Bulls Potiguares: Uma chance ao futebol
americano
Por Ana Clara Dantas
Um homem corre disparado numa
grama verdinha.
O trajeto é mais difícil do que
sugere a cena.
E todos esses que aí estão
atravancando o seu caminho?
Passarão?
Talvez.
São muitos homens ocupando o
gramado.
Homens grandes e pesados.
Correm.
Tentam chegar a um destino.
Esbarram uns nos outros.
Há muitos homens no caminho.
Estamos num estádio de futebol,
mas não se grita gol, América, ABC, ou o que quer que seja.
Grita-se Bulls apenas.
Veste-se verde.
As linhas marcam jardas.
E homens são derrubados na grama
igualmente verde.
A bola oval aponta pro adversário
como uma lança.
Os homens vestem capacetes e
ombreiras.
Estamos num jogo de futebol
americano.
Da arquibancada, dá pra ver a
plástica e a tática do futebol americano.
Da arquibancada, não dá pra saber
o que pensa o quarterback de perna engessada e muletas à beira do campo e fora
do jogo.
Sem seu equipamento, o
quarterback é um homem nu.
Preocupado e desarmado.
Ele é um dos Bulls.
E mesmo que seja o quarterback, o
cérebro do time, ele é antes de tudo, um dos Bulls.
O placar marca 23 a 3 para os
adversários, o Cavalaria 2 de Julho.
O jogo é correria.
Literalmente.
Correr e correr.
Como se só restasse isso a se
fazer.
Da arquibancada, a gente se
reconhece no campo, marcando territórios, derrubando adversidades e sobretudo
correndo.
Há muito tempo que os Bulls
correm.
E, ao contrário do que sugere o
placar do jogo, eles não parecem cansados.
Um time não se limita a jogar em
um estádio de Copa do Mundo ou treinar em pracinhas de bairro.
Um time é também quem o
acompanha.
O Bulls é grande.
Como é grande o seu elenco e as
pessoas que o cercam.
Ah, provavelmente, o caminho também
será grande.
Mas não é difícil.
É só correr!
Imagem: Globoesporte.com
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