordeste Cadete de Seleções.
É o maior desafio regional e uma
grande chance de apresentar os novos talentos para os clubes.
No entanto, as seleções
potiguares correm o risco de não participarem do evento.
Embora não precise arcar com os
custos da hospedagem e alimentação da delegação, o Governo do RN não forneceu o
transporte - no caso, um ônibus - para o traslado das equipes.
Essa falta da contrapartida
governamental não apenas frustra os sonhos de quem procura no esporte um meio
de aprendizado e ascensão como cidadão e profissional.
A negativa do governo demonstra o
descaso pelo qual o desporto no Rio Grande do Norte é tratado.
Não é preciso explicar a
importância da prática esportiva para a formação do cidadão, com bons exemplos
de integração social ou ainda afastando as pessoas das nefastas drogas, por
exemplo.
Os atletas - que deveriam se
preocupar apenas com estudos e treinos - agora se veem diante de uma
possibilidade frustrante de desperdiçar os meses de treinamento e dedicação.
Diante do exposto, a Federação
Norte-rio-grandense de Handebol (FNH) pede ao governador Robinson Faria que
demonstre sensibilidade ao problema e viabilize a viagem dos nossos jovens
atletas, que - temos certeza - representarão honradamente nosso amado Rio
Grande do Norte.
quinta-feira, julho 09, 2015
Micronésia bate novo recorde... Perde por 46 a 0.
Imagem: Trivela
Depois de perder por 30 a 0 para
o Taiti e 38 a 0 para as Ilhas Fiji, a Micronésia, perdeu outra vez...
46 a 0 para Vanuatu.
O mais incrível, é que mesmo
vencendo por tantos gols de diferença, Vanuatu não se classificou...
O empate de 0 a 0 entre Fiji e
Taiti, matou suas chances.
Entretanto, Jean Kaltak, jogador
de Vanuatu, entrou para a história...
Possivelmente, jamais venha ser
superado no número de gols marcados numa só partida – 16.
Já a Micronésia, volta para casa
com um recorde também imbatível...
Tomou 114 gols em 270 minutos.
Swansea City, subsidia ingressos para seus torcedores...
Enquanto aqui, os clubes e seus
dirigentes, mesmo em tempos bons fazem tudo para tomar o rico dinheirinho dos
torcedores, na Inglaterra a filosofia é outra...
Depois dos inúmeros protestos das
torcidas em relação ao alto custo dos ingressos na Premier League e do ótimo
contrato conseguido com o novo acordo com as televisões, que acabou rendendo um
dinheiro extra nos cofres de todos, os clubes começam a dar sinais que os
torcedores vão receber um tratamento mais carinhoso.
Quem primeiro se posicionou foi o
Swansea, da cidade de Cardiff, no País de Gales...
A direção informou que na temporada
2015/2016, vai cobrar o preço único de 22 libras nos jogos fora de casa e, o valor
restante, será subsidiado pelo Swansea.
Explico:
Como na Inglaterra, cada clube um
valor diferente dependendo da importância da partida e do adversário, quando as
partidas são em seu estádio, a medida será bastante benéfica para os fãs do
Swansea.
Em média um ingresso para um torcedor
visitante pode chegar a 50 libras...
Com o subsidio, a direção do
Swansea, arcará com a diferença e acredita que ao final da temporada, aqueles
que seguirem o time nos jogos fora de casa vão economizar algo em torno de 300
libras.
Na verdade, essa ação é a
continuação do “True to 22” (Fiel ao 22), que teve início na temporada recém
terminada...
Só que agora, estendida a todos.
No último campeonato, o Swansea
só cobrava 22 libras nos jogos das equipes com quem havia firmado acordo de
reciprocidade...
Porém, com o aumento das cotas de
TV, o clube decidiu ampliar o benefício, independe de haver ou não acordo com
os adversários.
Aqui, te tomam...
Lá, dividem com você.
Grêmio Mania, cria a "Confraria" para unir torcedores...
Ontem em Porto Alegre, o Grêmio,
através da Meltex, empresa que administra a Grêmio Mania, lançou uma
novidade...
Ótima, diga-se de passagem.
A ação consiste em reunir 30 torcedores
previamente selecionados em uma das unidades da Grêmio Mania...
As unidades serão redecoradas
para que se crie um ambiente de boteco...
No local, além de TV para que se
assistas a transmissões dos jogos do clube, haverá petiscos e bebidas à
disposição dos torcedores selecionados.
A ideia é que o encontro seja
realizado mensalmente em todas as lojas da Grêmio Mania, obedecendo-se o
critério de rodízio entre as unidades...
A ação denominada “Confraria” tem
como objetivo, segundo o coordenador de marketing da Meltex, Sérgio Censon...
“Oferecer ao torcedor a
experiência de poder confraternizar fora do estádio, de torcer para o clube do
coração dentro daquela que é sua segunda casa”.
Os torcedores serão selecionados
entre os clientes da loja que for escalada para receber o evento...
Ah...
O resultado do jogo, não foi
bom...
O Grêmio perdeu para a
Chapecoense por 1 a 0, mas a ação foi um sucesso.
Medida provisória do futebol: uma poucas vitórias e uma imensa derrota...
Gol contra: MP do futebol colocará mais dinheiro nas mãos dos mesmos –
8×1
Por José Cruz
Coincidindo com um ano do “Jogo dos Sete”, os deputados aprovaram ontem
uma proposta para beneficiar caloteiros do futebol
Com decisiva participação da CBF – sabe-se lá com que recursos -, a
Câmara dos Deputados aprovou um emendão à Medida Provisória 671, que trata do
pagamento da dívida fiscal ao INSS, FGTS e Receita Federal.
Absurdo I
No texto, criaram duas loterias,
além de manterem a Timemania.
Parte dos recursos das apostas
irá para clubes de futebol feminino, inclusive.
Além da Caixa, os clubes, de
outros esportes poderão atuar como agentes lotéricos.
Ressuscita-se, assim, o flagelo
dos “bingos”, que levaram clubes, federações e gestores à falência, justamente
porque não recolhiam ao fisco o faturamento das apostas.
