terça-feira, junho 11, 2013

Tentando ser lúcido e não tirar proveito de uma tolice para angaria simpatia...



O jornalismo esportivo tem enfrentado um doloroso drama ultimamente...

Drama difícil de ser combatido, pois costuma agradar em cheio a uma grande maioria, que adora tiradas de “humor” ...

Gente que também adora músicas de duplo sentido e piadas grosseiras.

Gente que cultua o simplório e o gosto duvidoso. 

Infelizmente, estamos vivendo a era do “infotenimento” – isto é, uma complexa mistura de informação e entretenimento...

Matérias produzidas com intuito de arrancar risos de telespectadores e ouvintes...

E é aí, que mora o perigo.

Humor não é para qualquer um, principalmente quando fora de seu contexto.

Ontem, o repórter Rodrigo Faber, caiu em tentação...

Escreveu um texto tentando transformar a passagem do Palmeiras na Série B, numa épica e tumultuada aventura...

Escreveu para São Paulo, para paulistas torcedores do Palmeiras.

No texto, buscou encontrar algo que chamasse atenção, algo que desse o tal do “infotenimento” a sua matéria e que provocasse riso em seus leitores da Paulicéia.

Procurou, perguntou e acabou recebendo de alguém o que precisava...

Alguém daqui...

Alguém próximo...

Possivelmente, alguém muito encantado com a presença de um “global” em busca de um “gancho” para um texto que seria insosso, se apenas fizesse o que deve fazer todo texto jornalístico – informar.

Rodrigo Faber, repito, caiu em tentação, errou na mão e cometeu o maior de todos os pecados...

Disse o que todos por aqui dizem todos os dias em conversas descompromissadas e muitas vezes de péssimo gosto.

Algo como a hipotética situação abaixo:

Jorge vem de uma família de médicos, advogados e ilustres professores, mas Jorge, decidiu ser músico...
Para os seus, a vida de Jorge é difícil de ser compreendida.
Jorge passa boa parte do dia junto ao seu instrumento, treinando, experimentando, buscando novos sons, novos acordes, novos rumos...
A noite, Jorge sai...
Encontra seus pares e junto com eles defende uns trocados tocando aqui e ali...
Jorge chega tarde...
Cansado e com pouco dinheiro no bolso.
Pela manhã, Jorge dorme...
Dorme mais do que seus parentes madrugadores podem suportar.
Tal situação gera comentários desagradáveis a respeito de Jorge e sua escolha.
Seus pais, decepcionados por ele ter se “desvirtuado”, costumam cobrar de Jorge uma opção mais segura...
Falam da falta de futuro de Jorge como músico...
Inventam estatísticas para provar que apenas uns poucos músico conseguem ser “alguém na vida” e que todo o resto, vive em condições precárias, a dever favor a um e a outro.
Os irmãos de Jorge, contam maravilhas sobre suas profissões...
O advogado fala dos grandes embates nos tribunais...
Das réplicas e tréplicas sempre embasadas em grandes filósofos ou admiráveis doutrinadores da jurisprudência dos quais se utilizam para vencer seu oponente e mudar o rumo de um julgamento.
Mostra seu reluzente importado último modelo e diz:
Quando que você tocando em bares, escrevendo partituras ou compondo canções, poderá ter um desse?
Nunca, responde com arrogante convicção.
Seu irmão médico, fala da alegria de poder salvar vidas, recuperar feridas, livrar outras pessoas de dores e conquistar o respeito e admiração de seus pares e pacientes.
Mostra o esforço feito para conseguir o consultório novinho em folha, mas diz que tudo valeu a pena...
Afinal, a casa é própria, o carro é novo e lindo, a mulher é jovem e bela e o futuro é promissor.
E você meu irmão?
O que será de você lá na frente?
Pergunta com um ar preocupado, mas num tom de reprovação.
Os tios engenheiros, a boca pequena, lamentam a sorte de seu irmão, pai de Jorge...
Ele acertou com os dois meninos, mas fracassou com Jorge.
Seus primos, professores doutores, simplesmente o chamam de o “vagabundo da família” ...
E, em tom de deboche, dizem:
“Fazer o que né, toda família tem uma ovelha negra”.
Porém, se alguém de fora “bate” em Jorge, o “sentimento de matilha” toma conta de todos e então, unem-se para vingar Jorge...
Se necessário, partem até para briga...
Esquecendo-se que foram eles mesmos que pintaram com as cores vibrantes, o Jorge que todos veem.
Ontem, o repórter Rodrigo Faber, nada mais foi, do que o sujeito que na reunião festiva, disse em alto e bom som, e em público, o que todos da família de Jorge, dizem baixinho uns com os outros.

Abaixo o texto completo de Rodrigo Faber...

Nele, Rodrigo não faz nenhuma afirmação de cunho pessoal...

Portanto, não pode ser acusado de nada.

Não faz nenhum juízo de valor sobre a piada de péssimo gosto que por aqui, é contada de boca em boca.

Conta que a piada existe...

Que é considerada ofensiva pelos habitantes de Ceará-Mirim e chega a colocar um depoimento de um tal Célio do Nascimento, que se é verdadeiro ou não, jamais saberemos.

No restante da matéria, Rodrigo informa e, em nenhum momento, as informações que disponibiliza para seus leitores, fogem da realidade.

ENFIM, A MATÉRIA DE RODRIGO FABER, FOI TIRADA DO AR POR CAUSA DA MANCHETE E NÃO, POR SEU CONTEÚDO...

A PIADA OFENDE OS HOMENS E MULHERES DE CEARÁ-MIRIM?

SIM, OFENDE...

