Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
terça-feira, abril 29, 2008
Trato de esporte e não de assuntos pessoais...
Sobre o episódio envolvendo Ronaldo Nazário, nada tenho a dizer...
Motivo?
A vida pessoal é problema privado e, portanto, não me interessa.
A Champions League é Inglesa...
Manchester United espera o vencedor de Liverpool e Chelsea para que a Inglaterra decida quem será o Campeão da Liga de Clubes Campeões da Europa.
Sir Alex Ferguson, há 22 anos no comando do Manchester terá a seu favor a tradição...
Os vermelhos de Manchester já disputaram 10 semifinais e participaram de três decisões e nunca perderam uma final.
Explicar o inexplicável, é sempre difícil para gente de bem...
Alberto Murray Neto é advogado graduado pela Faculdade de Direito da USP do Largo de São Francisco e membro crítico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e membro da Corte Arbitral do Esporte (CAS) em Lausanne Suíça.
E segundo publicou no blog do Juca Kfouri, passou por uma inédita experiência ao presidir o grupo de debates sobre Direito Esportivo, em reunião realizada na Espanha.
O Dr. Alberto Murray Neto, confessou ter descoberto algumas coisas que não sabia e uma herança que cultivamos orgulhosamente na pátria de chuteiras.
Vamos ao que o Dr. Murray aprendeu:
- Na Holanda, a lei prevê que casos envolvendo questões do futebol (mesmo de Direito Trabalhista), quem tem competência para dirimir os conflitos é um Tribunal Arbitral especializado no assunto (Justiça de verdade, envolvendo juristas de verdade e sem comprometimento com clubes).
- Na Europa os clubes são quase todos realmente empresas e alguns são listados nas bolsas de valores.
Ah! E quando um clube quebra, quebra mesmo!
- Na França existe um órgão fiscalizador das gestões financeiras dos clubes de futebol, com poderes para intervir nas administrações como, por exemplo, determinar que certo clube que está em situação financeira difícil deve desfazer-se de jogadores para melhorar a situação financeira, ou proibir novas contratações por certo período.
Esse órgão é um órgão colegiado, com mandato e a Federação Francesa de Futebol escolhe os membros a partir de uma lista entregue a eles, devendo ser um representante da Ordem dos Advogados da França e de outros segmentos da sociedade.
- A Holanda e Israel têm órgãos com funções similares e todos estão funcionando bem, pois os clubes que não cumprem com suas obrigações, são realmente punidos.
Agora, vamos à herança que cultivamos e que o Dr. Murray acabou por detectar:
- Portugal exige, no inicio da sua temporada, que cada clube apresente à federação certidões de que estão em ordem com todas as suas obrigações tributarias.
Mas não funciona!
O Benfica a certa altura apresentou uma certidão falsa.
E nada aconteceu...
Por quê?
Por entenderem os cartolas portugueses que o Campeonato Português sem o Benfica não seria bom.
Creio que já ouvimos esse tipo de patifaria dita por aqui, ou estou enganado?
Diante do impasse, a Federação Portuguesa de Futebol assumiu perante o governo as dividas dos clubes para que estes tivessem as certidões.
Mas...
A Federação Portuguesa de Futebol também não pagou nada e nada aconteceu.
Viram?
Filhos de peixe, peixinhos somos!
E para finalizar, o Dr. Murray teve que passar por um mico diante de seus pares (só não foi maior, por conta da presença portuguesa na tal reunião), ao ser questionado sobre que tipo de punição o Brasil aplica a clubes mal administrados.
Imagino a dificuldade que o Dr. Murray para como afirmou que o fez, explicar que aqui, eles são contemplados com uma coisa chamada Timemania, que além de dos benefícios fiscais dados a uma categoria econômica especifica, ainda mantém no cargo os mesmos administradores que os levaram a ruína.
Dia difícil o do Dr. Alberto Murray Neto.
segunda-feira, abril 28, 2008
Resposta as questões levantadas por Lupercio...
A primeira questão levantada por Lupercio é; “você acredita que com esse time, o ABC tem chances de subir para a Série A do próximo ano?
Resposta curtinha; “não”!
Resposta mais longa; “chance nenhuma de subir e terá que lutar muito para não cair”!
Passadas as primeiras vinte e quatro horas da conquista do inédito título número 50 e, passadas as justas comemorações, é hora de se colocar os pés no chão e procurar entender que uma coisa é o nosso simpático e provinciano campeonato, outra, é um campeonato que envolve equipes de vários estados brasileiros.
Diz um amigo meu acostumado na lida diária do futebol e com experiência em negociações entre clubes e jogadores, que uma equipe vai precisar pagar entre 16 a 22 mil reais de salário em média para tentar se manter na Série B.
Se objetivo for chegar a Séria A, aí, o preço é mais salgado...
Não é publico, mas para quem conhece os meandros do nosso futebol, é sabido que o Presidente do ABC, Judas Tadeu tem se queixado muito das dificuldades que está encontrando para montar o time que desejaria.
Mesmo já tendo declarado que seu objetivo é ficar na Série B por algum tempo e só depois, tentar uma arrancada para a sonhada Série A, Judas já percebeu que não será tão fácil assim e que as dificuldades serão imensas.
Portanto, o que tem procurado fazer, é buscar o máximo possível de informação sobre a qualidade técnica dos que pretende trazer.
O problema está na diferença entre a informação que se recebe e a realidade do jogador em campo.
Série B, não é o Campeonato Estadual.
A segunda questão levantada por Lupercio, diz respeito à demora do América em definir seu elenco (o treinador já foi anunciado) e se essa demora pode custar alto aos rubros.
Toda decisão demorada aumenta em muito os riscos de fracasso, e, no caso de uma equipe de futebol, com certeza quanto mais demorar pior.
Porém, não se deve pensar que a demora em questão é apenas displicência da direção alvirrubra.
O América assim como o ABC, sofre do mesmo mal; “falta grana e faltam os tais jogadores bons e baratos”.
Para piorar, a diretoria americana vem sofrendo desde o ano passado com os fracassos e as derrotas e isso, é fator inibidor na hora da decisão.
O medo de errar e o medo das conseqüências que esse erro possa trazer têm feito com que cada passo seja medido.
Porém, um time precisa de tempo para sua adaptação ou novo lugar e ao novo comandante, assim como o novo comandante precisa de tempo para estabelecer uma relação com seus novos comandados.
Além dos fatores acima, é preciso tempo para que todos possam ter um mínimo de conhecimento sobre a forma de atuar e de se comportar de cada um dos novos membros do grupo.
Portanto, respondo o seguinte ao Lupercio...
Terá um custo alto sim e esse custo pode tornar a luta para ficar na Série B muito maior do poderia ser ou, ser tão doloroso quanto foi ver a queda da A.
Em resumo eu diria que; “dois times para dois semestres, é o caminho mais curto para a derrota”.
domingo, abril 27, 2008
50 vezes Campeão!