É mais um convite à fraude, à
sonegação, incentivo ao crime fiscal.
Absurdo II
As excelências também criaram a
“Autoridade Pública de Governança do Futebol”, no âmbito do Ministério do
Esporte.
O governo será o órgão
fiscalizador do futebol, como se isso fosse da sua competência!
Como se não existissem leis para
punir quem não paga contas em dia.
E, principalmente, como se o
próprio governo – atolado em grossa corrupção – fosse exemplo de gestão e honestidade.
Mas será fiscalizador dos atos
dos cartolas! Combinação explosiva é isso aí.
Enquanto isso…
… o Ministério do Esporte, que
será o “fiscalizador'' do futebol, é aquele de corrupção intensa na gestão dos
ex-ministros Agnelo Queiroz e Orlando Silva, esse último demitido por fechar os
olhos à corrupção em sua volta.
Hoje, o Ministério Fiscalizador
do Futebol é o mais novo templo de cabides de empregos da Igreja Universal,
sugerindo que os fiéis serão os fiscais. Combinação explosiva II…
Senado
O texto aprovado ontem vai à
apreciação do Senado Federal, e terá que ser votado até 17 de julho, quando a
MP 671 deixará de vigorar.
Messi é grande, independe de ter ou não vencido uma Copa do Mundo...
Imagem: EFE/Felipe Trueba
Essa história de tentar
desqualificar Lionel Messi por não ter vencido uma Copa do Mundo é típica de
quem analisa resultados sentado sobre recalques...
Quantos jogadores campeões
mundiais podem exibir as taças e medalhas que Messi já conquistou?
Quantos você trocaria por Messi?
Poucos, eu diria, raros.
Apenas para recordar, um outro
argentino que também nunca ganhou um mundial figura entre os quatro jogadores do
século passado, considerados incontestáveis pela maioria dos treinadores e
jornalistas do mundo inteiro...
Di Stéfano.
Alfredo Di Stéfano, ao lado de
Pelé, Cruyff e Maradona, formam um quarteto que dificilmente será contestado...
A não ser por algum mal-humorado,
um recalcado de plantão.
Curiosamente, dos quatro, dois
são argentinos e dois nunca foram campeões do mundo...
O mesmo raciocínio serve para Zico,
Sócrates e Falcão...
Desqualificá-los por não terem
erguido a taça de campeões do mundo, é algo absurdo, algo que só a medicina
explicaria, ou não.
Dunga, a Anta...
Nasceu no zoológico de Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, uma simpática Anta...
É lógico que a primeira coisa que
os veterinários e funcionários do zoo pensaram foi num nome...
Afinal, humanos precisam dar nome
a tudo.
Pois bem...
Não querendo ser arbitrários, os
responsáveis, resolveram fazer um concurso entre os internautas e, deram as
opções.
Antonino
Nicolau
Batatinha
Tonho
Dunga
Imaginam qual o nome que está
disparado na frente?
Dunga, é claro.
O concurso ainda fica aberto até
o dia 13 de julho...
Porém, dificilmente o bichinho
deixará de passar a ser conhecido como Dunga.
quarta-feira, julho 08, 2015
GUTEN MORGEN... Heute ist der Tag 7 - 1, schon vergessen? ou... BOM DIA... Hoje é o dia do 7 a 1, lembram?
No dia do 7 a 1, que tal lembrar as frases ditas antes da partida contra a Alemanha?
Daniel Cassol do Blog Futebol e Outras Guerras pesquisou algumas, bem interessantes e bastante patrióticas.
“Temos que passar por cima disso [ausência de Neymar]. Todos os que estão aqui têm qualidade, podemos dar conta do recado”.
Bernard
“Se eu jogar com três volantes, uma das condições que posso jogar, é dar liberdade aos laterais. E se jogar com dois, vou dar menos liberdade, mas acrescentar alguma situação diferente para causar algum prejuízo para Alemanha. ”
Felipão, em entrevista coletiva na véspera da partida, dando pistas de que pretendia causar prejuízo à Alemanha com Bernard.
“O peso para chegar à oitava final de Copa do Mundo está hoje posto muito mais sobre os ombros dos alemães do que dos brasileiros. Esta maior leveza, combinada com a fé dos crentes entre os torcedores mineiros e somada ao medo que os alemães têm de nós, pode operar a superação”
Juca Kfouri, em sua coluna na Folha de São Paulo.
“A gente vai se ver no Maracanã na final, com todo mundo gritando é campeão”
Neymar, em vídeo divulgado pela CBF após a lesão sofrida contra a Colômbia.
“Ao mesmo tempo em que fico triste, eu me alegro porque o Dante tem totais condições de jogar. Estava escrito: ele teria que participar dessa partida, por ser contra o país onde atua”
Thiago Silva, sobre Dante, seu substituto, conhecer os alemães.
“Conheço todos bem, já joguei com eles e contra eles. Sabemos a qualidade deles, são jogadores imprevisíveis. Falar alemão ajuda, às vezes eles querem combinar alguma jogada, querem falar entre eles, e se eu escutar alguma coisa pode fazer alguma diferença. ”
Dante, que conhecia os alemães, falando sobre substituir o capitão Thiago Silva.
"Eles são importantes no dia a dia com algumas informações de determinados jogadores, como gostam de se comportar, preferências de lado, drible. Todos os dias eles vão conversando com nossos atletas e depois acrescentamos nos vídeos que passamos a eles para orientar sobre a forma de jogar. Eles preenchem com dados que às vezes deixamos de lado. Dante e Luiz Gustavo falam muitos sobre os colegas e como eles se comportam."
Felipão, sobre os brasileiros que atuavam na Alemanha.
"De repente, esse momento pode marcar uma revolução nossa. Vamos ganhar a Copa por Neymar, por que ele esperou tanto por esse momento. Isso pode unir ainda mais o grupo"
Thiago Silva, falando sobre a ausência do camisa 10.
