segunda-feira, março 16, 2015

Algumas mulheres são bem mais que especiais...

Imagem: Autor Desconhecido


Hoje, vou escrever sobre a homenagem que o Slask Wroclav, da Polônia, prestou no dia da mulher, a Danuta Siedzikówna...

Antes da partida contra o Legia Warszawa, um enorme bandeirão foi erguido na arquibancada ocupada pelos torcedores do Slask com a imagem de Danuta.

O estádio primeiro silenciou, depois explodiu num aplauso único...

Rivais no futebol, os torcedores de ambos os times se uniram e gritaram o nome da mulher cujo rosto estava estampado na enorme bandeira.

Danuta, não era nenhuma cantora rebolativa...

Não era uma atriz glamorosa e nem tão pouco uma líder feminista, ou ativista política...

Danuta foi enfermeira.

Pequenina e magricela, não era nem feia e nem bonita, era uma menina comum...

E teria desaparecido nas sombras da história, não fosse o seu triste destino e sua coragem bem acima do normal.

Danuta nasceu Guszczewina, em 1928 e, morreu em Gdánski, no ano de 1946.

Aos 11 anos, em 1939, assistiu as fronteiras de sua Polônia serem ultrapassadas pelo Wehrmacht alemão...

17 dias depois, a leste, sem aviso e sem declaração formal de guerra, o exército vermelho atacou o restava do exército polonês e junto com os alemães subjugaram os poloneses.

Levada pelo turbilhão da guerra, a pequena Danuta acabou convocada para ajudar a socorrer os feridos...

Sua mãe que participava da resistência aos invasores, alemães e soviéticos, foi capturada e fuzilada pelo Gestapo...

Sem família, já que seu pai havia morrido no Irã, Danuta continuou seu trabalho de enfermeira, junto a resistência polonesa.

Ao fim da guerra, com 18 anos, Danuta Siedzikówna, foi presa pelos soviéticos e morreu sob tortura, acusada de pertencer ao movimento anticomunista que surgiu após o conflito...

Na bandeira desfraldada pela torcida do Slask Wroclav, estava escrito...

“Ela se comportou como deveria. É de mulheres como esta que nós precisamos.” 
 

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