O ABC é Campeão Estadual de 2008 e estabelece um Recorde nacional que dificilmente será quebrado... 50 títulos conquistados!
Venceu por merecimento, venceu em sua casa, venceu diante de seus...
O que mais há para ser discutido nesse momento?
Dizer que a vitória foi suada e que até o apito final, os corações alvinegros ficaram apertados, é apenas valorizar a conquista obtida diante de um valoroso adversário.
E que final poderia ser melhor que esse?
Falar dos defeitos é provar um mal humor quase incurável...
E quem nesse momento quer a companhia de um mal humorado incurável?
Portanto, parabéns ABC!
Comemore, vibre, dance, cante, chore, ria e seja feliz...
Não é todo dia que se conquista 50 campeonatos...
sexta-feira, abril 25, 2008
Nêgo é do Bragantino e Rodriguinho está na mira dos espanhois...
RELEASE DO EMPRÉSTIMO DO ATLETA PROFISSIONAL “NÊGO”.
Atleta: Lindembergh Francisco da Silva - NÊGO
Nascido em: 23.05.1985 em Natal//RN
Estado Civil: Casado
Clube de Origem: Clube Atlético Mineiro, desde 02/01/2008
Novo Clube: Clube Atlético Bragantino / Bragança Paulista-SP
Na tarde de hoje (24.04) houve o desfecho da negociação envolvendo o Galo Mineiro e o Clube Atlético Bragantino no empréstimo do lateral direito Nêgo.
Após ser comprado pelo Atlético Mineiro no final de 2007 junto ao ABC FC, o lateral teve poucas oportunidades no clube mineiro sob o comando do técnico Geninho. Em 2007 o atleta se destacou no ABC FC, marcando 4 gols no campeonato estadual potiguar, e 9 gols no brasileiro da série C se tornando o ala artilheiro do Brasil, fazendo mais gols do que o ala Paulo Baier do Goiás.
Assim, o Atlético ainda sob o comando de Emerson Leão teve o desejo de contrata-lo. Na ocasião outros clubes também mostraram interesse no atleta, inclusive o Santos FC, hoje comandado por Leão, mas a diretoria atleticana agiu rapidamente e com o projeto de montar uma forte equipe para o centenário conseguiu contratar o lateral.
Mas com a chegada do lateral Coelho, ex-corinthians e diante de uma pressão imensa da torcida no ano do centenário do galo, o atleta teve poucas oportunidades, e a opção de Nêgo foi sair para defender outra equipe. Náutico, Figueirense, Goiás, Vitória, América de Natal, Juventude e Vila Nova-GO mostraram interesse em ter o jogador para o brasileiro/2008, mas o fato de disputar o campeonato paulista 2009 pesou na decisão do atleta e do seu procurador, já que o empréstimo será de um ano. E ainda, o técnico Marcelo Veiga falou diretamente com o jogador do interesse em tê-lo no clube paulista.
Segundo o procurador e agente do atleta, Edi Souza, o futebol paulista e a boa fase do Bragantino pode fazer com que o atleta volta a brilhar, já que no Atlético ele não teve muitas oportunidades. Os valores do empréstimo não foram revelados e os direitos do atleta pertencem ainda ao ABC (30%), Atlético (35%) e a um grupo de investidores que também detém 35% .
“Foi quase um mês de negociação porque a diretoria do Atlético dificultou onde não havia dificuldade, fizeram algumas exigências atípicas, das quais tiramos como aprendizado para que a negociação se concretizasse, mas o importante é que o Nêgo está feliz e otimista”, desabafou Edi Souza, e acrescentou que o jogador poderá não retornar ao galo, já que existe um grupo de investidores interessados em comprar os direitos federativos e econômicos do atleta, desde quando atuava pelo ABC FC.
Borges Filho
Assessoria EAS
Ferdinando Teixeira sentiu o golpe... Domingo ele e Miluir, vão ser um espetáculo a parte.
Ficou claro que o experiente treinador sentiu o golpe e que o golpe foi forte demais, pois Ferdinando não costuma dar declarações desse gênero.
Foi um embate interessante entre Ferdinando e Miluir, embate que só vai terminar no domingo no Maria Lamas Farache.
Se me perguntarem quem tem maiores possibilidades, direi que os dois times se nivelam e que nenhum resultado pode ser antecipado.
Talvez e só talvez, o ABC leve uma ligeira vantagem por estar em seu estádio.
quarta-feira, abril 23, 2008
De nada valeu ser paredão...
O futebol cada vez mais afasta os atletas dos clubes e os tornam profissionais frios.
Sei que é um direito de qualquer treinador escalar quem quiser...
Mas Paulo Musse desembarcar, fazer dois "treininhos" e assumir o lugar de Ranieri sem mais nem menos, é um pouco demais para mim.
Qual o critério adotado?
E a história do homem e do profissional Ranieri, não tem nenhum valor?
Bem, cada um sabe o que faz...
Mas que é difícil entender, isto é!
segunda-feira, abril 21, 2008
América 3X2 Potiguar de Mossoró... Vitória de pirro!
La se vai o último feriadão do ano e com ele se foi também o último e tumultuado turno do nosso campeonato estadual.
Não posso avaliar as minúcias da partida, não vi, só ouvi e isso não é o bastante para dar respaldo a um comentário.
Mas algumas coisas podem ser avaliadas mesmo a distancia.
Quem são os jogadores do América?
São os mesmos que durante a passagem de Roberto Cavalo jogaram sem brilho, sem garra e sem nenhum respeito próprio?
Ou são eles, os que jogaram sob o comando de Moura e encurralaram o bem montado time de Miluir Macedo?
Que tipo de homens são afinal?
O difícil é pensar que esse time poderia ter feito um pouco mais e se tivesse feito, talvez o América tivesse chegado às finais.
Porém, não se pode negar que o Potiguar fez por merecer e chegou à final do campeonato com todos os méritos.
Deplorável...
Me caro Ivo,
Não sei de onde você veio e nem em que tipo de ambiente você foi criado... Não sei se na sua infância e juventude, seus familiares ou amigos costumavam comparar os símios com seres humanos.
Mas pense meu caro rapaz...
Negros, são pessoas, são homens e como tal devem ser tratados. Ah! Se estiverem de uniforme camuflado então, nem se fala.
Perdoe-me a dureza das palavras, mas você não foi nem corajoso, nem destemperado e nem sequer pode ser chamado de infantil.
Você foi estúpido e só...
Espero que um dia em sua vida, você não seja descriminado por lhe faltar algo, seja lá o que for...
Uma atitude patética...
O que se passa na cabeça de um jogador que faz o que fez o Emerson? Terá esse rapaz a mais mínima noção de alto respeito, de civilidade e até mesmo saberá ele, o quanto é importante uma reputação bem construída?
Acredito que não!
O que sinceramente é uma pena.
sexta-feira, abril 18, 2008
Dizem que a esperança é a última que morre...
Claro que é...
