O site Trivela publicou uma
interessante matéria assinada por Leandro Stein...
A matéria lista as 10 cidades
mais populosas sem clubes de futebol nas primeiras divisões de seus Estados...
Segundo Stein, apesar dessas
cidades terem um enorme potencial econômico, seus clubes não conseguem
manter-se entre os grandes, ofuscados que são pela proximidade das capitais
onde estão sediados os gigantes do futebol brasileiro dos seus respectivos
Estados.
Eu acrescentaria que esse é o
resultado final de um processo que começa nos primórdios do futebol no Brasil.
As cidades listadas e que veremos
logo a seguir, nasceram ou crescerem em virtude da proximidade com a capital do
Estado.
Os primeiros clubes de futebol
não necessariamente nasceram nas capitais...
Alguns nasceram bem antes dos
hoje, ricos e famosos times das cidades sedes dos governos estaduais.
No Rio Grande do Sul, por
exemplo, o SC Rio Grande de Rio Grande, o EC 14 de Julho de Santana do
Livramento, fundados em 1900 e 1902, respectivamente, são mais antigos que o
Grêmio de Porto Alegre, fundado em 1903...
Estes, somados ao Guarani FC de
Bagé (1907), SC São Paulo de Rio Grande e EC Pelotas de Pelotas, ambos fundados
em 1908, nasceram antes que o SC Internacional de Porto Alegre que, foi fundado
em 1909.
Em São Paulo, a AA Ponte Preta
(1900), CA Pirassununguense (1907), são as equipes mais antigas do Estado...
No Rio de Janeiro, Bangu AC e
América FC surgiram em 1904...
O Botafogo FR e o CR Flamengo
foram fundados respectivamente em 1894 e 1895, mas só aderiram ao futebol em
1904, o Botafogo e 1912, o Flamengo.
Portanto, chegar ao mundo da bola
antes, não significou crescimento garantido, nem mesmo para aqueles que
nasceram longe das capitais.
As capitais por sediarem os veículos
de comunicação de maior penetração e pela força econômica acabaram por vender
ao resto do Estado seus clubes e lhes dar aporte financeiro para um crescimento
mais sólido e constante...
Já os clubes que “conquistaram” o
coração das massas, tanto na capital, como no restante do Estado, muito provavelmente
tinham nos veículos de comunicação mais simpatizantes que os outros.
Abaixo, a lista das 10 cidades
mais populosa sem clubes na primeira divisão de seus Estados.
1º – Guarulhos / SP – 1,244
milhões de habitantes
Décima terceira cidade mais
populosa do Brasil, Guarulhos nunca teve um representante na primeira divisão
paulista. A proximidade de São Paulo não ajuda, com os clubes locais sem
grandes incentivos. Transitando entre o amadorismo, o Flamengo se profissionalizou
em definitivo em 1998, mas nunca foi além da segunda divisão estadual –
atualmente, os rubro-negros militam na Série A3. O outro representante do
município é o AD Guarulhos, que nunca passou do terceiro nível e hoje disputa a
quarta divisão.
2º – São Gonçalo / RJ – 1,016
milhões de habitantes
Importante polo industrial, São
Gonçalo ganhou o apelido de “Manchester Fluminense”, mas nunca conseguiu
repetir a representatividade da cidade inglesa também no futebol. Berço do
craque Zizinho, o município terá três representantes no estadual, todos na
terceira divisão. O Bela Vista, mais antigo clube da cidade, atuou nas
competições profissionais durante a década de 1990, voltando em 2005, mas
sequer chegou à segundona. Já São Gonçalo EC (treinado por Roberto Brum) e São
Gonçalo FC foram fundados a partir de 2009 e ainda se firmam na federação.
3º – Santo André / SP – 680 mil
habitantes
A cidade do Grande ABC já viveu
épocas melhores no futebol. Nome recorrente na elite paulista desde a década de
1980, o Santo André teve seu auge nos últimos dez anos, quando conquistou a
Copa do Brasil e alcançou a primeira divisão do Brasileiro. No entanto, desde
que foi vice-campeão estadual, em 2010, o Ramalhão despencou. Em três anos, foi
rebaixado nas Séries B e C do Brasileiro e na A1 do Paulista. Para a A2 deste
ano, o time conta com Sérgio Mota, Ramalho e Márcio Careca entre as figuras
carimbadas.
