Imagem: Autor Desconhecido
Time feminino do Valencia joga em liga masculina e arrasa: 11 vitórias
em 11 jogos
Por: Bruno Bonsanti
O jovem time feminino do
Valencia, da categoria alevín, na qual atuam atletas sub-11 e sub-12, está
voando no grupo 6 do seu torneio local de futebol de oito: 11 vitórias em 11
jogos, 74 gols marcados e apenas três sofridos.
A última vítima, no domingo, foi
o Benimamet, goleado por 12 a 0.
Só não foi maior do que os 13 a 0
para cima do Historics de Valencia E, na oitava rodada.
Supremacia incontestável, e o
mais bacana é que se trata da única equipe formada exclusivamente por mulheres
em uma liga oficialmente masculina.
“Ano passado, o time ganhava por goleada na liga feminina. Decidimos
que jogasse na masculina”, afirma o coordenador de futebol feminino da base
do Valencia, Sergio Fernández, ao El Mercantil Valenciano de Levante.
“Quando as vir jogando, se dará conta: o futebol feminino está cada vez
mais próximo do masculino”.
Acontece a mesma coisa com outras
duas equipes femininas do clube espanhol.
Precisam atuar contra homens para
se desenvolverem.
“É uma forma de explorar seu rendimento, de retirar todo seu potencial,
já que precisam competir ao máximo para ganhar cada partida. Jogar contra
equipes de garotos nos torna melhores e nos dá mais tensão competitiva”,
acrescenta o treinador do time, Miguel Ángel Ortiz.
Ángel Ortíz e Fernández afirmam
que, embora na idade adulta seja evidente a vantagem física dos homens em
relação às mulheres, em termos gerais, isso não é tão claro na adolescência.
Na realidade, dizem eles, garotas
desenvolvem-se mais precocemente, tanto física quanto mentalmente.
Mais maduras, podem assimilar
melhor os conceitos do futebol.
Para Ángel Ortiz, isso mais
iguala as condições do que oferece uma vantagem verdadeira às garotas, uma vez
que a força não é um fator tão relevante para o futebol de pré-adolescentes.
“Eu não noto muita diferença. É principalmente uma questão de espírito
competitivo. Elas têm mais vontade que o rival. O motivo de sermos líderes é
que elas são mais concentradas em campo, sabem melhor o que precisam fazer e
acreditam em si mesmas. A chave é não dar importância ao fato de serem garotas
jogando contra garotos. Uma vez que começa o jogo, todo mundo que está em campo
esquece isso”, afirma o treinador do time.
Sergio Fernández conta que o
nível do futebol feminino está crescendo porque as garotas começam a jogar
desde muito cedo.
“Temos uma base muito boa no sub-12 porque muitas estão jogando há
bastante tempo. Você quase não encontra mais garotas que gostam de futebol e
nunca jogaram antes dos 12 anos. Agora, se uma garota diz a seus pais que quer
jogar futebol, é como se pedisse para praticar qualquer esporte. Antes não era
assim”, explica.
O jornal relata que a presença de
um time totalmente feminino em uma liga masculina às vezes causa um
estranhamento nos pais que estão assistindo aos jogos nas arquibancadas.
“O que garotas estão fazendo jogando contra garotos?”, questionam.
Mas eventualmente percebem que o
jogo é de igual para igual.
E algumas mães de garotos até
acabam torcendo pelas garotas.
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