A morte do Neto Maranhão na manhã
de hoje em Mossoró me pegou de surpresa e me causou profunda consternação...
Antes de qualquer coisa, saibam
que eu não conhecia, mas a morte de gente jovem, cheia de vida, sonhos e
planos, sempre me incomoda.
Para piorar o impacto emocional
da notícia, Neto Potiguar havia completado 29 anos, ontem.
O médico Hélio Jales que atendeu
Neto Maranhão, declarou que “o jogador deu entrado no pronto-socorro em óbito e
nada mais podia ser feito, mesmo que ainda tenhamos tentado alguns
procedimentos no sentido de ressuscitá-lo”.
Parada cardiorrespiratória foi
segundo o médico a causa da morte de Neto Maranhão.
Seu corpo será sepultado em São
Domingos, Maranhão.
Uma breve analise do que foi
noticiado:
- Neto Maranhão já havia tido
problemas antes...
- Ano passado chegou a ser
submetido a tratamento em função de cardiopatia.
Pergunta:
Ninguém sabia do histórico médico
do jogador?
- Neto Maranhão participou do
treinamento matinal normalmente e quando já fora do campo, desmaiou...
- Sem nenhum médico presente,
quem tentou reanimá-lo foram os membros da comissão técnica e os seus colegas
jogadores.
- O Potiguar de Mossoró não tem
um nenhum especialista na área de ortopedia ou cardiologia em seus quadros
funcionais, mas sim, um urologista que colabora com o clube.
Pergunta:
Como um clube de futebol, cujos
praticantes correm risco constante de luxações, fraturas, concussões, distensões,
arranhões, cortes e etc, vão para um treinamento sem a presença de um médico,
enfermeiro ou coisa que o valha?
- O SAMU foi chamado e demorou pouco
menos de 5 minutos para chegar, mas como a ambulância entrou pelas portas dos
fundos e o jogador havia sido levado para a porta frontal do Hotel Termas onde
o treinamento havia acontecido, Neto Maranhão acabou sendo levado para o
Hospital Tarcísio Maia num veículo particular.
Pergunta:
Os preparadores físicos do
Potiguar de Mossoró não tem nenhuma noção de primeiros socorros?
Se o serviço de emergência já
havia sido chamado, por que deslocar o jogador sem que ninguém soubesse se era
ou não conveniente movê-lo?
Sobre as criticas:
Não ter nenhum médico a
disposição é grave...
Mas, o Potiguar de Mossoró não é
o único...
A maioria dos clubes brasileiros
não dispõe de médicos em seus quadros funcionais...
A mesma grande maioria se utiliza
de médicos que apenas colaboram com o clube.
Manter profissionais da área de
saúde com vínculo empregatício deveria ser uma obrigação dos clubes e fazer
parte das normas e regulamentos das competições, mesmo as amadoras.
Quem não puder arcar, que feche as
portas ou vá vender acarajé.
Dizer que o Potiguar não é
profissional, é chover no molhado...
No Brasil, no máximo uns 10 clubes
tem estrutura profissional, alguns são semiprofissionais e todo o resto é
amador no sentido mais chulo da expressão.
Exigir que o Potiguar de Mossoró tivesse
a disposição um desfibrilador é cinismo...
90% dos estádios brasileiros não dispõem
de um.
Raros são os estádios que têm
enfermarias e pessoal pronto para dar primeiros socorros a quem por infortúnio
precisar.
Duvido que em dia de grandes
jogos, os hospitais próximos aos estádios sejam informados e que coloquem pessoal extra de
plantão para o caso de uma tragédia.
O Potiguar está todo errado...
Mas, só está assim em virtude de
lhe permitirem ser assim...
O hímen complacente das
autoridades brasileiras, sempre dispostas a contemporizar e dar tempo ao tempo,
é que é o verdadeiro responsável pelas mazelas e tragédias...
O Potiguar assim como quase todos
os clubes deste país, por qualquer critério civilizado, seria considerado
amador, mas com ressalvas.
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