Imagem: Autor Desconhecido
Uma Lenda Não Morre!
Por Junior Lins do Universidade do Esporte
Quando criança, ainda descobrindo
meu amor pelo esporte, assistia a um desenho sobre futebol chamado “Capitão
Tsubasa”.
Era antes do meu treino, momento
ideal para assistir todos os dias e ficar vidrado para repetir na vida real o
que via na TV.
Neste desenho, em um determinado
momento surgia uma “dupla de ouro”.
Essa dupla era uma combinação
perfeita entre dois personagens.
Tabelas, dribles, sintonia no
olhar, parecia algo fora do comum para a realidade, pois é, apenas parecia.
Antes mesmo de sonhar em existir
esse desenho, o mundo viu uma “dupla de ouro” em campo e de carne e osso.
Eu não pude ver, não era nascido,
mas uma pessoa muito especial me contava com os olhos brilhando como toda a
mágica acontecia e eu ficava só imaginando.
Coutinho e Pelé tinham a química
perfeita, o “Gênio da Pequena Área” e o “Rei” se conheciam no olhar e juntos de
uma legião de craques, encantaram o mundo.
Quando criança a internet não era
tão popular, só me restava sonhar com o que ouvia.
Era espetacular ouvir meu Tio
falar e eu me perguntar:
“Como pode eles fazerem igual eu vejo no desenho?”.
Era surreal, eu só acreditava
quando via a TV mostrar.
Mais velho, fui procurar mais, e
pude ver o quão real era aquilo e que além do Rei, a Vila também viu outros
gênios, e um desses gênios usava a camisa 9.
Antônio Wilson Honório, o
Coutinho, aos 14 anos já jogava com gigantes.
Indo algumas vezes treinar
escondido do seu pai, persistiu em seu objetivo de ser jogador e conseguiu que
tudo acontecesse rapidamente, não atoa é um dos jogadores mais jovens do mundo
a estrear por uma equipe profissional.
Juventude nunca foi problema para
o time da Vila Belmiro.
Logo, ele formou uma das duplas
mais marcantes do futebol, fez parte do ataque daquele time que parou uma
guerra e encantou o mundo fazendo gols e tabelas incríveis com Pelé.
Sempre com sinceridade em suas
entrevistas, Coutinho uma vez disse que era um “morto, mas que acordava na hora certa”.
O grande problema é que talvez
hoje não tenhamos nem quem acorde.
E se temos, quando está acordado,
finge-se de morto na hora certa.
Ontem, enquanto estava no
programa que faço parte, meu celular vibrou e era a notícia que mais uma
estrela daquela constelação que foi o Santos havia falecido.
É o destino natural da vida, mas
nunca esperamos que esta parte do destino chegue.
Clubes se lamentam, jogadores se
lamentam, o futebol se lamenta, Coutinho soube gravar seu nome na história.
Um dia, contarei para meus filhos
e meus netos a história que meu Tio me contou, e meus filhos e netos irão passando
para seus filhos e netos, e assim uma lenda seguirá viva, a lenda do camisa 9
que era a “dupla de ouro” do Rei.
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