terça-feira, dezembro 09, 2014

"O país do futebol" não empolga multidões...

O Brasil sempre foi o país das bravatas...

As expressões do tipo, maior do mundo, melhor do mundo e mais bonito do mundo, se espalham pela sociedade como pulgas em cães de rua.

Claro que o futebol não poderia ficar a salvo...

Na verdade, o futebol é terreno fértil para bravateiros e contadores de lorotas...

Imagine então, para os adoradores do superlativo.

Foi nesse terreno mais que propício que a nossa imprensa, sempre tão patriótica e xenófoba, criou o mito de que somos o país do futebol...

Tudo com base nos grandes públicos dos campeonatos estaduais de Rio e São Paulo nas décadas de 60 e 70, principalmente...

Ítalo del Cima, Conselheiro Galvão, Rua Javari e estádios afins de São Paulo, nunca entravam na conta...

Não havia como medir o que acontecia nos outros estados...

Em parte pelas dificuldades de comunicação da época, em parte pela desorganização das federações estaduais.

Porém, quando os dados dos estados fora do eixo, Rio, São Paulo vinham à tona, eram sempre com base nos clássicos ou nos jogos das finais dos campeonatos locais...

Portanto, sem ter como medir, o que era propagado massivamente virou verdade...

Indiscutível e absoluta verdade.

Hoje, no entanto, a bravata não se sustenta...

Em tempo de internet, qualquer um cuja a vontade de saber, supere a preguiça de pesquisar, descobre que não somos ou melhor, nunca fomos o país do futebol.

Fomos sim, por 30 ou 40 anos, o maior e o mais importante celeiro de grandes futebolistas...

Nada além disso.

Ontem, Juca Kfouri em seu blog, o seguinte levantamento sobre a média de público em nossos estádios...

A presença da torcida no “país do futebol”


Por Juca Kfouri

Embora ainda baixo, muito baixo, e provavelmente inchado pela curiosidade em torno dos estádios da Copa, o público médio do Brasileirão 2014 foi o melhor desde 2009, quando atingiu 17.807 pagantes em média por jogo.

O público médio deste ano foi de 16.537 pagantes por partida, contra 14.969 no ano passado, 13.148 no retrasado, 14.976 em 2011 e, em 2010, 14.800.

A taxa de ocupação dos estádios ficou na casa dos 40%, o que revela o tamanho do equívoco nos preços cobrados em boa parte das novas “arenas” que, de fato, estão parecendo arenas, ao substituírem os gramados por areia, como já se viu ontem também no novíssimo estádio do Palmeiras.

O Cruzeiro foi o campeão também de público, com quase 30 mil torcedores por jogo (29.676), seguido pelo Corinthians, com quase 29 mil (28.960).

Para que se possa comparar, basta dizer que o Borussia Dortmund tem a média de pouco mais de 80 mil torcedores por jogo, com taxa de 100% de ocupação em sua casa.

A média de público na Alemanha beira os 45 mil torcedores por jogo, a da Inglaterra os 35 mil e tanto a segunda divisão inglesa quanto a alemã têm média de mais de 17 mil pessoas por partida.

O Brasil perde para o México, para a Argentina, para os Estados Unidos, Turquia e até para a Austrália e gosta de se auto enganar ao se auto intitular como “país do futebol”.

País do futebol uma ova!

Mesmo assim a média do Brasileirão foi quase o triplo do estadual mais rentável do país em 2014, o Paulistinha, com 5.675 torcedores em média e taxa de ocupação de 24% da capacidade dos estádios.
Quer saber a média do campeonato carioca nesta temporada?

Pois não!

Com as espantosas taxas de 8% de ocupação e de, portanto, 92% de capacidade ociosa, a média de público foi de 2.828 pagantes por jogo.

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