“Futebol não é um só, é um todo, se nós não temos o Neymar nós vamos superar com essa vontade, essa disposição, essa força mental de cada um, para chegar e ganhar da Alemanha. Por que é só ganhar da Alemanha para chegar e jogar no Maracanã novamente. Faltam duas partidas! Eu estou aqui do lado de cá dando essa força a todos vocês. Vai ser espetacular! Eu tenho certeza que o hexa virá. Felipão, estou contigo e não abro! ”
Zagallo, em entrevista na Globo, exalando otimismo.
"Acho que o Brasil ganha de 1 a 0. É um clássico mundial, não vejo esse favoritismo todo da Alemanha contra o Brasil. É um clássico, e a seleção brasileira sempre vai ser favorita, enfrentando qualquer seleção do mundo. "
Ronaldo, em entrevista ao site da Fifa, arriscando um palpite.
“Se a Alemanha pensa que vai encontrar um time fraco, debilitado, será um grande erro. Não se pode nunca subestimar a Seleção Brasileira. O Brasil nunca foi e nunca será dependente de um jogador, mesmo que seja o Neymar. ”
Ronaldo, durante evento com o alemão Lothar Matthäus.
“Hoje é dia de ser feliz”
Daniel Alves, em sua conta no Instagram.
Série B: fora de casa o ABC vence... 2 a 1 sobre o Atlético Goianiense.
O ABC fora de casa vence...
Em casa, decepciona.
Ontem, fora de Natal, venceu.
Venceu bem, venceu por ter
merecido vencer...
O alvinegro mostrou personalidade
ao sair de um placar adverso – Arthur abriu a contagem para o Atlético
Goianiense aos 9 minutos do primeiro tempo – para uma importante vitória.
Vitória que coloca o clube
exatamente no meio da tabela – a cinco pontos de distância do quarto colocado e
a cinco pontos de distância do décimo sétimo colocado...
Portanto, todas as portas estão
abertas.
Em relação ao jogo, o que
aconteceu não foge à normalidade...
O ABC foi pressionado no início e
no fim e seu maior problema foi o lado esquerdo...
No mais controlou bem a partida.
Ah...
Não se pode esquecer que a noite
foi de Edno...
Marcou dois gols...
Um de falta aos 20 minutos do
primeiro tempo e também aos 20 minutos da segunda etapa.
Vejamos agora o que acontece, no
sábado, em Minas Gerais, contra o América Mineiro.
Copa do Mundo de 2014... Obras que não serão entregues e as que ainda não foram concluídas...
Imagem: ESPN
A ESPN, em matéria assinada pelos
jornalistas, Francisco De Laurentiis, Thiago Cara e Patrick Mesquita, fez um
consistente levantamento e mostra o que não foi feito e o que ainda não foi
terminado.
Natal, não teve nenhuma obra
entregue 100%...
A exceção do Estádio Arena das
Dunas.
Confira a tabela abaixo...
Imagem: ESPN
Para ler a matéria completa,
basta seguir o link...
A TV Brasil investe no esporte...
TV Brasil transmite Mundial de
Futebol de areia
É a segunda transmissão
internacional seguida do canal, que tem a Série C e mostrou a Copa do Mundo de
Futebol Feminino
Fonte: Máquina do Esporte
A TV Brasil continua investindo
nas transmissões esportivas.
A emissora exibirá a partir de
quinta-feira (9) o Campeonato Mundial de Futebol de Areia disputado na cidade
de Espinho, em Portugal.
O primeiro jogo vai ao ar às
10h30 com os anfitriões enfrentando o Japão, enquanto o Brasil estreia na
sexta-feira (10), às 13hh30, contra o México.
O torneio reúne 16 seleções
divididas em quatro grupos.
As duas melhores de cada chave
passam às quartas de final.
A emissora vai exibir 12
partidas, incluindo a final no dia 19 de julho.
Os jogos terão a narração de Ruy
Fernando e convidados especiais como comentaristas.
Campeão mundial em quatro edições
(2006, 2007, 2008 e 2009), o Brasil vem de dois vice-campeonatos seguidos para
a Rússia em 2011 e 2013.
A equipe está no Grupo C que
conta, além dos mexicanos, com Espanha e Irã.
O campeonato também terá a
participação de Argentina, Senegal, Suíça, Omã, Itália, Costa Rica, Paraguai,
Taiti, Madagascar e da Rússia, favorita ao tricampeonato.
Este é o segundo campeonato
internacional seguido a ser transmitido pela TV Brasil, que exibiu até o último
fim de semana a Copa do Mundo de Futebol Feminino, realizada no Canadá e
vencida pelos Estados Unidos.
O canal também tem os direitos da
Série C do Campeonato Brasileiro.
Câmara aprova MP 671, mas, rejeita o que era verdadeiramente importante...
Profut aprovado.
E estuprado.
Por Juca Kfouri
Enfim, como um parto da montanha,
foi aprovada, na Câmara dos Deputados, por unanimidade, a Medida Provisória do
Futebol.
O Bom Senso FC triunfou ao obter
o fair play financeiro e conseguiu um avanço, mas, digamos assim, apenas uma
vitória sindical.
As medidas que mudavam a
estrutura de poder no futebol brasileiro não passaram, estupradas pela bancada
da CBF, a triste bancada da bola.
Ou seja, a luta pelas mudanças
estruturais haverá de continuar, sem o que os Havelanges, Teixeiras, Marins e
Neros permanecerão prevalecendo.
Não passou o voto qualitativo dos
clubes, o voto dos atletas, embora tenha passado a ampliação do colégio
eleitoral na CBF, enfim, nada que mude, de fato, a cara autoritária e corrupta
de nosso futebol.
Claro que o fato de poderem votar
os clubes das séries A e B enfraquece o poder das federações, que eram maioria.
Mas subservientes como são os clubes…
Até o déficit zero dos clubes
mudou para aceitação de 5% no vermelho.
Nem mesmo se permitiu que a
Seleção Brasileira fosse considerada patrimônio cultural do povo brasileiro,
porque a “a transparente” CBF morre de medo do Estado e do Ministério Público
Federal.
