Antônio Boronha, ex-vice-presidente
da Federação Portuguesa de Futebol e responsável pela Seleção Nacional,
comentou na última quarta-feira, na sua página do Facebook, o que aconteceu com
a seleção do Gana.
#Indignados com a ganância dos
ganeses?", questionou.
E depois contou o que aconteceu
em 2000, antes do embarque para o Euro.
- No dia 5 de Junho de 2000,
segunda-feira, pelas 8.30 da manhã no Hotel Tivoli onde nos encontrávamos
concentrados, dia da partida da Seleção Nacional de futebol para o 'Euro 2000'
marcada para as 15.30, o então treinador nacional Humberto Coelho abordou-me e
disse-me...
"-Ou vocês me pagam, também, a quantia de 6.000 contos
(mais ou menos 30.000€, hoje) ajustada para todos os jogadores ou...não embarco
para a Holanda!"
Estupefato perante a 'chantagem'
contestei-lhe que os valores que (ele) iria receber, decorrentes da nossa
participação no 'Europeu', estavam desde há muito contemplados no contrato que
livremente celebrara com a FPF/Gilberto Madail pelo que nada que envolvesse
esse assunto, naquele momento, deveria ser colocado em cima da mesa.
Respondeu-me: "A minha decisão é
irreversível! Fala com o Madail."
Assim fiz.
Dispensando-os à sordidez dos
restantes pormenores digo-lhes que pelas 14.30 da tarde, no 1º andar de um
espaço no Parque das Nações, junto à escada rolante e na minha presença, no
local onde tinha acabado de ser servido um almoço de despedida à comitiva
nacional, o então Presidente da Federação disse-lhe:
"O que você está a exigir
não é legítimo nem oportuno!Contudo, atendendo à delicadeza
do momento, eu vou ceder.Mas, atenção! O assunto fica entre nós e evite
de comunicar esta minha condescendência aos outros elementos da equipe técnica!”
E assim lá fomos para a Holanda
cantando e rindo.
Boronha concluiu:
- Continuam indignados com a
ganância dos ganeses?
- Com o mercenarismo subjacente a
esta exigência que nada tem a ver com a defesa das cores de um país?
Eu, não!
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