Mas é possível vencer por quatro gols de diferença e ir à final contra o ABC?
Claro que é...
Mas...
Pense bem antes de responder.
Você acredita?
Acredita racionalmente ou acredita apenas por imaginar que seus desejos podem ser atendidos em função do seu amor pelo América?
Bem, espero que você pense antes de responder.
Cavalo não é culpado...
3X0 não dá para discutir... Ou dá?
Na saída para o intervalo, Miluir disse o seguinte: “não estamos bem, vou consertar”!
E consertou...
Roberto Cavalo achou que estava tudo bem e imaginou que continuaria assim, mas não estava e não estava pela simples razão que nunca esteve.
O time é ruim, é frágil, é medíocre e jamais conseguiu passar confiança nem ao mais fanático americano.
Agora, é preciso que se tome uma atitude e essa atitude deve ser imediata. Trazer o Paulo Porto apenas pela campanha que fez a frente do Internacional de Santa Maria não resolve, é bom lembrar que melhor campanha fez Marcelo Veiga no Bragantino e deu no que deu.
O América precisa de um treinador que tenha perfil de Série B e que seja vencedor, precisa de nomes que venham para não para somar, mas para tirar o clube desse lamaçal em que se atolou.
O Leandro Safira o mais novo reforço, jogou apenas dois jogos no campeonato gaúcho. Mas Bruno Aguiar do Mirassol que foi eleito o melhor zagueiro da Série A1, foi oferecido ao América, não quiseram... Leão do Santos quis.
Assim fica difícil.
Só tem menino bonzinho no futebol...
E ainda dizem que os bandidos estão por trás das grades.
quinta-feira, abril 17, 2008
E a brincadeira se espalhou pela Europa....
Uma brincadeira inventada na gélida e distante Islândia começa a tomar corpo e se espalhar pela Europa...
É o futebol jogado na lama!
Isso mesmo, um campo encharcado com lama até o meio das canelas, traves, dois times e uma bola sendo disputada com avidez e bom humor.
A brincadeira dos rapazes e moças da Islândia se espalhou como uma febre no velho continente e já existem campeonatos na Irlanda, Escócia, Inglaterra, Dinamarca, Noruega, Suécia, Alemanha, Finlândia e Holanda.
Já se fala em organizar o primeiro campeonato mundial de futebol na lama, mas primeiro os organizadores terão que tornar as regras homogêneas (cada país tem a sua regra própria) e alguma ordem deverá ser estabelecida, pois como o esporte não tem árbitros, algumas partidas são decididas por braços mais fortes e espíritos mais determinados.
terça-feira, abril 15, 2008
Notícias e histórias da Espanha...
E por falar em Espanha, aí vai um pouco da história do futebol espanhol. Texto do excelente jornalista Ubiratan Leal.
Histórias
Por Ubiratan Leal.
Castelhanos, bascos, catalães, aragoneses, valencianos, galegos, cántabros, asturianos, navarros, murcianos, baleares, riojanos, canários, manchegos, leoneses, extremenhos e andaluzes. A Espanha é um retalho de culturas, de povos, de histórias que se desenvolveram juntas, mas que muitas vezes se consideraram separadas. Uma característica tão forte no país que não tinha como não ter reflexos no futebol desde seus primórdios.
O esporte criado pelos ingleses chegou à Espanha no final do século XIX. Justamente um período em que o país vivia grande incerteza política. A República não tinha legitimidade para muitos, pois havia forte suspeitas de manipulação de eleições.
Diante dessa realidade, foi natural que o futebol se organizasse de modo descentralizado. À medida que os clubes surgiam e passavam a demandar a existência de entidades que regulassem os torneios, eram criadas federações regionais.
Tais federações tinham até seleções próprias. Futebolisticamente, a Espanha tinha poucos argumentos para se dizer um país. No caso, havia algumas partidas da seleção espanhola, com jogadores de várias regiões, e a Copa do Rei, criada em 1902 e composta por um mata-mata entre as principais equipes de cada região.
Naquele momento histórico, a Espanha vivia uma fase de mais liberdade. Depois de perder três colônias – Cuba, Filipinas e Porto Rico – para os Estados Unidos na Guerra Hispano-Americana a virada do século XIX para XX, o governo espanhol perdeu força diante da população.
Essa permissividade acabou subitamente em 1923, quando o general Primo de Rivera liderou um golpe de Estado. O ditador reinstaurou as políticas repressivas e centralizou o poder.
Em 1927, José María Acha, presidente do Arenas de Guecho, elaborou o projeto de uma liga espanhola e o enviou a colegas de outros clubes. Foi mais de um ano de negociações, que chegou a ter a mediação de Jules Rimet.
Em novembro de 1928, chegou-se a um acordo. O primeiro Campeonato Espanhol teria 10 clubes, sendo os seis campeões da Copa nacional (Arenas de Guecho, Athletic Bilbao, Barcelona, Real Madrid, Real Sociedad e Real Unión) e mais três vices (Athletic de Madrid, Español e Europa). O décimo participante foi decidido em um torneio de classificação, vencido pelo Racing de Santander.
Curiosamente, o país de governo centralizador tinha um campeonato bem pouco madrileno. Enquanto a capital tinha apenas dois times (Real e Athletic), Barcelona contava com três (Barcelona, Español e Europa) e o País Basco, quatro (Arenas, Athletic Bilbao, Real Sociedad e Real Unión).
A primeira rodada foi disputada em fevereiro de 1929. A abertura teve quatro jogos: Real Sociedad 1x1 Athletic Bilbao, Arenas de Guecho 2x3 Atlético de Madrid, Real Madrid 5x0 Europa e Español 3x2 Real Unión.
Na primeira temporada, a disputa de título ficou entre Barcelona e Real Madrid. As duas equipes chegaram empatadas na última rodada, mas os madrilenos perderam para o Athletic Bilbao e deixaram os blaugranas ficarem com o título.
domingo, abril 13, 2008
O Potyguar de Currais Novos foi até aonde podia ir...
Como a maioria dos jogos do campeonato, o jogo não teve o predomínio do grande sobre o pequeno, ganhou aquele que apoiado numa melhor estrutura soube resistir aos lampejos do menor, e depois segurar a vantagem...
Madson é ainda um jovem jogador, uma aposta do Vasco da Gama, mas que conseguiu dar ao meio campo rubro uma qualidade que desde a saída de Souza na se via.
Agora, o América vai enfrentar um adversário mais organizado, mais estruturado e melhor treinado. Será o momento de provar se todo o esforço feito no tapetão, valeu a pena.
A qualificação dos profissionais nas categorias de base...
Não considero como você afirma, tratar-se de uma reserva de mercado ou corporativismo a sugestão daquele professor. Trata-se de uma exigência legal, já que tal determinação parte do Conselho Nacional de Educação Física que, diga-se de passagem, já é cumprida pelas federações, ditas sérias, do futebol brasileiro. Todavia, para melhores esclarecimentos, abordarei, de forma sucinta, alguns pontos que justificam esta sábia atitude.
