“Por onde passar deixe saudades”
Por Kevin Muniz, repórter do “Universidade do Esporte” da 88,9 - FM
Universitária
Nem uns dos mais melancólicos
tangos argentinos entoariam o fim da carreira de Walter Damián Montillo.
Jogar de terno nem sempre requer
dribles desconcertantes ou jogadas excepcionais, apesar de ser um exímio meia
habilidoso nos gramados, Montillo sempre se destacou pelo comprometimento e
dedicação por qualquer camisa que tenha vestido.
Infelizmente, os problemas
pessoais e as lesões o impediram de dar sequência à sua carreira.
Tendo iniciado a carreira no
Defensores de Arena, de sua cidade natal, Lanús, Montillo ganhou destaque pelo
San Lorenzo no Torneio Apertura mas, novamente, uma lesão iria o deixar de fora
da principal competição disputada e vencida pela equipe naquele ano.
Em 2008, um revés em sua
carreira, como uma das transações mais caras do futebol chileno, Montillo
desembarcou em Santiago, mais especificamente no Universidad do Chile.
Após um mau começo, em que não
rendeu o que era cobrado, Montillo desencantou em 2009, o craque que
praticamente tem a resiliência como sobrenome, encantou a América do Sul, com
atuações de gala e gols decisivos na Copa Libertadores, e com direito a
resquícios de crueldade, ganhou visibilidade no Brasil ao eliminar o
rubro-negro carioca, em mais um dos jogos memoráveis de sua carreira.
Ao Cruzeiro chegou em 2010 e não
demorou para se tornar ídolo da torcida celeste.
Contrariando a ideia de muitos,
que para ser ídolo é necessário também ganhar títulos, o meia argentino
conquistou apenas um Campeonato Mineiro, em 2011, e chegou ao vice-Campeonato
Brasileiro no ano anterior.
O argentino escreveu seu nome na
história do time das cinco estrelas, se tornando o maior artilheiro estrangeiro
do clube.
Em 2013, transferiu-se para o
Santos, mas não conseguiu repetir o mesmo nível que teve em Belo Horizonte.
No ano seguinte, rumaria à China,
antes de retornar ao Botafogo nesta temporada.
Contratado como grande nome do
Botafogo no início do ano, o argentino fez apenas 17 jogos.
Ficou muito tempo afastado por
causa das contusões.
Chegou a ser criticado por
torcedores nas redes sociais por estar “roubando o time”.
Propôs ao clube ficar sem receber
enquanto estivesse no departamento médico.
O Botafogo não aceitou.
Chateado com seu rendimento,
corpo não deixará mais atuar tão bem.
Depois da 5ª lesão consecutiva
ficou difícil lutar.
Não era só a dor muscular, a alma
de jogador vencedor sentiu também o fato de não corresponder às mais altas
expectativas criadas por ele próprio.
Gols, jogadas e os momentos de
alegria que o meia proporcionou a todos os times que passou ficarão na história.
Seu espirito de guerreiro é o
maior legado que pode ter dado para todo mundo que acompanha o futebol.
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