Ainda criou-se uma nova loteria,
como se para ajudar o futebol feminino.
Certamente uma sinecura, como
foram os bingos, anos atrás, para encher as burras de alguns parlamentares.
Jovair Arantes, do PTB, o partido
de José Maria Marin, da turma de Carlinhos Cachoeira, foi tratado como grande
vencedor da aprovação, o que dá a medida das coisas.
O PSOL votou a favor do relatório
original da MP e contra as emendas que a estupraram.
O Profut agora vai ao Senado.
Nem 8 a 1 nem 7 a 2.
Segue 7 a 1 para a Alemanha.
terça-feira, julho 07, 2015
Austin Dillon piloto da NASCAR, fosse um gato, estaria com uma vida à menos...
Na prova Coke Zero 400, disputada em Daytona, Dillon acabou envolvido num Big One – como são chamados pelos americanos esses acidentes generalizados – e, saiu andando, sem nenhum ferimento.
Flamengo e Atlético Paranaense contra a bancada da bola e seu fiel escudeiro...
Se a MP 671 for votada e,
aprovada, não poderemos deixar de agradecer ao empenho dos presidentes do
Flamengo e do Atlético Paranaense, Eduardo Bandeira de Mello e Mario Celso
Petraglia...
Eles têm sido a pedra no sapato
da bancada da bola e dos deputados Marcelo Aro (PHS/MG) e Vicente Cândido
(PT/SP), ambos, também, diretores da CBF.
Marcelo Aro, é o diretor de ética
e transparência da CBF – por favor, não riam...
a CBF tem sim essa diretoria...
Porém, o jovem deputado mineiro,
não é um neófito, como sua idade possa dar impressão...
Aro, até ser convidado pela CBF
para a tal diretoria, era diretor estatutário efetivo da Federação Mineira de
Futebol (FMF).
Entretanto, a experiência de Aro
vem ainda de mais longe...
O pai de Marcelo Aro é José
Guilherme Ferreira Filho, e seu tio é o falecido Elmer Guilherme Ferreira,
filhos do coronel José Guilherme Ferreira.
O coronel assumiu a presidência
da FMF, em 1966, quando trabalhava no gabinete do governador Magalhães Pinto...
A partir de então, sua família
comandou a entidade por mais de três décadas.
Em 2003, os dois filhos do
coronel, avô de Marcelo Aro, foram afastados da FMF, acusados de formação de
quadrilha, falsificação de documentos e apropriação indébita de recursos...
As denúncias tinham sido apuradas
na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol do Senado, de 2001...
Elmer chegou a confessar, durante
uma sessão, que sonegava impostos e praticava nepotismo.
Que lindo, não?
Os americanos estão chegando... A seleção feminina dos Estados Unidos teve mais audiência que os playoffs da NBA...
Imagem: USA Today/Reuters
A final da Copa do Mundo feminina
atraiu a maior audiência da história do futebol feminino nos Estados Unidos, e,
mais do que isso, a maior audiência de uma seleção americana, considerando
também a masculina.
Mais do que isso, a Copa do Mundo como um todo na Fox teve
uma audiência média 33% maior do que os playoffs da NBA na TNT.
A decisão teve
uma audiência maior do que a final da edição de 1999, quando as americanas venceram
a China e se consagraram bicampeãs.
A vitória dos Estados Unidos por 5 a 2
sobre o Japão em Vancouver teve entre 25,4 milhões de expectadores na TV
americana, segundo dados estimados.
O que acontece com a maioria dos jogadores quando acaba o estadual? Desemprego. A longa, mas excelente matéria do Zero Hora, mostra dura realidade dos jogadores...
O Jornal Zero Hora de Porto
Alegre publicou matéria sobre o que acontece com a maioria dos jogadores ao término
do campeonato estadual do Rio Grande do Sul.
A matéria está focada no futebol
gaúcho, mais exatamente naqueles que disputaram a primeira fase do campeonato,
onde Grêmio e Internacional não tiveram participação...
Foram 196 atletas inscritos na
disputa.
O mais incrível é que destes,
apenas 6 estão disputando o campeonato brasileiro...
4 na Série A e um, na Série B.
Certamente, o que você vai ler serve
para a maioria absoluta dos Estados.
A vida depois do estadual
Por: Cristiel Gasparetto, Rafael Diverio e Roberto Azambuja
Para o jornal Zero Hora
Entre o desemprego e a Série A: saiba onde estão 196 jogadores do
Gauchão
Zero Hora foi atrás dos atletas
que entraram em campo no dia 5 de abril, última rodada da primeira fase da
competição...
Lembra do meia Wagner, destaque
do Cruzeiro no Gauchão?
E o lateral Paulinho, do Novo Hamburgo, que errou o
pênalti que poderia ter eliminado o Grêmio do Estadual?
Em junho, dois meses após a
última rodada da fase classificatória do campeonato, Zero Hora consultou os
registros da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para descobrir onde estão os
jogadores que disputaram a principal competição do Rio Grande do Sul em 2015.
Foram pesquisados os 196 atletas
que entraram em campo no dia 5 de abril (somente Grêmio e Inter ficaram de
fora).
O resultado mostrou que, em junho, apenas 51 (26%) permaneciam nos
mesmos clubes.
Outros 83 jogadores tomaram os mais diferentes rumos, da Terceirona
do Gauchão à Série A do Campeonato Brasileiro.
Também há boleiros no Espírito
Santo, Acre, Amazonas e até na Malásia.
Teve ainda os que foram para times da
Divisão de Acesso e que já estão, outra vez, desempregados.
Falando nos sem
clube, no momento da consulta à FGF, eles eram 62 (31,6%).
Ah, sobre o Wagner,
ele agora está na Chapecoense.
E o Paulinho defende o Luverdense-MT na Série B.
Artilheiro do Gauchão vive dias vazios sem o gol pela frente
Michel marcou 11 gols, foi
comprado por um empresário, mas segue sem clube
Para cada exercício específico em
uma cadeia muscular, Michel faz uma série de abdominais.