1˚ ) Nem todas as crianças ou jovens que participam de treinamentos e competições nos clubes esportivos pretendem, ou serão, no futuro, profissionais do futebol;
2˚ ) O esporte, seja ele qual for, tem como objetivo maior contribuir na formação integral de seus praticantes;
3˚ ) Baseado nessas duas premissas, fica evidente que o orientador esportivo, principalmente nas categorias de base, deva possuir profundos conhecimentos pedagógicos (a arte de conduzir crianças, sem ser o motorista que as leva para a escola), e pelas especificidades do esporte, como se aprende e como se desenvolvem as habilidades motoras. No âmbito corporal, deve possuir conhecimentos científicos do complexo funcionamento do corpo humano, sua anatomia, fisiologia, biomecânica, bioquímica, etc., a fim de propor treinamentos compatíveis com as necessidades e idades biológicas e cronológicas dos praticantes, principalmente para não se tornarem “assassinos em longo prazo” (os efeitos de um trabalho errado, só aparecem muito depois de sua aplicação). No âmbito mental, o profissional formado em nível superior, portanto qualificado, deverá conhecer muito sobre psicologia, não só da aprendizagem, quanto de modo geral, para não formar atletas destemperados, que não sabem que perder ou ganhar são conseqüências normais de qualquer competição. No âmbito social, terá que ter plena compreensão das relações interpessoais, primando pelos espíritos de companheirismo, solidariedade, coletividade, dentre outros que favorecem a convivência grupal, mormente em se tratando de esportes coletivos.
No que concerne ao problema social dos ex-atletas profissionais, que não terão emprego ao pararem de jogar futebol, lhe informo que os conselhos regionais, quando da implantação da determinação em apreço, deu oportunidade a quantos quiseram de realizar curso de qualificação, em caráter excepcional, para minimizar suas deficiências. Ademais, aqui para nós, se não fizeram seu pé de meia, se qualificaram, em fim, garantiram seu futuro profissional nesta ou em outra área do conhecimento humano, foi porque não quiseram, pois concentração, para atletas inteligentes, é o lugar e o momento ideal para estudar e não para jogar cartas, sinuca ou coisa que o valha.
Bem meu caro, pararei por aqui para não encher seu “blog” do que muitos ignorantes chamam de academicismos, mas deixo em aberto o “mote” para quaisquer discussões nesse sentido, por quem quer que se interesse por esse tema.
Ser tribuna livre, essa é uma das idéias que me levaram a iniciar a árdua, mas sempre gratificante tarefa de levar em frente o Fernando Amaral FC.
E ao receber do Professor Horacio Accioly o que ele com sua humildade característica chamou de “pitaco”, só posso dizer que me senti feliz por tê-lo como leitor e como participante desse espaço.
Accioly não é só um amigo por quem tenho total, profundo e incondicional carinho. Accioly é um dos mais importantes nomes da Educação Física desse Estado e quiça do país.
Portanto, sua presença só qualifica esse blog e dá ao debate a credibilidade que só Horacio Accioly seria capaz de dar.
Antes que alguém possa pensar que minha amizade pelo Professor Accioly é brisa suave de verão (percebam que logo no início de seu texto, ele discorda de mim), afirmo que muito pelo contrário; somos amigos exatamente por termos tantas convergências como temos divergências.
Porém, nossas divergências sempre foram tratadas com inteligência, paciência e espírito aberto. Não sei se algum dia ensinei alguma coisa a Accioly, mas que aprendi muito, com certeza aprendi.
sábado, abril 12, 2008
José Vanildo assume animado, mas não será fácil... Ele deu a entender que sabe disso!
Fui fazer o deve fazer todo aquele que vive da informação... Conversei com o novo Presidente da FNF, o advogado José Vanildo.
Fiz perguntas francas e creio ter recebido respostas francas.
Questionado sobre que tipo de acordo tinha sido feito para que Alexandre Cavalcanti renunciasse, Vanildo disse o seguinte: “Não houve nenhum acordo, Alexandre realmente está passando por sérios problemas pessoais e de saúde. Estou preocupado com ele e caso ele venha precisar, tudo farei para ajudá-lo”.
Vanildo também afirmou que irá demitir todos os cargos de confiança da FNF e montar sua própria equipe e, que duas serão suas prioridades; “Vou tirar a FNF do Juvenal Lamartine, quero dar decência a quem lá trabalha e a quem procura a federação. Junto com essa medida, vou dar início à reformulação do estatuto de entidade”.
José Vanildo também informou que convidou o também advogado Lupercio Segundo para ser o homem que irá cuidar do novo estatuto.
Essa foi a meu ver a melhor notícia, pois sei que nas mãos de Lupercio Segundo, o trabalho será sério, decente e que não sofrerá nenhum tipo de pressão espúria. Lupercio é jovem, mas tem capacidade profissional, intelectual e sua honradez está acima de qualquer suspeita.
O difícil será José Vanildo, aparar as arestas que existem entre ele e Lupercio Luiz de Azevedo, pai de Lupercio Segundo. Caso consiga, José Vanildo terá dado um grande passo no sentido de devolver a credibilidade a FNF.
Sobre a possibilidade de vir a tentar concorrer nas próximas eleições, José Vanildo afirmou que é candidato, mas que irá condicionar essa candidatura ao que ele chamou de “gestão eficiente e profícua”.
Fiquei com a impressão que José Vanildo tem consciência do tamanho do abacaxi que terá que descascar e que sabe que vai enfrentar muitas dificuldades para fazer com que possíveis novos aliados, aceitem suas alianças anteriores.
José Vanildo porá a prova sua capacidade de superar obstáculos e sua capacidade de aglutinação... Quanto aos “bruxos”, ele riu e disse: “Meu querido Fernando, toda magia, tem seu antídoto”.
Veremos.
quinta-feira, abril 10, 2008
José Vanildo terá que enfrentar os "bruxos" que comandavam no lugar de Alexandre Cavalcanti...
RESOLUÇÃO Nº 041/2008-FNF
O Presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, no uso de suas atribuições legais, que lhe são conferidas pelo Estatuto da Entidade e,
Considerando, a necessidade de realizar tratamento cardiológico;
Considerando, a necessidade de realizar outros itens de cunho particular;
RESOLVE:
- Renunciar irrevogavelmente ao Cargo de Presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol.
Dê-se ciência, cumpra-se, e arquive-se.
Natal-RN, 10 de abril de 2008.
Alexandre Carlos Cavalcanti Neto
Presidente da FNF
O documento acima é o THE END melancólico de uma das mais confusas, ineficientes, despreparadas e ausentes administrações do nosso futebol.
Encerra um período que ficará marcado pela inoperância e pela falta de uma ação efetiva em prol do futebol potiguar e, é claro, deixará seqüelas, mas não saudades.
