sábado, julho 01, 2017

Para Walter Damián Montillo...

“Por onde passar deixe saudades”

Por Kevin Muniz, repórter do “Universidade do Esporte” da 88,9 - FM Universitária

Nem uns dos mais melancólicos tangos argentinos entoariam o fim da carreira de Walter Damián Montillo.

Jogar de terno nem sempre requer dribles desconcertantes ou jogadas excepcionais, apesar de ser um exímio meia habilidoso nos gramados, Montillo sempre se destacou pelo comprometimento e dedicação por qualquer camisa que tenha vestido.

Infelizmente, os problemas pessoais e as lesões o impediram de dar sequência à sua carreira.

Tendo iniciado a carreira no Defensores de Arena, de sua cidade natal, Lanús, Montillo ganhou destaque pelo San Lorenzo no Torneio Apertura mas, novamente, uma lesão iria o deixar de fora da principal competição disputada e vencida pela equipe naquele ano.

Em 2008, um revés em sua carreira, como uma das transações mais caras do futebol chileno, Montillo desembarcou em Santiago, mais especificamente no Universidad do Chile.

Após um mau começo, em que não rendeu o que era cobrado, Montillo desencantou em 2009, o craque que praticamente tem a resiliência como sobrenome, encantou a América do Sul, com atuações de gala e gols decisivos na Copa Libertadores, e com direito a resquícios de crueldade, ganhou visibilidade no Brasil ao eliminar o rubro-negro carioca, em mais um dos jogos memoráveis de sua carreira.

Ao Cruzeiro chegou em 2010 e não demorou para se tornar ídolo da torcida celeste.

Contrariando a ideia de muitos, que para ser ídolo é necessário também ganhar títulos, o meia argentino conquistou apenas um Campeonato Mineiro, em 2011, e chegou ao vice-Campeonato Brasileiro no ano anterior.

O argentino escreveu seu nome na história do time das cinco estrelas, se tornando o maior artilheiro estrangeiro do clube.

Em 2013, transferiu-se para o Santos, mas não conseguiu repetir o mesmo nível que teve em Belo Horizonte.

No ano seguinte, rumaria à China, antes de retornar ao Botafogo nesta temporada.

Contratado como grande nome do Botafogo no início do ano, o argentino fez apenas 17 jogos.

Ficou muito tempo afastado por causa das contusões.

Chegou a ser criticado por torcedores nas redes sociais por estar “roubando o time”.

Propôs ao clube ficar sem receber enquanto estivesse no departamento médico.

O Botafogo não aceitou.

Chateado com seu rendimento, corpo não deixará mais atuar tão bem.

Depois da 5ª lesão consecutiva ficou difícil lutar.

Não era só a dor muscular, a alma de jogador vencedor sentiu também o fato de não corresponder às mais altas expectativas criadas por ele próprio.

Gols, jogadas e os momentos de alegria que o meia proporcionou a todos os times que passou ficarão na história.

Seu espirito de guerreiro é o maior legado que pode ter dado para todo mundo que acompanha o futebol.

Os títulos que conquistou viraram consequências, para um jogador que fez lembrar que o futebol também é sentimento.


Imagem: Globoesporte.com

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