Quer fortalecer o
púbis. Seu agente, José Lorenzo, espanhol que comprou os direitos econômicos do
goleador do Gauchão, contou que, no país de Real Madrid e Barcelona, as
pré-temporadas sacrificam essa região do corpo.
É na academia quase vazia, que,
sozinho, o jogador se dedica a garantir uma boa forma física para, se tudo der
certo, chegar bem à Europa.
Mas o levantamento repetido dos halteres serve,
principalmente, para conter sua ansiedade: dois meses depois de fazer 11 gols
em 15 jogos, o artilheiro do Passo Fundo segue desempregado.
Sua situação, porém, ainda não é
desesperadora, ao menos financeiramente.
Representado pelo empresário cujo
escritório está localizado em frente ao Estádio Santiago Bernabéu, tenta
aparentar tranquilidade de que irá para algum clube da primeira divisão
espanhola nos próximos dias.
Negou propostas de clubes das
séries B e C brasileira e até do famoso "mundo árabe".
Sua esperança
é chegar a uma equipe da altura de um Levante, um Elche ou Getafe, onde o
agente tem bom trânsito.
Aos 26 anos, Michel das Chagas
Henrique, 1m85cm, sabe que uma possível ida para a Espanha é a grande chance de
estourar uma carreira que já estava praticamente encravada entre clubes menores
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina — com breves passagens por São Paulo.
O bom posicionamento na área, a
altura que possibilita disputar na cabeça com zagueirões e uma velocidade até
certo ponto surpreendente ajudaram-no a ser destaque na segunda divisão de
Santa Catarina pelo Concórdia no ano passado.
Procurado pelo Passo Fundo,
aceitou o convite de comandar o ataque do time do norte gaúcho em troca da
promessa de salários em dia e uma expectativa de um time forte, que brigasse
pelo título do Interior.
Houve investimento, mas faltou resultado para isso.
Mesmo assim, recebeu o valor prometido.
Surgiram propostas para jogar em
divisões menores enquanto não tem o futuro definido.
A única que realmente
interessava seria uma do São Gabriel, time da cidade em que vive com a mulher e
dois filhos pequenos.
Mas o salário não valia o risco.
Assim, acabou vendo da
arquibancada a equipe ser eliminada na quarta rodada do quadrangular final da
Divisão de Acesso, marcando apenas um gol.
Demonstrou tristeza pelos
companheiros de profissão e funcionários, e até pela cidade que nasceu e
escolheu para viver enquanto não confirma sua viagem para a Península Ibérica.
Quando pisou o gramado do Estádio Sílvio de Faria Corrêa, exclamou,
naturalmente:
— Ah! Que saudade disso aqui!
É na sua São Gabriel que passa os
dias com a família em uma rotina pacata para quem, três meses atrás, estava em
todos os noticiários esportivos.
A jornada se vai mais ou menos assim: pelas
manhãs, assume o papel de babá dos filhos.
As tardes são distribuídas entre
puxar ferro na academia e correr pelas ruas da cidade.
Em algumas noites, joga bola com
outros ex-jogadores — e nesses dias, segura no peso dos exercícios, "para
não endurecer os músculos".
Noutras, acende a lareira para assistir a DVDs
em uma TV de tubo ou receber alguns parentes em seu apartamento de dois
quartos.
Orgulhoso, deixa a chuteira dourada, que recebeu na festa dos melhores
do Gauchão, bem à vista, para se lembrar de sua campanha entre fevereiro e
abril de 2015.
E está sempre com o celular à
mão, com a internet ligada, seja no WiFi ou no 3G.
Porque é pelo WhatsApp sua
principal comunicação com José Lorenzo.
Nem reclama de ter sido acordado, dia
desses, às 5h.
O empresário mandou-lhe uma mensagem de voz garantindo que
estava encaminhando alguns acertos.
O objetivo, na verdade, era
transmitir uma mensagem de tranquilidade quanto ao seu futuro.
Como se fosse
possível tranquilizar um centroavante que está há três meses sem fazer gols.
Sem clube, volante virou sócio de loja de autopeças
Hoje aos 27 anos, Almir relata
que passou por dificuldades no segundo semestre de 2014.
Na tarde de 12 de março de 2011,
o volante Almir teve seu grande momento como jogador.
Em uma partida do
Campeonato Gaúcho, no Estádio Olímpico, ele recebeu passe na entrada da área e
chutou forte, marcando o segundo gol da vitória do Cruzeiro sobre o Grêmio.
Hoje, aos 27 anos, o
meio-campista está longe dos gramados.
Depois de disputar o Estadual pelo União
Frederiquense, não recebeu uma boa proposta financeira.
A alternativa foi se
aventurar em outra área.
O atleta virou sócio de uma autopeça na cidade de
Portão, no Vale do Caí.
— Agora, eu tenho uma renda fixa.
Futebol não é uma certeza para quem joga em time de Interior — justifica.
Natural de Porto Alegre, criado
no bairro Vila Nova, o mesmo de Ronaldinho, Almir sempre quis ser jogador.
O
sonho virou realidade no Cruzeiro, onde chegou em 2005, com 17 anos, e saiu
somente em 2013.
— Fomos vice-campeões gaúchos de
juniores em 2008 — recorda o volante.
Na temporada passada, o primeiro
aperto financeiro assustou.
O ano começou no Vilhena, de Rondônia.
Depois, o
destino foi o União de Frederico Westphalen.
Porém, mesmo após subir com o time de Frederico
Westphalen para a Série A do Gauchão, as propostas para jogar no segundo
semestre não apareceram.
A saída foi ajudar a mulher, Ana, na produção de
eventos e até trabalhar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) durante as
eleições.
— Ano passado, a gente passou
dificuldades. Tive que me virar — destaca Almir.
Por isso, há três meses, quando o
sogro resolveu investir em uma autopeça e oferecer para o jogador e a filha
tocarem o negócio, o meio-campista resolveu aceitar.
— É complicado sempre ficar
correndo atrás para pagar as contas. Preciso pensar no futuro — enfatiza.
