Imagem: Arquivo
Federações superam clubes e já ganham milhões à custa dos seus filiados
no Brasileirão
FPF, por exemplo, acumula receita superior a 13 clubes na Série A;
Líder repassou mais de R$ 500 mil
Por Rodolfo Pinto
O Campeonato Brasileiro da Série
A está apenas no começo, mas já tem Federação faturando alto e à custa dos seus
filiados.
Alguns clubes podem até estar
divididos em disputas de outros torneios, mas a taxa passada às suas entidades
é fixa.
Mesmo tendo déficit com a venda
de ingressos, os clubes são obrigados a desembolsar uma parte para as
Federações.
Para se ter uma ideia, a
Federação Paulista de Futebol (FPF) ostenta renda líquida superior a 13 clubes
do Brasileirão.
De acordo com o Art. 72 do
Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre
outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda
bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC".
Isso evita que as Federações
fiquem de mãos abanando, uma vez que grande parte dos jogos tem déficits na
renda líquida.
Deduzindo 5% da renda bruta, as
entidades sempre poderão encher os cofres.
Com cinco representantes na elite
nacional, a FPF amealhou, em 11 rodadas, R$ 1.248.925,10.
A entidade de Reinaldo Carneiro
Bastos já fatura mais que três dos seus filiados - São Paulo (R$ 1.181.085,04),
Santos (R$ 514.686,64) e Ponte Preta (R$ 51.832,80). A renda do Peixe é 2,5
vezes inferior ao montante da FPF.
Já a Macaca vê a FPF embolsar 24
vezes mais.
E não é só isso!
Líder disparado do Brasileirão, o
Corinthians foi obrigado a repassar mais de meio milhão de reais à Federação
(R$ 558.850,41).
O rival Palmeiras vai pelo mesmo
caminho e acumula perdas de R$ 445.390,89.
Mas não são só os paulistas que
se dão mal com o apetite voraz daqueles que deveriam zelar pelo bem-estar dos
clubes.
Nadando nas verdinhas!
A Federação de Futebol do Estado
do Rio de Janeiro (FERJ), por exemplo, voltou a ter os quatro grandes na Série
A e tem se deliciado a cada partida.
A FERJ soma receita de R$
627.231,85.
Detalhe: enquanto a entidade
carioca nada nas verdinhas, seu filiado Fluminense amarga o maior rombo do
Brasileirão (R$ - 1.081.200,31).
E não é só.
Nunca é só!
Mesmo no vermelho, o Tricolor foi
obrigado a repassar R$ 139.244,50 à FERJ.
O Flu é o 7º clube que mais
perdeu dinheiro para as Federações.
O Flamengo, por sua vez, já
"doou" R$ 256.034,35, ficando atrás apenas dos paulistas Corinthians
e Palmeiras.
A FERJ, se fosse um clube,
estaria na 11ª colocação do ranking de renda líquida.
E o que dizer da Federação Gaúcha
de Futebol (FGF)?
Sozinho, o Grêmio deu
praticamente a mesma renda do que a dupla paranaense.
O Tricolor gaúcho perdeu R$
236.992,15 para a FGF, enquanto Atlético e Coritiba repassaram 236.938,75 à
Federação Paranaense de Futebol (FGF).
O montante que a FGF recebeu
apenas do Grêmio também supera a parcela recebida pelas Federações da Bahia,
Minas Gerais e Santa Catarina.
Importante se ater ao fato de que
essas três entidades contam com dois clubes na Série A do Brasileirão.
A Federação Baiana de Futebol
(FBF) abocanhou R$ 181.322,97 de Bahia e Vitória.
Atlético e Cruzeiro deram R$
170.909,50 à Federação Mineira de Futebol (FMF).
Enquanto a Federação Catarinense
de Futebol (FCF) encheu os cofres com R$ 139.505,55 de Avaí e Chapecoense.
A partir deste sábado, torcedor
internauta, lembre-se que, quando comprar o ingresso para ver o clube do seu
coração, doará uma fatia para a Federação local.
Só 11 rodadas foram disputadas.
Até dezembro, outros milhões
serão injetados na conta das entidades e com a anuência dos clubes.
Confira quanto cada clube já perdeu para sua Federação só no
Brasileirão:
Corinthians (R$ 558.850,41)
Palmeiras (R$ 445.390,89)
Flamengo (R$ 256.034,35)
Grêmio (R$ 236.992,15)
Vasco (R$ 157.468,25)
Coritiba (R$ 141.530,50)
Fluminense (R$ 139.244,50)
Bahia (R$ 129.057,62)
São Paulo (R$ 123.665,80)
Atlético Mineiro (R$ 116.319,35)
Atlético Paranaense (R$
95.408,25)
Santos (R$ 92.977,25)
Chapecoense (R$ 91.921,75)
Botafogo (R$ 74.484,75)
Atlético Goianiense (R$
61.281,50)
Sport (R$ 58.872,75)
Cruzeiro (R$ 53.771,15)
Vitória (R$ 52.265,35)
Avaí (R$ 47.583,80)
Ponte Preta (R$ 28.040,75)
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