segunda-feira, dezembro 24, 2012

O futebol longe das câmeras é feio, muito feio...




Quando bato na tecla que o mundo do futebol é uma selva, algumas pessoas torcem o nariz...

Talvez, a melhor definição seja mesmo a de meu filho: 

“Pai, o futebol é uma penitenciária a céu aberto”.

Alexandre sabe do que fala, viveu por mais de 16 anos nas entranhas do futebol.

Viveu na parte baixa, longe do glamour, mas conheceu quem esteve no olimpo e de todos, ouviu sempre a mesma coisa: 

“Não se iluda, aqui embaixo o jogo é feio porque o verniz educacional é baixo, mas lá em cima o dinheiro a rodo, os ternos caros e as poses de bem nascidos, só servem de escudo para ocultar as cafajestadas”, lhe disseram inúmeros ex-companheiros em final de carreira que ainda corriam atrás da bola, seja por mera diversão, seja por não conseguir entender que o tempo havia passado.

Nenhum deles mentiu.

Nem mesmo na “civilizada” Europa, as coisas são muito diferentes...

José Mourinho, treinador português, considerado por muitos como um dos tops de linha da profissão, protagonizou há poucos dias uma cafajestada digna da ralé.

Inconformado com as constantes rebeldias de Iker Casillas, goleiro titular do Real Madrid e da seleção da Espanha em relação as suas tentativas de tornar o clássico com o Barcelona numa guerra, Mourinho encontrou uma maneira de se vingar e humilhar Casillas.

Alegando motivos técnicos, colocou o melhor goleiro do mundo no banco de reservas na partida contra o Málaga.

Profissional, correto e disciplinado, Casillas aceitou, mas não deixou barato, mostrou toda a sua insatisfação diante das câmeras que nele se concentraram.

O tiro de Mourinho saiu pela culatra...

O Real perdeu por 3 a 2, a torcida perdeu a paciência e o presidente Florentino Perez foi flagrado num vídeo da tevê espanhola, absolutamente surpreso e indignado pela decisão do treinador.

A “guerra” entre Mourinho e Casillas começou quando o treinador decidiu acirrar os ânimos entre os jogadores do Real contra os do Barcelona.

Mourinho nunca perdeu uma oportunidade de “bater” no adversário...

Fazia piadas fora de contexto, levantava acusações levianas, proferia palavras de menosprezo e até mesmo, incentivou à violência...

Se encontrou aliados, como o brasileiro, naturalizado português, Pepe, encontrou também quem não aprovasse sua posição...

Casillas e Xavi Alonso nunca compactuaram com Mourinho...

Xavi Alonso, mais discreto, evitava comentar as declarações do técnico e quando enfrentava o Barcelona, fazia questão de abraçar e cumprimentar os adversários, sempre demonstrando alegria pelo reencontro.

Casillas bateu de frente...

Contestou algumas declarações mais fortes de Mourinho e chegou a telefonar para Xavi, Iniesta e Messi, antes e depois das partidas para primeiro pedir que não engolissem a corda e depois, para agradecer o comportamento exemplar da equipe catalã nos clássicos.

Ídolo da torcida, capitão do time do Real, titular absoluto da seleção espanhola e considerado o primeiro do mundo, Casillas enfrentou Mourinho de peito aberto e sem temer consequências...

No verão passado, na Europa, Mourinho chegou a pedir a contratação de um goleiro para fazer “sombra” a Casillas, mas a direção do Real considerou que Adan, o reserva imediato estava pronto para jogar, caso fosse preciso.

Porém, a gota d’água aconteceu durante uma entrevista em que Casillas foi perguntado sobre em quem votaria como melhor treinador: Mourinho ou Vicente Del Bosque.

Casillas desconversou, mas com um sorriso maroto nos lábios, deixou nas entrelinhas que seu voto seria para Del Boque.

A prima dona, Mourinho, não gostou e na primeira oportunidade sacou Casillas e o fez sentar no banco de reservas, depois de dez anos (a ironia é que quem o colocou no banco na temporada 2001/2002, foi Vicente Del Bosque).

Um jornalista espanhol disse que além da briga particular, Mourinho está forçando sua demissão...

A campanha pífia do Real, o péssimo relacionamento com a torcida e com os jornalistas e a queda de braço com dirigentes que querem reduzir seu poder, além das propostas do Chelsea, Paris Saint Germain e outros, tem motivado Mourinho a esticar a corda no máximo.


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