E com o encerramento do Gauchão,
a rotina mudou radicalmente.
Os treinos, jogos e concentrações foram trocados
por um expediente mais tradicional, das 8h às 12h e das 13h30min às 18h, mas
não menos puxado.
— O futebol te priva de muita
coisa, tu fica longe da família, sofre pressão, nem sempre os momentos são bons
— comenta Almir.
Sobre sua estreia no ramo de
autopeças, destaca que no começo estranhou, mas está pegando o jeito.
— Estou aprendendo as peças,
ganhando experiência.
Tem coisas que nem imaginava que existia — diverte-se.
Morador de São Leopoldo, Almir e
a mulher compraram um apartamento pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
Com o
que conseguiu juntar no futebol, deu uma entrada e agora pagará o restante em
20 anos.
Para manter a forma, frequenta uma academia e joga em um time de
várzea.
No momento, sua atuação é fora dos gramados, mas se aparecer proposta
de algum clube...
— Se pintar uma boa, eu jogo.
O volante também faz faculdade de
Educação Física no IPA.
Começou em 2007, mas devido à rotina do futebol, teve
que trancar o curso várias vezes.
Atualmente, está no sexto semestre.
— A frustração que tenho no
futebol foi por não ter feito um contrato longo, de não ter oportunidades em um
time grande.
Quando poderia ter, no meu melhor momento, em 2011, me machuquei.
Não era para ser, mas não me arrependo, conquistei bastante coisa.
Joguei na
Arena, no Beira-Rio e no Olímpico.
Meio-campista optou pela faculdade
A instabilidade como jogador do
Interior está incomodando o meio-campista Régis, 25 anos, que disputou o
Gauchão pelo União Frederiquense.
Já pensando em uma vida longe dos gramados, o
atleta começou a cursar Direito em uma universidade de Santiago, cidade da
Região Central do Estado, onde reside.
— Quero fazer concursos, evitar a
instabilidade.
É horrível depender do primeiro semestre — ressalta o jogador,
que ainda não arrumou emprego para o restante do ano.
— Estou sem clube, não apareceu
nada. E não tenho outra fonte de renda. Guardo o que ganho no Estadual e fico
correndo atrás, ligando para amigos e empresários. Meu planejamento básico é
guardar o que ganho no Estadual para o ano inteiro — explica Régis.
A campanha ruim do União-FW no
Gauchão é apontada pelo atleta como um complicador para despertar o interesse
de outros times.
O fato de ficar sem emprego no segundo semestre angustia o
jogador, que não descarta até abandonar os gramados:
— Se ficar sem clube até o final
do ano, terei dificuldade. Nunca tinha ficado parado. Se for para ficar rodando
ou jogar só um semestre, talvez eu pare.
Meio-campista do Avenida no
Gauchão, o mineiro Elias, 26 anos, é outro que sofre com o desemprego.
Desde
abril sem clube, ele conta com a ajuda da mulher para se manter.
— Estou sem renda nenhuma. Jogo
campeonato de amadores e a esposa segura. É complicado — desabafa o atleta, com
passagem pela base do Botafogo e que já jogou no Juventude, na Tailândia e na
Moldávia.
Atualmente, mora em Santa Cruz do Sul e tem como rotina cuidar dos
filhos e se exercitar para manter a forma.
— É muito difícil, estou dividido
se continuo ou não. Prefiro trabalhar ganhando menos, mas que seja um emprego
estável.
Na Série A do Gauchão, a média
salarial é de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
Na Divisão de Acesso, o valor médio cai
para cerca de R$ 3 mil.
E nas Copinhas do segundo semestre, diminui ainda mais.
Atacante já recebeu em dólar e agora se mantém no futebol sete
Anderson, ex-Cruzeiro,
complementa a renda de casa com o futebol amador
Anderson Pereira de Oliveira já
recebeu em dólares.
Hoje, desempregado, mantém a forma jogando a Série Prata do
Campeonato de Futebol Sete de Porto Alegre.
Para complementar a renda familiar,
conta com ajuda da mulher, secretária em uma universidade.
O atacante de 25 anos, que mora
no bairro Partenon, deixou o Cruzeiro após a eliminação nas quartas de final do
Gauchão.
Mesmo ainda jovem, garante que conseguiu guardar dinheiro suficiente
para sobreviver a períodos sem clube e sem contracheque.
Afirma que teve proposta de um
clube da Divisão de Acesso, mas recusou.
Havia promessa de um contrato melhor
no Rio de Janeiro, que acabou não vingando.
— Quando você está empregado, tem
que saber administrar. O segundo semestre é mais complicado para jogadores de
time pequeno. Em muitos lugares do Interior, tu acabas não recebendo. Gasta
mais estando fora do que em Porto Alegre — comenta Anderson.
Anderson iniciou no futebol
atuando no Grêmio, em 2001.
Mais tarde, passou por São José de Porto Alegre,
times do Paraná e São Paulo.
Em 2008, chegou a trabalhar com o grupo principal
do Fluminense, à época comandado por Renato Portaluppi.
Três anos depois, passou 10 meses
no Irã, onde teve dificuldades com a língua e a solidão.
Mas pôde fazer o pé de
meia com os petrodólares do Oriente Médio.
Conseguiu dar uma casa para a mãe em
Cachoeirinha.
De volta ao Brasil, passou pelo Boa, de Minas Gerais, e retornou
ao Rio Grande do Sul.
No dia em que conversou com a
reportagem de Zero Hora, Anderson participava de um jogo-treino de seu time em
uma quadra sintética na zona sul de Porto Alegre.
A equipe se preparava para um
torneio no fim de semana seguinte.
Fazia frio, mas o jogo era quente.
Até que
uma pegada mais forte foi o suficiente para iniciar uma briga generalizada.
Anderson se afastou.
— O futebol sete me mantém
jogando, treinando. Não é muito, mas dependendo dos jogos, consigo ganhar um
dinheirinho bom. Aí equilibra — pondera. — O problema é que fico sujeito a me
lesionar em um treino como este e ter que ficar muito mais tempo parado — admite.
