Imagem: Autor Desconhecido
Caso Tucumán é retrato do caos da Libertadores, e não motivo de
exaltação
Por Rodrigo Mattos
O caso do atraso do Atlético Tucumán
para disputar a partida contra o El Nacional, do Equador, é menos um caso de
heroísmo e mais um retrato do caos que ocorre há anos na Libertadores.
O time argentino mostrou
desorganização, desrespeito ao regulamento da competição e uso de influência
política para jogar, além de botar seus atletas em risco.
Foi premiado com a chance de
jogar e conquistar a vaga.
Se há mérito, é só dos jogadores.
Lembremos que o caos e os
''jeitinhos'' na Libertadores e na Sul-Americana já causaram a morte de uma
delegação (Chapecoense), morte de um torcedor (boliviano em Oruro), ferimentos
a jogadores (River Plate), pressão incompatível com o futebol (apedrejamento de
equipes) e injustiças desportivas (arbitragens caseiras e tendenciosas).
Tudo é uma face da mesma moeda
que inclui a chegada atrasada do Tucumán ao Equador.
Vamos aos fatos para mostrar o
porquê desta conclusão.
O regulamento da Libertadores
prevê que um time deve chegar 24 horas antes da partida.
Bem, o Atlético Tucumán contratou
uma empresa para levá-lo de Guayaquil a Quito em voo no dia do jogo.
Já desrespeitava as regras.
Ficou sujeito ao problema que
ocorreu do voo ser vetado por autoridades equatorianas.
A solução foi um voo charter que
chegava na hora do jogo ao estádio.
Já era descumprido outro item do
regulamento de que o time deveria se apresentar no estádio 90 minutos antes do
jogo.
Por fim, houve a corrida
desabalada do ônibus a 130 km/h para chegar até o estádio.
Isso obviamente colocou em risco
os jogadores. No meio do caminho, ainda houve o embaixador argentino dando
declarações que defendia o desrespeito o regulamento.
E assim foi feito pela Conmebol
para surpresa de ninguém.
Pelo regulamento, o jogo deveria
ter sido realizado no máximo 45 minutos depois do jogo, com tolerância de cinco
minutos.
A partida começou 1h30 depois do
horário previsto.
Mais, o time de Tucumán jogou com
o uniforme trocado.
Relatados os fatos, é obvio que a
culpa foi do próprio Tucumán que se programou para desrespeitar o regulamento.
Não houve nenhum acaso ou
acidente.
Quando se ignora as regras, uma
competição vira terra de ninguém onde tudo é possível.
Isso em uma competição
continental que tenta se modernizar e tentar diminuir o abismo para a Liga dos
Campeões.
Desculpe, isso não é ''cultura
sul-americana'', ''história de Libertadores'' ou ''demonstração de raça''.
O nome real é zona.
Se a desorganização, e a
violência e a irresponsabilidades são culturais na competição sul-americana,
não significa que tenham que se perpetuar.
Tudo que é negativo em uma
cultura deve ser aprimorado, evoluir.
Exaltar a bagunça é aceitar o
eterno estereótipo do latino que não faz nada direito.
A Conmebol adota essa fórmula de
campeonato desorganizado há anos.
Prometeu modernizações e
melhorias para tornar a Libertadores mais rentável, além de um licenciamento de
clubes.
Mas, se não fizer ao menos o
básico de respeitar o regulamento, não adiantar só incrementar a embalagem.
O heroísmo no futebol é para ser
mostrado dentro de campo.
Quando os obstáculos aos atletas
crescem fora de campo, é só sinal de incompetência.
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