Porém, volto a insistir que Alexandre Cavalcanti não pode ser considerado o vilão principal da tramóia que o levou a sentar na cadeira de presidente da FNF...
Infelizmente, em mim ficou a impressão que Alexandre sempre esteve mais para bobo da corte do que para rei.
Aqueles que o apoiaram, deram-lhe o poder de direito, mas nunca o permitiram governar de fato.
A escolha do nome de Alexandre, tramada numa animada mesa de carteado em luxuoso apartamento VIP de Natal, tinha como objetivo não o futebol, mas sim interesses políticos e de acomodação de espaços.
Alexandre foi escolhido não por suas qualidades, mas por seus defeitos...
Os mentores dessa escolha sabiam que Alexandre é um homem dócil e de bom trato.
Sabiam que Alexandre gostava de futebol, mas também sabiam que não passava daí, sua ligação com o esporte. Era do conhecimento dos “bruxos que a volta do caldeirão fervente” preparavam a poção que o tornaria o supremo mandatário do futebol potiguar, que eles não teriam com o que se preocupar, pois se há uma qualidade inegável em Alexandre Cavalcanti, é a sua lealdade incondicional e sua profunda admiração por seu irmão, o deputado Poty Junior.
Alexandre havia dado mostras disso e passado com louvor no São Gonçalo, quando aceitou ser presidente do clube, mesmo sabendo que o faria por conveniência de seu irmão, o então prefeito Poty Junior.
No São Gonçalo, Alexandre apenas assinava papéis que eram colocados a sua frente e se pronunciava quando autorizado... No São Gonçalo quem mandava e desmandava era Poty e não o presidente Alexandre Cavalcanti.
Com sua renuncia, Alexandre saí de cena e entrega o bastão para o advogado José Vanildo...
Mesmo tendo profundo respeito por José Vanildo e por ele nutrir uma sincera amizade, não posso deixar de dizer que José Vanildo, antes de tudo terá que provar ser capaz de exorcizar os “bruxos” que ainda detêm as cordas que moviam o ex-presidente e seus poucos e raros movimentos no comando da FNF.
Quanto a Alexandre Cavalcanti, espero os problemas de saúde que alegou para renunciar, sejam rapidamente resolvidos e que ele volte a gozar de saúde e bem estar.
Nada tenho, tive ou provavelmente terei contra a pessoa de Alexandre e desejo com a mais profunda sinceridade que ele seja sempre muito feliz em tudo o que vier a fazer daqui para frente.
quarta-feira, abril 09, 2008
Para qualificar, não é necessário prejudicar...
Gosto de assuntos polêmicos, e gosto por que induzem ao debate e todo debate, desde que mantido num nível elevado e embasado em argumentos fortes, é salutar.
Portanto vou meter o bedelho na proposta enviada pelo professor Andrey Valério ao presidente da FNF Alexandre Cavalcanti, para que os treinadores de categoria de base sejam obrigados a apresentar sua inscrição no Conselho Regional de Educação Física ou curso especifico na formação de técnicos de futebol.
Trocando em miúdos, tal proposta tem por objetivo defender o mercado de trabalho dos licenciados em educação física. Mas deixa em aberto, a possibilidade de que qualquer cidadão que tenha um curso de treinador de futebol, devidamente reconhecido pelas autoridades competentes, venha a poder exercer a função.
Em principio essa sugestão pode dar a impressão de que sua adoção venha a causar dano aos ex-jogadores que atuam como técnicos nas bases de muitos clubes por esse Brasil afora. Mas se aceita, a nova norma, só trará prejuízo caso seja adotada de forma açodada e sem a que sejam levadas em consideração questões fundamentais como:
Primeiro: O que será feito com quem já milita como treinador, mesmo sem possuir o diploma universitário ou ter cursado nenhuma escola especializada em formar treinadores?
Segundo: “Existe um principio legal de reza que nenhuma lei pode retroagir para prejudicar ninguém”...
Portanto, mesmo sendo um defensor da qualificação profissional e da elevação dos níveis de formação acadêmica de qualquer setor, entendo que, será preciso que seja garantido o direito de quem já está efetivamente trabalhando.
Ensina o bom senso, que o mais justo, o mais correto e o menos traumático, seja que na nova norma (caso venha a ser aceita pela FNF), fique preservado o espaço de quem o conquistou por mérito ou por falta de interesse dos licenciados e que a partir de sua implantação, ai sim, se vede o acesso a carreira de treinador aos que não cumprirem os requisitos exigidos.
Qualquer solução fora desse contexto será injusta e patrimonialista.
Três ingleses contra um espanhol...
Liverpool e Chelsea e Barcelona e Manchester United, farão as semifinais de Liga Européia de Clubes Campeões.
Serão três clubes ingleses contra um espanhol na busca pelo mais importante titulo no âmbito de clubes.
Será a disputa entre a liga mais rica, mais bem organizada e de maior rentabilidade do planeta contra o segundo mais bem organizado clube da Espanha.
Vai valer à pena esperar e ver quem leva a melhor.
Pena que o dito em público, não seja repetido no privado...
Muito tem se comentado sobre a indignação do prefeito de ASSU, Ronaldo Soares e de seu colega de Currais Novos Zé Lins, com os rumos do futebol profissional do Estado...
Em tese, eles têm razão, mas digo em tese, por saber que o que diz um político em público, quase nunca se revela verdadeiro quando dito entre quatro e “surdas” paredes.
Aos poucos a morte chega para os Campeonatos Estaduais...
Com o anúncio da nova Série C e a chegada da novíssima Série D, podemos começar a comprar as flores que irão ser depositadas no tumulo dos Campeonatos Estaduais.
terça-feira, abril 08, 2008
Não estão sonolentos...
É preciso ser justo para que a credibilidade não se dilua...
A direção do América não está estática, não está paralisada e nem tão pouco apática.
Sei de alguns contatos e sei que dessa vez existe uma forte tendência a utilização de critérios mais rígidos na contratação do novo elenco.
Mas existe uma coisa que é comum aos dois representantes do Rio Grande do Norte na Série B...
Ambos sabem que ninguém que venha para ser titular, assinará contrato por valor inferior a 15 ou 16 mil reais e, é aí, que mora o grande dilema...
domingo, abril 06, 2008
Semifinal fraquinha...
Se o jogo valer mesmo, esse resultado é mais um que o torcedor do América vai querer esquecer...
Mas não valer, vai servir como um bom amistoso teste para a equipe do Potyguar de Currais Novos...
Os menos de 2000 mil espectadores que foram ao Machadão para assistir a volta do América depois de mais de 15 dias treinando, não viram nada que os fizesse acreditar em alguma mudança substancial.
Os jogadores são os mesmos e ainda tem os mesmos defeitos...
A comissão técnica é a mesma e ainda repete os mesmo erros...
Portanto, para os torcedores rubros só resta a infinita fé e alguma esperança que tudo mude até o início da Série B.
Amistos fraquinho...
