Imagem: Autor Desconhecido
Técnica sueca dá mais força ao
futebol feminino no país
Pia Sundhage representa
primeiro plano concreto da CBF para modalidade
Por Erich Beting para o
Máquina do Esporte
A contratação da sueca Pia
Sundhage para comandar a seleção brasileira de futebol feminino pelos próximos
dois anos reforçou o novo status que a modalidade atingiu após a Copa do Mundo
disputada na França.
A notícia da contratação de Pia,
de 59 anos e com um dos currículos mais vitoriosos do futebol feminino na
história, fez a seleção feminina voltar a ocupar os principais destaques do
noticiário da grande mídia, sendo inclusive relatada dentro do Jornal Nacional,
programa noticioso de maior audiência do país.
Mas, para além da questão
midiática que representou a contratação da sueca, que foi às três últimas
finais de Jogos Olímpicos, tendo conquistado duas medalhas de ouro, está a
formulação do primeiro plano concreto da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF) para o futebol feminino dentro do país.
"A escolha da Pia reflete
a nova dimensão que vamos imprimir ao futebol feminino no Brasil. A partir da
sua chegada, desenvolveremos um planejamento totalmente integrado entre a
seleção principal e a base, equilibrando objetivos de curto prazo, como Tóquio
2020, com a renovação contínua dos nossos talentos. Pia reúne a experiência e o
talento perfeitos para isso", declarou o presidente da CBF, Rogério
Caboclo, em entrevista ao site da entidade para comunicar o acordo.
A chegada de Pia tenta suprir uma
defasagem do futebol brasileiro em relação aos principais mercados do mundo.
Segundo relatório divulgado
pela Fifa após o Mundial, o Brasil tem hoje apenas 15 mil atletas praticando
futebol de forma oficial no território nacional.
Desse total, cerca de 3 mil
têm acima de 18 anos e são registradas na CBF.
O número de atletas da base
revela ainda mais a carência de desenvolvimento do esporte.
São apenas 475 jogadoras
registradas. Na área técnica, o abismo é ainda maior.
Dos 1.368 treinadores de
futebol atuando com registro da CBF, somente 15 são mulheres, ou apenas 1% do
total de treinadores.
Pia chega referendada pelos
resultados à frente das seleções da Suécia e dos Estados Unidos.
Ela deixará o trabalho que fazia
nas categorias de base do seu país de origem para o desafio de profissionalizar
a prática do futebol feminino no Brasil.
"Olá, Brasil. Só queria
dizer a vocês que estou muito empolgada em treinar o país do futebol",
disse a treinadora, em vídeo que foi publicado pela CBF.
A julgar pela repercussão que o
anúncio da contratação causou, Pia poderá ser o elemento que faltava para
elevar de vez o status do futebol feminino no país.
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