Imagem: FIFA Press
Patrice Evra, de 38 anos deu um
ponto final à sua carreira e um dia depois deixou um depoimento na página “The
Players Tribune", destinada a atletas, falando de sua carreira e de sua
infância difícil...
"Cresci em Le Ulis, nos
subúrbios de Paris. Vivia com os meus pais e alguns dos meus irmãos e irmãs.
Eram 24 ao todo. Éramos uma dúzia na mesma casa. O meu pai era grande parte do
nosso sustento com o seu trabalho como embaixador. Foi isso que tirou a nossa família
no Senegal, onde nasci, e nos levou para Bruxelas e depois para Les Ulis. Mas
quando eu tinha 10 anos, ele divorciou-se da minha mãe, levou o sofá, a
televisão e até as cadeiras", recordou Evra em um texto "Let me
tell you why I love this game" (Deixa-me dizer-te porque amo este jogo)...
"Dividia o colchão com
dois dos meus irmãos (...) Quando a comida estava pronta, tinhas de correr
(...) Quando se cresce numa zona de tiroteios e homicídios, não interessa quem
és, o que fazes para sobreviver. Portanto, lutei muito. Roubei comida, roupa,
videojogos. Pedi dinheiro nas portas das lojas. Dizia: 'Podia dar-me alguns
francos?'. As pessoas respondiam: 'Vai-te embora! Pensas que o dinheiro cai do
céu?'. Foi esta a minha infância", contou.
Evra lembrou ainda o início de
carreira, quando teve a oportunidade de fazer testes no Torino, deu os
primeiros passos nos clubes italianos, Marsala e Monza e no Nice da França,
ainda como atacante, antes de se tornar lateral esquerdo...
Ao mudar-se para o Mónaco, Evra
recebeu o seu primeiro grande salário.
"Comprei uma casa para minha
mãe".
As temporadas no Manchester
United, na Juventus e a ausência do Mundial de 2006 também são lembradas pelo
francês que garante:
"Se pudesse contar um
segredo da minha vida, seria que toda as pessoas podem ser felizes, todas podem
amar este jogo. Sem essa mentalidade, meu amigo, não estaria aqui sentado como
um recém-retirado lateral esquerdo que jogou pela França, Juventus e Manchester
United."
Nenhum comentário:
Postar um comentário