No Maria Lamas Farache, o ABC perdeu pênalti e quase se perde no futebol ruinzinho apresentado pela sua equipe.
No final, Alisson salvou a pátria e amenizou o vexame.
Alisson 1x0 ASSU.
O jornalismo sério, agradece a Francisco Inácio!
Vou abrir um espaço para parabenizar o repórter Francisco Inácio por sua postura profissional e digna dos grandes jornalistas.
Chico (me permitam tratá-lo assim) pode não ser jornalista de direito, mas hoje ao denunciar as gambiarras no sistema elétrico do Machadão o foi de fato.
Jornalismo é informação, é fato, é cobrança e denuncia das coisas feitas sem o zelo necessário por quem por elas deviam zelar.
Não se empurra fios para dentro, não se varre para baixo do tapete a omissão, não se esconde o imperfeito só para poder posar de perfeito...
Quem assim o faz, não é jornalista e nem sequer é responsável. Quem assim age, é alguém incapaz de preservar qualquer coisa que não seja a aparência pura e simples.
O Machadão é lindo.
E daí?
É lindo, mas está sujo e maltratado. Está cheio de meios consertos e meias reformas...
É o nosso principal campo de futebol.
E daí?
Por ser o nosso principal campo, precisamos compactuar com o descaso e a falta de zelo?
Queremos espaço na elite do futebol?
Então façamos as coisas como devem ser feitas e não fiquemos a justificar nossos erros apoiados nos erros dos outros. Não calemos diante do errado e não nos ajoelhemos diante do poder.
Nossos gandulas prendem a bola sim... E o fazem com fazem os gandulas de todo o país...
Deixemos de hipocrisia e não façamos igual aos que se calaram na Bahia e por se calarem são cúmplices diretos nas mortes das pessoas que acreditaram que a Fonte Nova era segura, linda e bem tratada...
Quero um estádio moderno e bem cuidado.
Quero ir ao jogo e voltar são e salvo para casa.
Quero ser tratado como um cidadão e não como um servo dos que por hora ocupam o poder...
Por isso, parabéns Francisco Inácio. Ao denunciar as gambiarras e expor o errado, você dignificou a profissão e se tornou digno de credibilidade.
Isso é jornalismo, o resto é... Deixa para lá!
Se isso for ser Cassandra, sou Cassandra a digna filha do Rei Príamo e da Rainha Hécuba de Tróia...
Para os que nada sabem e em tudo crêem, Cassandra não era uma mentirosa ou desagregadora. Cassandra era uma bela mulher por quem o Deus Apolo se apaixonou e por estar apaixonado lhe ensinou muitos segredos, inclusive o da profecia.
Porém, como teve seu amor rechaçado por ela, Apolo a condenou a jamais ser acreditada em suas previsões e profecias.
Foi por não ser acreditada e por ser posta em dúvida que os gregos venceram a cidade de Príamo...
Cassandra a todos avisou sobre os perigos do majestoso cavalo de madeira, mas na lhe deram ouvidos e por isso pereceram.
Viva Cassandra!
Não demore a voltar América...
Para a maioria é impensável sentir-se triste diante de uma tragédia que atinja qualquer outro clube que não seja o seu...
Para mim não!
O América FC caiu para segunda divisão do estado do Rio de Janeiro.
E daí?
E daí, e daí tudo...
Caiu o mais querido e respeitado clube do Rio de Janeiro, caiu aquele que vascaínos, flamenguistas, tricolores, botafoguenses e todos os outros torcedores da antiga cidade maravilhosa, tinham no peito com seu segundo clube.
Aquele para quem torceria se não fosse isso o aquilo. Aquele para quem perder, não deixava gosto amargo e nem revolta.
Caiu talvez o último símbolo de uma cidade que aos poucos foi sendo vencida pela corrupção, pelo banditismo, pelos nanicos que a infestam com sua amoralidade e pelos delinqüentes que sustentam com sua posição social e seu vício doentio os assassinos armados que transformaram os morros em terra de ninguém.
Acordei triste sim, acordei abatido diante da queda do clube por quem tantas vezes torci e por quem tantas vezes vibrei... Caiu o ameriquinha de sete títulos estaduais, caiu o Campeão da Copa dos Campeões de 1982, caiu o campeão da Taça Guanabara de 1974 e da Taça Rio de 1982.
Caiu o diabo vermelho do Andaraí, caiu o clube por onde passaram Gasperin, Ivo Wortmann, Bráulio, Elói, Duílio, Orlando, Alex, Edu, Antunes, Eduardo, Flecha, Gilson Nunes, Pompéia, Pires, Ari, Djalma Dias, Calazans, Quarentinha, Têle, Brilhante e tantos outros que o tempo varreu de minha memória.
Desculpem-me aqueles que não entenderem isso, mas o América do Rio de Janeiro fez parte de um tempo importante de minha vida e fez parte do sonhos do menino que quis ser jogador, mas que não teve capacidade para ser atleta e nem força para enfrentar os percalços e obstáculos que o futebol impõe há quase todos...
Vou sentir saudade do clássico da paz... América e Vasco, Vasco e América.
Vou sentir saudade dos poucos vestidos de vermelho a gritar como loucos... Sangueeeeeeee!
Vou sentir saudade dos tempos em que o Maracanã era habitado por gente que ia amar e não matar...
Vou sentir saudade do América na Primeira Divisão, como sinto saudade da cidade por onde um dia eu pude caminhar sem ser molestado...
A Rua Campos Sales, 118 na Tijuca está triste, como triste devem estar os corações de todos os amantes do futebol.
Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer...
Morrer, morrer...
Pois a torcida americana é mesmo toda assim...
A começar por mim...
Pois a cor do pavilhão é a cor do nosso coração...
QUE PENA AMÉRICA!
sábado, abril 05, 2008
A Caixa Econômica divulgou os resultados da Timemania...
Ao contrário do que esperavam nossos “competentes” dirigentes, os torcedores não correram em massa para as casas lotéricas na ânsia de fazer uma fezinha na Timemania e com isso ajudar a seus amados clubes liquidarem seus débitos para com a união.
Mas não nos deixemos enganar pelas aparências, esses torcedores não foram movidos por nenhum sentimento nobre. Nenhum deles deixou de jogar para demonstrar seu descontentamento com anos e anos de má gestão, incompetência e despreparo. A grande maioria ao ser informada que o dinheiro arrecadado não iria para os cofres dos clubes e sim para a quitação de débitos, ficou desolada e decepcionada. A grande maioria imaginou que esse dinheiro cairia nos cofres dos clubes e que com ele seriam feitas grandes contratações e que suas equipes formariam esquadrões imbatíveis.
No Brasil, dirigentes e torcedores agem e pensam da mesma maneira...
Regulamentos e regras, só devem ser aplicados aos outros e dinheiro público pode e deve ser gasto sem parcimônia. Afinal, poucos nesse país sabem que dinheiro público como o próprio nome já diz, é o dinheiro de cada um de nós.
