Imagem: Autor Desconhecido
Saiba como funcionará o árbitro de vídeo no Brasileiro
Por Rodrigo Mattos, com Pedro Almeida
Após gol de mão de Jô contra o
Vasco, a diretoria da CBF decidiu acelerar a implantação do árbitro de vídeo no
Brasileiro: a ideia é ter na próxima rodada.
O sistema terá de respeitar o
protocolo determinado pela Fifa, único permitido pela International Football
Board Association.
É o mesmo que será utilizado pela
Conmebol nas semifinais da Libertadores
A CBF vinha protelando a
instalação do árbitro de vídeo por economia já que o custo estimado é de R$ 15
milhões por ano.
Por isso, foram feitos testes
apenas em dois jogos da final do Campeonato Pernambucano, além de experiências
offline.
Mais: a confederação tinha
discordâncias com a Fifa sobre a abrangência da atuação do juiz no monitor, mas
só poderá usar o sistema da federação internacional.
E a Fifa já estabeleceu uma série
de regras básicas para atuação do árbitro de vídeo.
A intenção geral é que sejam
poucas revisões em lances capitais, sem parar o jogo inteiro.
Veja nesta série de perguntas
como irá funcionar o sistema:
Como funciona?
Um árbitro ou ex-árbitro ficará
em frente a um monitor com imagens dos jogos.
O árbitro de campo pode
consulta-lo no caso de dúvida ou o juiz à frente da televisão pode interferir
se identificar um erro não visto pelo colega no campo.
Eles se falam por
intercomunicação.
A decisão final é de quem está em
campo.
A CBF ainda vai decidir
exatamente em que locais ficarão os juízes à frente do monitor, dependendo da
infraestrutura do estádio.
Quando o árbitro poderá atuar?
1) Lances de gol para ver se
houve irregularidade em impedimento ou se a bola entrou. Não será possível
voltar atrás se for marcado impedimento inexistente porque o lance para.
2) Pênaltis para saber se houve,
de fato, a falta na área.
3) Cartões vermelhos para
verificar se ocorreram agressões fora do lance não vistas pelo árbitro.
4) Identificação de jogadores em
confrontos em massa em campo.
Quais imagens serão usadas?
No caso brasileiro, serão usadas
as imagens da Globo, detentora dos direitos do Brasileiro.
A CBF entende que tem de ser
utilizadas as mesmas imagens vistas pelo torcedor para não gerar dúvida.
Em Pernambuco, houve testes com
produção própria e com imagem da emissora oficial.
Ainda não está descartado o uso
de transmissão própria que seria mais cara também.
Fato é que a imagem não terá som.
O sistema brasileiro de árbitro de vídeo já está maduro para ser usado?
Fifa e Conmebol contrataram
empresas para implantar o árbitro de vídeo, sendo no caso da federação
internacional o Hawk-eye que já era usado em outras competições esportivas.
Ambas fizeram treinamentos com os
árbitros que utilizarão o sistema.
No Brasil, foram treinados pela Conmebol
três árbitros: Anderson Daronco, Wilton Pereira Sampaio, e Sandro Meira Ricci,
além de Péricles Bassols, internamente.
Não foi contratada nenhuma
empresa pela CBF para controlar o sistema, pois não havia previsão de
implantação.
A entidade vai se basear no que
pegou com a Conmebol, e vai treinar de forma intensiva outros 11 árbitros, em
um total de 14.
Há um problema de usar no meio do campeonato?
A CBF já tinha previsto em seu
regulamento de competições de 2017 que poderia implantar o sistema de árbitro
de vídeo durante qualquer das suas competições, independente da fase.
Está no artigo 77.
Ou seja, tem respaldo jurídico.
O regulamento, inclusive, prevê
que não é necessário fazer em todas as partidas, podendo a confederação
utilizar só em algumas.
A própria comissão de arbitragem
admite que pode ter o árbitro de vídeo em alguns jogos e outros, não,
dependendo da infraestrutura.
A Conmebol também decidiu pelo
uso do árbitro de vídeo no meio da Libertadores, a partir das semifinais.
O sistema de árbitro de vídeo já tem regras definitivas?
A International Board ainda não
decidiu as regras definitivas do árbitro de vídeo que está em aprimoramento.
Há um protocolo provisório feito
pela Fifa que tem de ser usado em todos os países.
A expectativa é de que o padrão
ganhe contornos definitivos no final do ano, ou início de 2018, para chegar à
Copa da Rússia consolidado.
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