O atleta lamenta que teve
"azar" com empresários, por isso mantém apenas um agente que lhe
ajuda na busca por clubes.
A tratativa que mais lhe enche os olhos é uma
oportunidade no futebol de Malta, um minúsculo arquipélago ao sul da Itália,
com menos de 500 mil habitantes.
— Tenho um pensamento muito fixo
de daqui a dois ou três anos não estar passando mais por isso. Tenho muita
vontade de jogar fora de novo. A começar pelo ano inteiro de contrato. O
futebol é uma carreira incerta. Contratos de quatro, cinco meses não têm
estabilidade alguma. Eu ainda não tenho filhos, mas tenho família. E as contas
não esperam — resume Anderson.
Grifes do Interior também sofrem com o desemprego
Eduardinho, 31 anos, e Marcelo
Pitol, 33, contam como se viram para pagar as contas no segundo semestre.
Não são só os jogadores menos
conhecidos que têm dificuldades para arrumar emprego após o Gauchão.
Atletas
rodados, verdadeiras grifes do Interior, também seguem sem emprego três meses
após o encerramento da primeira fase do Estadual.
É o caso, por exemplo, do meia
Eduardinho, 31 anos.
Desde 2009, ele disputa o Gauchão pelo Veranópolis.
Porém,
como o clube da Serra interrompe as atividades após o Estadual, o jogador tem
de ir atrás de emprego no segundo semestre.
Neste ano, não apareceram boas
propostas.
— Cada vez piora mais, são muitos
jogadores parados. Estou gastando o que tenho guardado, não é fácil — reclama
Eduardinho. — Não tenho a vida ganha, se tivesse, já tinha parado de jogar —
acrescenta.
Morador de Caxias do Sul, casado
e pai de um filho, o meia destaca que não aceita ofertas que considera muito
baixas pois tem medo de ter uma lesão grave e comprometer sua participação no
Gauchão do ano seguinte, quando a remuneração é garantida.
— No Veranópolis, sei que o pagamento
é certinho — enfatiza.
Mesmo assim, Eduardinho diz que
pretende jogar alguma das Copinhas organizadas pela FGF no segundo semestre,
para não ficar muito tempo parado.
— Infelizmente, vou ter que
correr o risco.
— Estou vivendo com pouco, mas
vivendo bem, com saúde — pondera o jogador.
Marcelo Pitol
Goleiro formado no Grêmio e com
passagens por vários times do Interior, Marcelo Pitol, 33 anos, é mais um nome
tarimbado no futebol gaúcho que está sem emprego há três meses, desde que o
Aimoré foi eliminado do Estadual.
É a primeira vez, conforme ele, que fica
tanto tempo sem trabalho.
— Estou esperando uma coisa
legal, mas está muito difícil. A cada ano vai piorando, não há um calendário
para toda a temporada — comenta.
Para manter a forma, o goleiro se
exercita em uma academia e também treina com a equipe sub-20 do Aimoré,
comandada pelo ex-jogador Arílson.
A punição de nove jogos sofrida após uma
expulsão no Gauchão também é apontada por Pitol como um fator que dificultou o
acerto com outros clubes.
A situação financeira do goleiro só não é mais
complicada pois tem, em sociedade com o irmão, uma pizzaria em São Leopoldo.
— Não é uma receita muito alta,
mas já dá para pagar as contas — revela.
Para Pitol, além da questão do
calendário, a desorganização dos clubes é um dos motivos para o desemprego de
muitos atletas.
Divisão de Acesso é a salvação depois do fim do Gauchão
São Gabriel recrutou cinco jogadores que disputaram a primeira divisão
Vem de São Gabriel um dos
principais exemplos da destinação de jogadores quando acaba o Gauchão.
O time
da região central do Estado importou cinco atletas para tentar voltar à elite
do futebol estadual em 2016.
Não conseguiu, mas ao menos chegou à fase final.
Quatro destes jogadores estavam
em campo na última rodada da primeira fase do Gauchão, em 5 de abril: o goleiro
Lúcio, o zagueiro Carlão Farias e os volantes Toto e Henrique.
O último acabou
acertando sua saída após sofrer uma lesão.
Márcio Bambu, que não disputou a
partida derradeira do Estadual, completa o time de reforços da Série A.
Ao todo, a Divisão de Acesso
recrutou 19 jogadores do Gauchão.
Para evitar os times de aluguel, a Federação
incluiu no regulamento que só são permitidos três novos vínculos por clube.
A
solução das equipes foi contratar os atletas antes de o torneio começar
“emprestando” para o representante da primeira divisão.
Por isso, Carlão ficou fora do
banco na maior parte dos jogos.
Deu lugar a Lúcio, Toto e Bambu.
Mas mesmo essa
condição não incomodou tanto.
Vinculado ao clube, o zagueiro que atuou pelo
Cruzeiro/RS conseguiu receber seu salário, se manter na vitrine e garantir mais
uns meses de tranquilidade.
— É uma segurança (jogar a
Divisão de Acesso). Dá um fôlego para o segundo semestre, quando a coisa
aperta. As copinhas pagam menos — explica o defensor de 25 anos.
As "copinhas" a que se
refere são os torneios criados pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para
movimentar o Interior na metade final do ano.
Lúcio sabe bem disso.
Dois anos
atrás, tinha contrato com a Portuguesa e foi emprestado para dois times.
No fim
do segundo empréstimo, deveria retornar ao time da capital paulista.
Não foi aproveitado e passou seis
meses só treinando.
E não recebendo, é claro.
Por isso, nem sempre um acordo
mais longo é uma segurança.
Não se opõe a fazer contratos mais curtos desde que
garantam valores e condições prometidas, mesmo sabendo que pode acabar
desempregado por um tempo.
— Já estamos acostumados a essa
condição. Não dá para desanimar. Basta fazer um trabalho bom que logo já
aparecem outras oportunidades — diz o goleiro de 25 anos que se notabilizou no
último Gauchão ao defender um pênalti de Alex, do Inter.
