quarta-feira, janeiro 09, 2013

Neto Maranhão, uma morte anunciada...




A morte do Neto Maranhão na manhã de hoje em Mossoró me pegou de surpresa e me causou profunda consternação...

Antes de qualquer coisa, saibam que eu não conhecia, mas a morte de gente jovem, cheia de vida, sonhos e planos, sempre me incomoda.

Para piorar o impacto emocional da notícia, Neto Potiguar havia completado 29 anos, ontem.

O médico Hélio Jales que atendeu Neto Maranhão, declarou que “o jogador deu entrado no pronto-socorro em óbito e nada mais podia ser feito, mesmo que ainda tenhamos tentado alguns procedimentos no sentido de ressuscitá-lo”.

Parada cardiorrespiratória foi segundo o médico a causa da morte de Neto Maranhão.

Seu corpo será sepultado em São Domingos, Maranhão.

Uma breve analise do que foi noticiado:

- Neto Maranhão já havia tido problemas antes...


- Ano passado chegou a ser submetido a tratamento em função de cardiopatia.

Pergunta:

Ninguém sabia do histórico médico do jogador?

- Neto Maranhão participou do treinamento matinal normalmente e quando já fora do campo, desmaiou...


- Sem nenhum médico presente, quem tentou reanimá-lo foram os membros da comissão técnica e os seus colegas jogadores.


- O Potiguar de Mossoró não tem um nenhum especialista na área de ortopedia ou cardiologia em seus quadros funcionais, mas sim, um urologista que colabora com o clube.

Pergunta:

Como um clube de futebol, cujos praticantes correm risco constante de luxações, fraturas, concussões, distensões, arranhões, cortes e etc, vão para um treinamento sem a presença de um médico, enfermeiro ou coisa que o valha?

- O SAMU foi chamado e demorou pouco menos de 5 minutos para chegar, mas como a ambulância entrou pelas portas dos fundos e o jogador havia sido levado para a porta frontal do Hotel Termas onde o treinamento havia acontecido, Neto Maranhão acabou sendo levado para o Hospital Tarcísio Maia num veículo particular.

Pergunta:

Os preparadores físicos do Potiguar de Mossoró não tem nenhuma noção de primeiros socorros?

Se o serviço de emergência já havia sido chamado, por que deslocar o jogador sem que ninguém soubesse se era ou não conveniente movê-lo? 

Sobre as criticas:

Não ter nenhum médico a disposição é grave...

Mas, o Potiguar de Mossoró não é o único...

A maioria dos clubes brasileiros não dispõe de médicos em seus quadros funcionais...

A mesma grande maioria se utiliza de médicos que apenas colaboram com o clube.

Manter profissionais da área de saúde com vínculo empregatício deveria ser uma obrigação dos clubes e fazer parte das normas e regulamentos das competições, mesmo as amadoras.

Quem não puder arcar, que feche as portas ou vá vender acarajé.

Dizer que o Potiguar não é profissional, é chover no molhado...

No Brasil, no máximo uns 10 clubes tem estrutura profissional, alguns são semiprofissionais e todo o resto é amador no sentido mais chulo da expressão.

Exigir que o Potiguar de Mossoró tivesse a disposição um desfibrilador é cinismo...

90% dos estádios brasileiros não dispõem de um.

Raros são os estádios que têm enfermarias e pessoal pronto para dar primeiros socorros a quem por infortúnio precisar.

Duvido que em dia de grandes jogos, os hospitais próximos aos estádios sejam informados e que coloquem pessoal extra de plantão para o caso de uma tragédia.

O Potiguar está todo errado...

Mas, só está assim em virtude de lhe permitirem ser assim...

O hímen complacente das autoridades brasileiras, sempre dispostas a contemporizar e dar tempo ao tempo, é que é o verdadeiro responsável pelas mazelas e tragédias...

O Potiguar assim como quase todos os clubes deste país, por qualquer critério civilizado, seria considerado amador, mas com ressalvas.


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