Morreu na cidade de Itaperuna no Estado do Rio de Janeiro, segunda feira passada (12/01/2009) Albino Friaça Cardoso ou, simplesmente Friaça...
Ponta direita, habilidoso, versátil (jogava tanto na direita como na esquerda) e dono de um poderoso e certeiro chute, Friaça começou sua carreira no CR Vasco da Gama, aonde chegou em 1943 aos 20 anos.
De 1943 a 1949, Friaça fez parte da década de ouro do clube, jogando ao lado de craques como Barbosa, Danilo, Ely, Maneca, Lelé, Isaías, Ademir, Chico e tantos outros que juntos formaram o mais poderoso esquadrão de futebol daqueles tempos no Brasil: - o Expresso da Vitória que enche de orgulho até hoje a imensa torcida vascaína.
Mas Friaça não foi apenas jogador de seu clube, participou com brilho da seleção brasileira, disputando 13 partidas, das quais venceu oito, empatou três e perdeu duas.
Conquistou as Copas Rio Branco de 1947/1950 e, foi campeão Pan-Americano em 1952.
Seu único gol com a camisa da seleção, também ocorreu justamente em uma derrota: - a mais dolorosa de todas as derrotas do selecionado nacional...
O 2x1 diante do Uruguai em pleno Maracanã na final da Copa do Mundo de 1950.
Se a perda do titulo mundial representou para Friaça o momento mais triste em sua carreira, sua passagem pelo CR Vasco da Gama, foi cheia de alegrias e títulos.
Campeão Carioca em 45 e 47, Campeão do Torneio Relâmpago de 1946, Campeão do Torneio Municipal em 46 e 47 e Campeão Sul-Americano em 1948.
O Campeonato Sul-Americano de 1948 foi o primeiro titulo ganho pelo futebol brasileiro no exterior, incluído a seleção brasileira.
Foram 6 partidas, 4 vitórias e 2 empates, Friaça marcou 4 gols, dos 12 marcados e a defesa vascaína sofreu apenas 3 gols.
Desses quatro tentos marcados por Friaça, o mais importante foi contra o Colo Colo diante de 50 mil torcedores chilenos e que garantiu ao clube carioca o direito de se sagrar campeão com um empate diante do poderoso CA River Plate no último jogo.
Na decisão, a defesa do Vasco conseguiu para “La Maquina” que tinha como atacantes, nada menos que Moreno, Di Stefano, Labruña e Lostau...
Friaça sempre guardou esse jogo como sendo o mais difícil e o mais emocionante de sua carreira.
Em 1949, Friaça deixa o Rio e vai para a capital paulista defender o São Paulo FC, vence o Campeonato Paulista e marca 24 gols, conquistando a artilharia do torneio.
Em 1950, vai para a Ponte Preta, retorna ao Vasco em 51, em 53, volta a vestir a camisa da Ponte, novamente volta ao Vasco onde fica até 1954...
Friaça encerrou sua carreira em 1958 jogando pelo Guarani de Campinas.
Terminada a carreira, Friaça tornou-se comerciante e junto com os filhos, abriu uma loja de material de construção em Itaperuna/RJ.
Com a morte de um dos seus filhos num acidente com uma asa delta, em meados dos anos 90, Friaça passou a fumar e beber excessivamente o que prejudicou sensivelmente sua saúde.
Friaça que havia sofrido um AVC (acidente vascular cerebral) estava internando a 45 dias, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São José do Avaí em Itaperuna, acometido por pneumonia, acabou não resistindo e aos 84 anos, morreu por falência múltipla dos órgãos na manhã de segunda feira...
Um comentário:
Olá Fernando Amaral, não podemos nunca deixar de nos lembrar dos grandes ídolos que construíram a magnífica história do nosso Futebol.
Parabéns pela lembrança.
Forte abraço
caurosa
Postar um comentário