Além do bom trabalho, é
importante ter amizades e contatos.
Muitos dos contratos de divisões inferiores
e copas de segundo semestre são feitos por indicações de técnicos e atletas.
A
necessidade de algum reforço é dividida com jogadores e treinadores que acabam
lembrando de amigos que tiveram sucesso.
É nisso que se apegam os
jogadores que estão quase ficando desempregados novamente.
— Até porque não dá para
desistir. Mesmo quando pensamos em largar tudo, lembramos de tudo o que já
sacrificamos para viver esse sonho de jogar e ganhamos o gás que precisamos
para não abandonar o que mais gostamos de fazer — conclui Lúcio.
Os jogadores que se deram bem e agora disputam o Brasileirão
Cinco atletas que estiveram na
última rodada do Gauchão conseguiram o sonho da Série A
Dos 196 jogadores do Interior que
entraram em campo na última rodada da fase classificatória do Gauchão, cinco
atingiram o objetivo sonhado por todos: foram contratados por um time da Série
A do Campeonato Brasileiro.
Dois deles estão no Goiás, o lateral-esquerdo
Rafael Forster, ex-Brasil de Pelotas, e o volante Patrick, ex-Caxias.
— O Gauchão foi uma coisa boa.
Como o Brasil foi campeão do Interior em 2014 e 2015, tu acaba aparecendo mais,
e o Goiás me deu oportunidade. Para quem está no Interior é muito difícil
conquistar isso (jogar a Série A) — destaca o catarinense Forster, 24 anos, que
elogia a estrutura da equipe da Região Centro-Oeste.
— As condições de trabalho são
muito boas, a diretoria é qualificada e o pagamento é em dia. No Interior, o
pessoal se esforça, mas às vezes tem essa dificuldade — enfatiza.
Além de Forster e Patrick, o
Goiás conta com mais dois jogadores que disputaram o Gauchão — o zagueiro Fred
(ex-Novo Hamburgo) e o centroavante Wesley (ex-São José) —, mas eles não estão
entre os 196 pesquisados nesta reportagem pois não entraram em campo na última
rodada do Estadual.
Forster e Wesley, inclusive,
viajaram no mesmo voo rumo a Goiânia para se apresentar ao novo clube.
Os
quatro "gaúchos" foram titulares no jogo do último domingo, na
derrota de virada para o Fluminense por 2 a 1.
Para os jogadores do Interior que
estão desempregados ou em clubes menores, o lateral-esquerdo deixa uma mensagem
de esperança.
Acredita que vale a pena insistir na carreira e usa o próprio
exemplo, já que em 2011 e 2012, pensou em largar o futebol.
Agora, é titular em
uma das principais equipes do país e joga nos modernos estádios da Copa do
Mundo.
— Às vezes, as coisas fogem do
controle, tu não tens poder de decisão. Para mim, valeu a pena ter esperado,
ter me dedicado, me esforçado um pouco mais. Futebol é o que gostamos de fazer.
Mas se chegar ao ponto de não ter mais vontade de ter contato com a bola, aí
não dá mais — conclui Forster.
Os outros jogadores que
disputaram o Gauchão e estão em clubes da Série A são o goleiro Bruno Grassi,
que saiu do Cruzeiro e foi para o Grêmio, o meia Wagner, ex-Cruzeiro e agora na
Chapecoense, e Matheus Ribeiro, lateral que foi do Ypiranga e se transferiu
para o Atlético-PR.
Sindicato define desemprego no futebol como "descarte de
homens"
Entidade cobra planejamento dos
clubes a longo prazo e maior suporte da CBF.
Para o Sindicato dos Atletas
Profissionais do RS, dois dados chamam a atenção.
O primeiro é o baixo número
de atletas que seguem no mesmo time pelo qual jogaram no Gauchão.
Para o
presidente da entidade, Paulo Cesar Mocellin, a informação comprova que não há
qualquer planejamento de longo prazo entre os clubes.
Os 31% de desempregados após o
Estadual também assustam.
Segundo o advogado Décio Neuhaus, coordenador
jurídico do sindicato, o percentual aponta para um "descarte de
homens".
— É como mercadoria. Usa até
enquanto serve e depois põe fora — comenta.
O sindicato tem um termo para
definir os lugares em que a maioria dos atletas vai quando acaba o Gauchão:
"futebol de subsistência".
Trata-se das divisões inferiores tanto do
Rio Grande do Sul quanto de fora.
— Muitas vezes os salários acordados
não são pagos e as situações em que vivem são precárias — diz Mocellin.
Outra dificuldade reclamada pela
entidade é a dificuldade de ter acesso a dados dos atletas.
A mudança no
sistema de registro tornou quase impossível acompanhar um atleta.
O BID só
apresenta os dados do dia, sem a função cumulativa, que facilitaria a pesquisa.
Para eles, duas mudanças são
necessárias — e urgentes.
A primeira é a necessidade de mais transparência na
CBF no setor de transferências e registros.
A segunda, e mais complicada, é a
elaboração de um novo calendário nacional de competições, que permita que os
times do Interior joguem durante todo o ano.
Três perguntas para Lúcio Flávio,
meia do Coritiba, representante do Bom Senso F.C.
Qual a posição do Bom Senso sobre
esta situação?
Definimos como lamentável. O
certo é termos calendário anual para todos os clubes profissionais. Não é
somente no Rio Grande do Sul, isso afeta todos os estados. A culpa disso é das
entidades de administração do futebol, especialmente a CBF, que é o órgão
máximo.
Como mudar o quadro?
Democratizando as decisões.
Estabelecendo a participação de atletas nos órgãos de deliberação da CBF e das
federações. Assim teremos uma oxigenação das propostas e voz para apresentar
outras propostas.
Qual o modelo para alterar isso?
Em 2014, o Bom Senso elaborou uma
proposta de calendário com campeonatos estaduais, regionais, Copa do Brasil e
cinco divisões nacionais. Assim poderíamos oferecer calendário anual para cerca
de 600 equipes profissionais.
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