Não me dou o direito de
desperdiçar meu precioso tempo com algumas coisas e, entre essas coisas, está o
tal BBB apresentado anualmente pela Rede Globo...
Porém, o fato de não sentar em
frente à da televisão para “apreciar” as peripécias e os diálogos extremamente
relevantes e esclarecedores dos ecléticos protagonistas, não se dá por me achar
melhor que ninguém, ou mais isso ou mais aquilo que os milhões de brasileiros,
meus compatriotas, que o fazem...
Não mesmo.
No fundo, até acho que não ver o
BBB me põe a margem, me excluiu e me priva de participar de acalorados debates
com colegas de trabalho, amigos e pessoas em geral sobre a importância de tudo
que é dito e feito ao vivo por gente tão interessante, esclarecida e apta a nos
transmitir tantos ensinamentos essenciais a nossa existência.
Porém, não sei ao certo se foi
nesta semana ou na outra, um acontecimento na casa em que ficam confinados os
participantes do BBB me chamou atenção...
Um dos participantes, um tal de
Dhomini, que segundo soube, já havia participado do BBB, declarou que havia
arrancado os dentes de um cão de sua propriedade com um machado.
Aliás, quero agradecer as
milhares de pessoas que compartilharam as imagens do tal Dhomini recheadas de
textos indignados e repletos de repulsa pelo ato desumano, absurdo, cruel e
ultrajante do cidadão...
Não fossem esses
compartilhamentos, jamais teria sabido do fato.
Obrigado, vocês me livraram da
ignorância.
Mas, voltando ao caso.
Nos compartilhamentos do Facebook, li de tudo...
Desde um simples que horror a
coisas como monstro, fascista, ser repugnante, escroto, bárbaro e coisas do
gênero...
Houve até quem pedisse a pena de
morte para o Dhomini com requintes de crueldade e em praça pública.
Ao ler aquilo, pensei...
E o cão, morreu?
Não, estava vivo.
Vivo?
Sim, não estava vivo, mas permaneceu vivo por mais 5 anos até morrer de velhice, segundo o tal Dhomini.
Pensei eu novamente...
Recebeu golpes de machado na boca
e só perdeu os dentes?
Sim, foi o que disse seu proprietário.
Só me restou rir e, novamente
pensar...
As pessoas acreditaram nessa
estória?
Acreditaram sem ao menos parar e
imaginar o quão inverossímil ela era?
Não se pensou que a declaração de
Dhomini, pudesse ser uma brincadeira?
Será que ninguém teve a pachorra
de tentar “realizar” a cena?
Um golpe de machado na boca do
cão teria esfacelado o seu focinho, aberto um corte tão “gigantesco” que fatalmente
o animal morreria pelo sangramento...
Mas não, as pessoas preferiram
imaginar que o tal Dhomini era um exímio manipulador de machado e que num golpe
certeiro, aproveitando o cão de boca aberta, arrancou-lhe todos os dentes sem
ferir sua língua, cavidade bucal e parte externa do focinho...
Pelos ovos da serpente!
Preferiram então, as pessoas,
acreditar no mais difícil ao invés de duvidar do mais fácil?
Pois foi o que aconteceu.
E, para piorar, o Ministério
Público do Estado de Goiás, entrou no caso e exigiu investigação...
Luziano Carvalho, delegado da Delegacia
Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente do Estado de Goiás, foi
encarregado das investigações...
Tá que pariu!
Promotores públicos, formados em
direito e concursados, caíram nessa esparrela?
Obrigaram a um delegado de
polícia investigar?
Foi sim...
Tá que pariu, outra vez!
Isso explica a fortuna do Edir Macedo.
Só mês resta mesmo torcer pela
morte, pois só assim vou conseguir no silencio eterno me livrar dessa doentia
mania que as pessoas têm de opinar e tomar partido sobre qualquer coisa que
lhes caia no colo, sem ao menos parar e pensar se o seu peixinho do aquário
acreditaria no que elas tão facilmente absorvem como verdade absoluta.
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