4º – Osasco / SP – 668 mil
habitantes
Osasco nunca teve um clube na
elite paulista, mas ensaia uma mudança neste quadro desde a última década. O
Esporte Clube Osasco foi o primeiro time da cidade a buscar a ascensão, mas
acabou com o departamento de futebol desativado em 2007. No mesmo ano, com o
apoio da prefeitura, foi fundado o Grêmio Osasco, que conseguiu dois acessos seguidos
em seus dois primeiros anos e retornou à Série A2 para esta temporada. Tendo o
folclórico Vampeta como vice-presidente, o clube conta com um bem desenvolvido
projeto para as categorias de base.
5º – Jaboatão dos Guararapes / PE
– 654 mil habitantes
Localizada na região
metropolitana de Recife, Jaboatão dos Guararapes é outra cidade ofuscada pela
capital quando o assunto é futebol. O único time local que irá disputar o
Campeonato Pernambucano deste ano é o Jaguar, da segunda divisão. Fundado em
2012 com o apoio da prefeitura, a equipe fez campanha modesta em sua estreia no
estadual, ocupando a décima colocação na A2. Por conta das condições precárias
de seu estádio, o Jaguar não manda seus jogos no município, dividindo o Ademir
Cunha, em Paulista, com o mítico Íbis.
6º – São José dos Campos / SP –
643 mil habitantes
A segunda cidade mais populosa do
interior do Brasil não conta com um clube na elite estadual desde 1999.
Vice-campeão paulista em 1989, o São José EC possui uma torcida apaixonada e
médias de público respeitáveis, mas somente o apoio das arquibancadas não tem
sido suficiente para o acesso – desde que voltou à Série A2, em 2007, a Águia
do Vale morreu nas fases finais quatro vezes. Neste ano, a nova tentativa será
comandada por Márcio Bittencourt. Além do São José, a cidade ainda conta com o
Atlético Joseense, que subiu recentemente à A3.
7º – Uberlândia / MG – 619 mil
habitantes
A maior cidade do interior de
Minas Gerais concentra sua tradição futebolística no Uberlândia EC, que
completou 90 anos em 2012. Somando cinco participações na elite do Campeonato
Brasileiro, a Máquina Verde não tem conseguido se firmar na primeira divisão
mineira ao longo dos últimos anos. Depois de conquistar o acesso em 2008, o
clube retornou ao Módulo II em 2010. Em 2013, a expectativa é pelo clássico do
Triângulo Mineiro contra o Uberaba. Na terceira divisão, a cidade também é
representada pelo CAP Uberlândia.
8º – Contagem / MG – 613 mil
habitantes
Nos últimos tempos, o único
evento relacionado ao futebol que tem chamado atenção em Contagem é o
julgamento do goleiro Bruno. A cidade na região metropolitana de Belo Horizonte
conta com apenas uma equipe no estadual: o Contagem EC, que disputa o terceiro
nível do futebol mineiro. Fundado em 2006, nunca conquistou o acesso,
terminando a última temporada na 12ª colocação do torneio. Apoiado pela
prefeitura, o clube promete um moderno centro de treinamentos para os próximos
anos.
9º – Niterói / RJ – 491 mil
habitantes
A capital do antigo Estado do Rio
de Janeiro possui rica ligação com o futebol, mas que anda adormecida: em 2013,
não terá nenhum time nos estaduais. Grande clube da cidade, o Canto do Rio
figurou a elite entre 1941 e 1964, quando foi expulso do futebol carioca.
Alternando períodos de profissionalismo desde então, o Cantusca jogou a
terceirona pela última vez em 2010. Situação pior viveram os clubes que
disputavam o Campeonato Fluminense, fadados à extinção. Já o estádio de Caio
Martins, antiga casa do Botafogo, não recebe jogos oficiais do alvinegro desde
2004.
10º – Ananindeua / PA – 483 mil
habitantes
Vizinha à Belém, a cidade tinha
seu clube na primeira divisão do Campeonato Paraense até o ano passado. O
Ananindeua foi fundado em 1978, mas registrou seus maiores sucessos a partir de
1996, quando conquistou a segunda divisão. Foram 11 participações consecutivas
na elite, que incluem um vice-campeonato em 2006. Em 2012, contudo, a Tartaruga
foi vice-lanterna e acabou rebaixada. Apesar de sua sede, a equipe costuma
mandar seus jogos no Estádio da Curuzu, na capital.
Fonte: http://trivela.uol.com.br – matéria de
Leandro Stein.
Um comentário:
E esses clubes muitas vezes reforçam os nossos para disputarem a série B.
ADAIL PIRES
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