Imagem: Paul Ellis/AFP/Getty Images
Loos-em-Gohelle é uma comuna
francesa, localizada no Departamento de Pas-de-Calais, no norte da França...
Quem por lá passar ao largo da pequena
comunidade, de pouco mais de 6 ou 8 mil habitantes, nunca conseguirá imaginar
que ali aconteceu uma das mais sangrentas batalhas da primeira guerra mundial e
que nessa batalha, uma prosaica bola de futebol entrou para a história do exército
da Grã-Bretanha.
Em 1915, segundo ano da guerra,
aconteceu uma das principais ofensivas britânica em grande escala...
Ali, no pequeno povoado, pela
primeira vez o exército do rei George V, utilizou gás venenoso – gás de
mostarda – e, fez o primeiro uso em grande escala pelo exército de grandes
unidades.
Mas em meio a matança que ocorreu
entre 25 de setembro e 14 de outubro de 1915 e que ceifou a vida ou deixou
feridos, 59.247 soldados britânicos e 26.000 alemães, um fato inesperado aconteceu...
Uma bola de futebol reinou.
A guerra de trincheira, na
verdade era uma guerra de desgaste e esgotamento...
Esperar a ordem de atacar ou ser
atacado, numa trincheira lotada de homens, dividindo o pouco espaço com ratos,
insetos, excrementos e corpos em decomposição, não era uma experiência digna de
lembrança.
Viver meses a afio sob a inclemência
do tempo, enfrentando o calor, a umidade, a chuva o frio glacial e a proliferação
de doenças de todos os tipos e na ausência de antibióticos, era lugar comum nos
anos de enfrentamento...
A expectativa do lançamento de gases
venenosos que se espalhavam pelo ar, dos ataques aéreos, das barragens de
artilharia, do avanço da infantaria inimiga ou da ordem de avançar contra as posições
de seus oponentes, certamente destruíam nervos e lavavam qualquer um a caminhar
perigosamente entre a sanidade e a insanidade.
Pois foi nesse ambiente, que
soldados fizeram chegar seis bolas de couro as trincheiras ocupadas pelos
homens do London Irish Rifles, um batalhão de soldados irlandeses formado por
jogadores de futebol que combinaram levá-las intactas ao terreno ocupado pelos
alemães...
Informados, os oficiais
superiores não autorizaram o plano.
Cinco bolas foram encontradas e
destruídas...
Porém, uma foi escondida pelo soldado
Frank Edwards escondeu a última embaixo da farda e a inflou momentos antes do
ataque.
Assim que o apito que sinalizava
o momento de iniciar o ataque soou, Edwards escalou a parede da trincheira e
chutou a bola em direção aos alemães...
Porém, ela ficou presa numa cerca
de arame farpado.
Edwards se aproximou, a recuperou
e a conduziu com os pés em direção ao exército alemão, até ser morto pela
explosão de um projétil de artilharia...
No entanto a bola continuou
quicando e rolando pelo campo de batalha, enquanto homens caiam ao seu redor.
Há registros de soldados que foram
vistos trocando passes até sumirem em meio a fumaça na direção das linhas
inimigas...
Esses homens acreditavam que
jogar bola no meio do caos e da pouca esperança em sobreviver era uma prova de coragem.
Enquanto avançavam gritavam à
pelos pulmões...
Lodon Irish, para a bola.
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