Na última sexta feira, a Caixa Econômica Federal divulgou os números até aqui, da timemania e os resultados foram pífios.
Mais de 11 milhões foram arrecadados, mas só 22% desse valor foram repassados aos clubes, ou seja, vão ser usados na quitação dos débitos federais, somente 3.983.858,12.
No Rio Grande do Norte, o América vai poder abater de seus débitos, 102.151,27 e o ABC 8.387,71 reais.
No resto do país, o Flamengo lidera de forma inconteste a lista de devedores. O débito do rubro negro carioca é de 180 milhões de reais.
Após cinco semanas de arrecadação o campeão de dividas, só arrecadou 131.253,84 mil reais. Nesse ritmo, o Flamengo irá demorar 140 anos para se livrar dos débitos com o país.
Abaixo, segue o relatório da Caixa Econômica Federal e o detalhamento de como funciona a Timemania.
Distribuição da arrecadação da loteria:
46% - para o valor dos prêmios;
22% - para os clubes que aderiram à loteria;
20% - para o custeio e manutenção do serviço;
3% - para projetos esportivos na rede de educação básica e superior e para ações dos clubes sociais;
3% - para o Fundo Penitenciário Nacional;
3% - para as Santas Casas de Misericórdia;
2% - Lei Agnelo/Piva;
1% - para a seguridade social;
Distribuição do 1º repasse da Timemania - Valores em Reais:
Beneficiário Valor:
Fundo Nacional da Saúde 543.253,38
Secretaria Nacional do Esporte 543.253,38
Entidades de Pratica Desportiva 3.983.858,12
Fundo Penitenciário Nacional 543.253,38
Seguridade Social 181.084,46
Comitê Paraolímpico Brasileiro 54.325,32
Comitê Olímpico Brasileiro 307.843,55
Confira os valores destinados a cada clube:
Flamengo: R$ 131.253,84
Corinthians: 124.704,68
São Paulo: 118.384,76
Palmeiras: 117.713,09
Santos: 114.264,02
Grêmio: 113.602,41
Vasco: 111.869,75
Internacional: 111.628,53
Cruzeiro: 110.105,84
Botafogo: 109.499,74
Fluminense: 108.858,18
Atlético-MG: 108.255,94
Goiás: 104.319,58
Sport: 104.245,36
Atlético-PR: 103.874,52
Náutico: 103.176,60
Figueirense: 102.990,24
Juventude: 102.736,81
Paraná: 102.657,83
América -RN: 102.151,27
Vitória: 42.784,95
Fortaleza: 42.021,37
Santa Cruz: 41.719,38
Coritiba: 41.629,93
Ceará: 41.332,52
Ponte Preta: 41.268,94
Remo: 41.161,28
São Caetano: 40.983,20
Portuguesa: 40.932,45
Ipatinga: 40.901,83
Avaí: 40.761,97
Marília: 40.631,22
Gama: 40.519,35
Criciúma: 40.479,38
Brasiliense: 40.451,59
CRB: 40.419,87
Ituano: 40.413,41
Santo André: 40.385,45
Barueri: 40.202,58
Paulista: 39.994,24
Bahia: 12.783,96
Treze - PB: 8.974,55
Paysandu - PA: 8.771,12
Botafogo - PB: 8.746,34
Londrina - PR: 8.483,46
River - PI: 8.394,01
ABC - RN: 8.387,71
Mixto - MT: 8.237,52
Ji-Paraná - RO: III 8.235,30
Joinville - SC III 8.209,60
Guarani - SP: 8.191,09
Moto Clube - MA: 8.155,05
Bangu - RJ: 8.083,05
Palmas - TO: 8.063,89
Ypiranga - AP: 8.062,21
Vila Nova - GO: 8.057,18
Juventus - SP: 8.003,49
América - RJ: 7.902,58
Atlético - GO: 7.899,57
América - MG: 7.882,42
Sampaio Correa - MA: 7.829,45
Sergipe - SE: 7.826,30
São Raimundo - AM: 7.817,20
Inter Limeira - SP: 7.799,27
Bragantino - SP: 7.795,26
CSA - AL: 7.789,45
Olaria - RJ: 7.785,58
Uberlândia - MG: 7.741,78
Operário - MS: 7.639,12
Nacional - AM: 7.629,84
XV Piracicaba - SP: 7.567,53
Tuna Luso - PA: 7.548,81
Rio Branco-ES: 7.403,82
Roraima - RR: 7.401,56
Americano - RJ: 7.365,39
Desportiva - ES: 7.348,38
Rio Branco - AC: 7.319,74
União São João - SP: 7.293,12
Villa Nova - MG: 7.279,50
U Barbarense - SP: 7.230,43
América - SP: 3.442,62
Anapolina - GO: 3.442,62
Botafogo - SP: 3.442,62
Campinense - PB: 3.442,62
Catuense - BA: 3.442,62
Caxias - RS: 3.442,62
Central - PE: 3.442,62
Confiança - SE: 3.442,62
Ferroviário - CE: 3.442,62
Fluminense Feira - BA: 3.442,62
Goiatuba - GO: 3.442,62
Guarany - CE: 3.442,62
Maranhão - MA: 3.442,62
Mogi Mirim - SP: 3.442,62
Novo Hamburgo - RS: 3.442,62
Rio Negro - AM: 3.442,62
U Rondonópolis - MT: 3.442,62
Volta Redonda - RJ: 3.442,62
sexta-feira, abril 04, 2008
América sonda Nego do Atlético Mineiro...
Sem conhecer o caminho das pedras é mais complicado...
Até agora o América leva vantagem na briga no tapetão...
O difícil momento de Ronaldinho...
São cegos a tatear pelo dinheiro que lhes garantirá a salvação da miséria e são despreparados tanto para a fama como para o fracasso.
terça-feira, abril 01, 2008
De verdade e de mentira...
Alguns amigos me perguntam sobre meu silencio sobre a pendenga jurídica que envolve América, ASSU e a FNF...
Outros questionam as razões de não postar comentários sobre os nomes que ora pipocam ali e acolá de possíveis contratações para Série B.
A segunda questão é a mais fácil e óbvia de responder... São “possíveis” contratações, o que por si só já me justifica.
Não gosto de ficar tecendo opinião sobre especulações, não vejo sentido dedicar parte do meu tempo e ocupar meu poucos neurônios ainda ativos, falando ou escrevendo sobre alguém que pode vir. Prefiro deixar para comentar sobre quem vier e ficar.
Sobre esse “caso jurídico”, confesso que não estou totalmente inteirado sobre o assunto e pior, também não tenho muita confiança nos que tentam explicar.
Por outro lado, não sou competente para me imiscuir em assuntos de natureza jurídica, seja quando se trata da justiça de verdade (a justiça comum). Aquela com juízes, desembargadores, promotores, corregedores, advogados e afins.
Ou seja, quando se trata da justiça de mentira (a desportiva). Aquela que com um presidente escolhido na base do toma lá da cá, auditores e rábulas.