EU, CONCORDO E ME SOLIDARIZO COM A INDIGNAÇÃO DOS CEARÁ-MERINENSES, MAS A PIADA NÃO FOI INVENTADA POR PAULISTAS OU POR QUEM QUER QUE SEJA...

A BOBAGEM NASCEU POR AQUI, CRESCEU POR AQUI E SE ESPALHOU POR AQUI...

DA MESMA FORMA QUE GAÚCHOS E PAULISTAS CRIARAM MENTIRAS DEPRESSIATIVAS SOBRE CAMPINAS E PELOTAS.

AO RODRIGO FABER, FALTOU BOM SENSO...

MAS COMO ELE MESMO AFIRMA EM SEU TWITTER, SER UM ERTERNO APRENDIZ, ESPERO QUE TENHA APRENDIDO QUE JORNALISMO E HUMOR SÃO UMA MISTURA MUITO PERIGOSA E QUE INFORMAÇÃO E ENTRETENIMENTO, NEM SEMPRE COMBINAM.

Abaixo a matéria de Rodrigo Faber.

Palmeiras jogará em cidade com fama de 'terra dos cornos'

Em sua terceira partida como visitante na Série B, Verdão enfrentará o América-RN em Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal

Por Rodrigo Faber Natal, RN

O Palmeiras passará por experiências extremamente inusitadas ao longo do Campeonato Brasileiro da Série B. Viagens longas, culturas diversificadas, estruturas questionáveis... Nesta terça-feira, o Verdão fará sua última partida antes da pausa para a Copa das Confederações, contra o América-RN, às 21h50m (horário de Brasília), no estádio Manoel Dantas Barretto, o Barretão, em Ceará-Mirim. Cidade conhecida entre os potiguares como a terra dos... cornos.

A alcunha é confirmada nas cidades vizinhas, especialmente na capital Natal. Nenhum dos habitantes consultados pela reportagem do GLOBOESPORTE.COM soube explicar o motivo de a cidade, que fica a aproximadamente 30 quilômetros de Natal, ter ganhado a fama. Porém, todos asseguraram: se para os povos de outras cidades a correlação é uma piada, em Ceará-Mirim é tratada como ofensa.

– Não dá para falar por quê. A verdade é que aqui ninguém sabe de onde surgiu essa fama, mas é motivo de muitas brincadeiras. O povo lá de Ceará-Mirim não gosta de ouvir isso, mas fazer o quê? É terra de corno – afirmou Célio do Nascimento, prestador de serviços, que mora em Natal há mais de 30 anos.

A provocação é tamanha que, no Twitter, um perfil intitulado “Cornos de Ceará-Mirim” provoca moradores da cidade, repetindo insistentemente a fama. Alguns chegam a brincar sobre a possível existência de uma “associação de cornos”.

A pequena cidade, de aproximadamente 70 mil habitantes, fica na região metropolitana de Natal. Recém-inaugurado, o Barretão recebeu apenas quatro jogos oficiais. Lá, o América-RN enfrentou o Atlético-PR (pela Copa do Brasil), o Potiguar de Mossoró (pela final do estadual) e Icasa e Guaratinguetá pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Constantes ajustes ainda vêm sendo realizados no estádio que se tornou a casa do América-RN.

A estrutura vem sendo tão questionada que a liberação do Corpo de Bombeiros está restrita até o confronto com o Palmeiras. Durante a pausa para a Copa das Confederações, o estádio precisará receber novos retoques. O retorno do América está marcado para o dia 2 de julho, contra o Bragantino, fora de casa. O primeiro jogo como mandante após o torneio internacional será diante do Sport, no dia 13.

Antes do início do Campeonato Brasileiro da Série B, o empresário Marconi Barretto, proprietário do estádio, deixou claro que, para melhorar o suporte aos torcedores, será necessário que as obras continuem durante a disputa da competição nacional. Na final do estadual, parte do alambrado do Barretão cedeu durante a comemoração de um gol do América-RN.

Ceará-Mirim será o palco da terceira partida do Palmeiras como visitante na Segunda Divisão. O primeiro jogo fora de casa foi contra o ASA, em Arapiraca, de onde os alviverdes saíram com vitória por 3 a 0. No segundo confronto longe de seus domínios, no último sábado, o Verdão perdeu por 1 a 0 para o Sport, no Recife. Perto de Fortaleza, a cidade potiguar representará a viagem mais longa da equipe no torneio: são aproximadamente três mil quilômetros de distância da capital paulista.


3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem observado. "Por alguém daqui." Alguém ávido em dizer nas rodas de amigos que é fonte de informação para os jornalistas do sul e sudeste, alguém que viver o futebol de lá como fonte de encanto. Como Narcizo, fazem da mídia do sul e do sudeste de exemplos de ética e de profissionalismo. O mais tosco dos textos ganha conotação de best sellers se assinado por algum profissional lá daquela região.
Infelizmente, nessas horas, a "fonte" nunca aparece e deve estar muito orgulhosa de ter passado uma informação tão relevante para um profissional de tão gabaritada e famosa instituição. É uma pena.

ADAIL PIRES

Fabiano Costa - ABC FC 2014 disse...

EM 2014 assista algum jogo do ABC na arquibancada contra qualquer equipe do interior do nosso estado. Ficará chocados com os "elogios" que o povo da capital costumam arrotar contra as equipes do interior.

Anônimo disse...

Uma vergonha essa matéria do repórter do GLOBOESPORTE. A cidade de Pelotas no Rio Grande do Sul tem fama de ser a cidade dos viados, agora eu dúvido que se este mesmo repórter fosse cobrir um jogo nessa cidade e soubesse da fama, iria fazer chacota a esse fato na matérica.
Mas como é Nordeste, pode tudo...
Ê BRASIL...