sexta-feira, junho 27, 2014

Bastidores do futebol... quatorze anos depois uma triste história vem a tona.

Antônio Boronha, ex-vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol e responsável pela Seleção Nacional, comentou na última quarta-feira, na sua página do Facebook, o que aconteceu com a seleção do Gana.

#Indignados com a ganância dos ganeses?", questionou. 

E depois contou o que aconteceu em 2000, antes do embarque para o Euro.

- No dia 5 de Junho de 2000, segunda-feira, pelas 8.30 da manhã no Hotel Tivoli onde nos encontrávamos concentrados, dia da partida da Seleção Nacional de futebol para o 'Euro 2000' marcada para as 15.30, o então treinador nacional Humberto Coelho abordou-me e disse-me...

"-Ou vocês me pagam, também, a quantia de 6.000 contos (mais ou menos 30.000€, hoje) ajustada para todos os jogadores ou...não embarco para a Holanda!"

Estupefato perante a 'chantagem' contestei-lhe que os valores que (ele) iria receber, decorrentes da nossa participação no 'Europeu', estavam desde há muito contemplados no contrato que livremente celebrara com a FPF/Gilberto Madail pelo que nada que envolvesse esse assunto, naquele momento, deveria ser colocado em cima da mesa.

Respondeu-me: "A minha decisão é irreversível! Fala com o Madail."

Assim fiz. 

Dispensando-os à sordidez dos restantes pormenores digo-lhes que pelas 14.30 da tarde, no 1º andar de um espaço no Parque das Nações, junto à escada rolante e na minha presença, no local onde tinha acabado de ser servido um almoço de despedida à comitiva nacional, o então Presidente da Federação disse-lhe: 

"O que você está a exigir não é legítimo nem oportuno!Contudo, atendendo à delicadeza do momento, eu vou ceder.Mas, atenção! O assunto fica entre nós e evite de comunicar esta minha condescendência aos outros elementos da equipe técnica!”

E assim lá fomos para a Holanda cantando e rindo.

Boronha concluiu:

- Continuam indignados com a ganância dos ganeses?


- Com o mercenarismo subjacente a esta exigência que nada tem a ver com a defesa das cores de um país?


Eu, não!


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