Só sei que sempre que ouço falar da primeira, lembro que estou a vinte anos sendo “enrolado” por manobras diversionistas, cujo objetivo é protelar indefinidamente o cumprimento de uma causa já transitada e julgada.
Lembro também de uma frase de meu pai que dizia: “meu filho pobre daquele que nesse país, precisar recorrer à justiça para reparar um dano ou mais pobre ainda, aquele que por ela for acusado”.
Ele se referia a justiça de verdade (a comum). Sobre a justiça de mentira (a desportiva), meu pai nunca falou nada, e, penso eu não valeria a pena falar qualquer coisa.
Mas... Se alguém tiver um pouco de curiosidade e, levantar seu histórico verá que na justiça de verdade (a comum), ainda existe resquícios de esperança... Na justiça de mentira (a desportiva), existem sempre fortes indícios de suspeição.
Por que as cidades italianas têm poucos clubes
Por Ubiratan Leal
A região metropolitana de Napoli tem 3 milhões de habitantes. E apenas um time de futebol. Florença tem cerca de 1 milhão. E também conta com um clube. Em outros países, cidades desse porte ou até menores como Valência, Colônia, Manchester, Porto, Sevilha e Stuttgart, contam com pelo menos duas equipes. Sinal de que o futebol italiano não comporta mais de um time em cidades médias? Nada disso, conseqüência do fascismo.
Quando surgiu, o Campeonato Italiano era composto por grupos regionais e uma fase final nacional. Com isso, havia mais espaço para equipes pequenas, tanto as de bairro das grandes cidades como as do interior. E, como hoje, já havia um predomínio das ricas e cidades do norte do país, sobretudo a industrializadas Milão e Turim e a portuária Gênova, portas de entrada do futebol no país.
Essa realidade induziu o surgimento de vários clubes nessas cidades. Nas primeiras três décadas de Campeonato Italiano, Turim foi representada por Torino, Juventus, Piemonte, Internazionale Torino, Ginnastica, Audace Torino, Vigor e Pastore. Os genoveses foram Genoa, Andrea Doria, Sampierdarenese, Spes Genova e Liguria. Em Milão, as equipes foram Milan, Internazionale, Mediolanum, US Milanese, Racing Libertas, Juventus Italia, Nazionale Lombardia, AC Milanese e Enotria Goliardo. Até times de cidades vizinhas, como Pro Vercelli e Casale, ambos da região de Turim, eram fortes.
Além da quantidade, as três cidades tinham qualidade e tradição. Ainda que muitos desses times tiveram vida efêmera, as primeiras potências do calcio surgiram no noroeste italiano.
Nas demais cidades importantes, também havia vários times. Roma era a recordista, com Lazio, Roman, Fortitudo, Alba, Audax Juventus, Esperia, Audace Roma, Pro Roma e Romana. Florença tinha Firenze, Libertas e Itala. Bolonha contava com Bologna e Virtus. Napoli foi representada por Naples, Internazionale e Pro Napoli. Até cidades menores, como Livorno (Virtus e Spes), Bari (Ideale e Liberty), Verona (Hellas Verona e Bentegodi) e Venezia (Venezia e Volontari Veneziani) contavam com mais de uma equipe.
A diferença é que os times da parte peninsular da Itália não tinham a mesma condição financeira dos concorrentes do norte. Sobretudo em um país em que o futebol crescia rapidamente em popularidade e já havia alguns casos de profissionalismo mascarado.
No final da década de 1920, Mussolini abriu os olhos para a mobilização que o futebol causava na população. Depois de uma tentativa infrutífera de criar uma nova modalidade esportiva, a volata, Il Duce decidiu investir no calcio mesmo. E, no plano de seu governo, seria interessante que houvesse um campeonato nacional de grupo único e times de várias regiões. Algo que exigia a quebra da hegemonia de Turim, Milão e Gênova.
Os centros de maior interesse para os fascistas eram Roma, Florença e Nápoles, cidades que tinham representatividade futebolística mais distante da importância histórica e econômica. O governo imaginou que, se cada uma desses locais tivesse menos clubes, teria mais condições de reunir as forças e encarar as potências já estabelecidas. Bolonha foi poupada porque o Bologna conseguia resultados mais dignos.
O primeiro caso ocorreu em Nápoles, ainda antes do fascismo assumir. Em 1922, Naples e Internazionale Napoli estavam em crise financeira e decidiram se fundir para evitar a falência. O novo time era o Internazionale-Naples, chamado popularmente de Internaples. Em 1926, o clube mudou de nome para Napoli, uma nomenclatura mais próximo ao ideal nacionalista de Mussolini. No mesmo ano, Florença também uniu suas forças. Libertas e Firenze se fundiram para formar a Fiorentina.
Um ano depois, era a vez de Roma. A quantidade de times muito fracos era grande na capital italiana e algumas fusões já haviam ocorrido. A Fortitudo era resultado da junção de Pro Roma e Romana. A Alba havia absorvido Audax Juventus e Audace. Assim, em meados da década de 1920, os times romanos eram Lazio, Alba Audace (foto), Roman e Fortitudo. Ainda era muito.
O mentor da mudança do cenário foi Italo Foschi, secretário do diretório romano do Partido Nacional Fascista, membro do Coni (Comitê Olímpico Italiano) e presidente da Fortitudo. Foschi pretendia unir todos os quatro clubes romanos em um só, que teria força suficiente para concorrer com as potências da época, Juventus, Torino, Internazionale, Milan e Genoa.
Não foi tão fácil. O general fascista Giorgio Vaccaro era dirigente da Lazio e não queria ver o fim de seu time. Além disso, cresceu dentro do governo a tese de que Roma deveria ter dois clubes fortes para ficar em igualdade com Turim e Milão. Desse modo, a Lazio (que, de fato, era o mais bem sucedido dos clubes romanos da época) foi poupada da fusão, enquanto Alba Audace, Fortitudo e Roman se juntaram para formar a Roma.
A política de concentração de forças em poucas equipes acabou minando os times pequenos dos centros mais tradicionais. Em Gênova, só o Genoa conseguiu manter sua força nacionalmente. Assim, Andrea Doria, Sampierdarenese e Corniglianese formaram, por orientação do Partido Fascista, a Dominante (depois renomeada Liguria). Alguns anos depois, os clubes desfizeram a união e só voltaram a se juntar após a Segunda Guerra Mundial para criar a Sampdoria. Em Turim e Milão, as equipes secundárias ou da região metropolitana fecharam as portas ou se mantiveram no anonimato quase total, jogando divisões amadoras.
Desse modo, em 1930, primeiro ano com grupo único e apenas quatro anos após o início do processo de fusão dos clubes implementado pelo fascismo, o Campeonato Italiano já tinha traços muito semelhantes aos atuais. O predomínio era de equipes de capitais regionais, com cidades tendo, no máximo, dois representantes. Uma realidade que parece difícil de mudar no século XXI.