O Brasil sempre foi o país das
bravatas...
As expressões do tipo, maior do
mundo, melhor do mundo e mais bonito do mundo, se espalham pela sociedade como
pulgas em cães de rua.
Claro que o futebol não poderia
ficar a salvo...
Na verdade, o futebol é terreno
fértil para bravateiros e contadores de lorotas...
Imagine então, para os adoradores
do superlativo.
Foi nesse terreno mais que
propício que a nossa imprensa, sempre tão patriótica e xenófoba, criou o mito
de que somos o país do futebol...
Tudo com base nos grandes
públicos dos campeonatos estaduais de Rio e São Paulo nas décadas de 60 e 70,
principalmente...
Ítalo del Cima, Conselheiro
Galvão, Rua Javari e estádios afins de São Paulo, nunca entravam na conta...
Não havia como medir o que
acontecia nos outros estados...
Em parte pelas dificuldades de
comunicação da época, em parte pela desorganização das federações estaduais.
Porém, quando os dados dos
estados fora do eixo, Rio, São Paulo vinham à tona, eram sempre com base nos
clássicos ou nos jogos das finais dos campeonatos locais...
Portanto, sem ter como medir, o
que era propagado massivamente virou verdade...
Indiscutível e absoluta verdade.
Hoje, no entanto, a bravata não
se sustenta...
Em tempo de internet, qualquer um
cuja a vontade de saber, supere a preguiça de pesquisar, descobre que não somos
ou melhor, nunca fomos o país do futebol.
Fomos sim, por 30 ou 40 anos, o
maior e o mais importante celeiro de grandes futebolistas...
Nada além disso.
Ontem, Juca Kfouri em seu blog, o
seguinte levantamento sobre a média de público em nossos estádios...
A presença da torcida no “país do
futebol”
Por Juca Kfouri
Embora ainda baixo, muito baixo,
e provavelmente inchado pela curiosidade em torno dos estádios da Copa, o
público médio do Brasileirão 2014 foi o melhor desde 2009, quando atingiu
17.807 pagantes em média por jogo.
O público médio deste ano foi de
16.537 pagantes por partida, contra 14.969 no ano passado, 13.148 no retrasado,
14.976 em 2011 e, em 2010, 14.800.
A taxa de ocupação dos estádios
ficou na casa dos 40%, o que revela o tamanho do equívoco nos preços cobrados
em boa parte das novas “arenas” que, de fato, estão parecendo arenas, ao
substituírem os gramados por areia, como já se viu ontem também no novíssimo
estádio do Palmeiras.
O Cruzeiro foi o campeão também
de público, com quase 30 mil torcedores por jogo (29.676), seguido pelo
Corinthians, com quase 29 mil (28.960).
Para que se possa comparar, basta
dizer que o Borussia Dortmund tem a média de pouco mais de 80 mil torcedores
por jogo, com taxa de 100% de ocupação em sua casa.
A média de público na Alemanha
beira os 45 mil torcedores por jogo, a da Inglaterra os 35 mil e tanto a
segunda divisão inglesa quanto a alemã têm média de mais de 17 mil pessoas por
partida.
O Brasil perde para o México,
para a Argentina, para os Estados Unidos, Turquia e até para a Austrália e
gosta de se auto enganar ao se auto intitular como “país do futebol”.
País do futebol uma ova!
Mesmo assim a média do
Brasileirão foi quase o triplo do estadual mais rentável do país em 2014, o
Paulistinha, com 5.675 torcedores em média e taxa de ocupação de 24% da
capacidade dos estádios.
Quer saber a média do campeonato
carioca nesta temporada?
Pois não!
Com as espantosas taxas de 8% de
ocupação e de, portanto, 92% de capacidade ociosa, a média de público foi de
2.828 pagantes por jogo.
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