Imagem: Mike Powell/Allsport
O dia em que o Brasil adiou a
independência dos EUA
Pedro Henrique Brandão Lopes
Na Copa do Mundo de 1994, há
exatos 25 anos, a Seleção dos Estados Unidos enfrentou o Brasil pelas oitavas
de final no dia 4 de julho, o feriado da independência americana, e apesar de
terem feito jogo duro, perderam e abriram o caminho do Tetra do Brasil.
“Quando o juiz apitou, tive a
certeza de que o Brasil seria campeão do mundo”.
É assim que Bebeto se recorda do
final da partida entre Estados Unidos e Brasil na Copa do Mundo de 1994. No
Stanford Stadium, na tarde de 4 de julho, feriado da independência americana, a
seleção americana entrou em campo para enfrentar o Brasil, tricampeão do mundo
e dono da escola mais técnica do planeta.
No escaldante verão californiano,
ao pino do meio-dia e diante de 84.147 pessoas que foram torcer não apenas por
um time, mas para declarar todo seu nacionalismo no feriado da independência, o
Brasil encontrou uma Seleção dos Estados Unidos que foi montada pela federação
americana que contratou todos os jogadores 1 ano antes da Copa do Mundo.
Uma equipe, portanto, muito
entrosada apesar do futebol nos Estados Unidos ainda engatinhar. A atmosfera
criada pela data, a retranca americana e principalmente, o calor, equiparou os
times em campo.
A (injustamente) contestada
seleção dirigida por Carlos Alberto Parreira, sofreu muito para passar pela
retranca armada pelos americanos, que tinham apenas o objetivo de segurar o
empate e tentar a proeza de eliminar os tricampeões do mundo nas penalidades.
O que já estava muito difícil
ficou ainda pior quando o meia Leonardo, perdeu a cabeça e deu uma violenta
cotovelada em Tab Ramos.
O jogador americano saiu do
gramado direto para o hospital. Imediatamente o árbitro inglês Philip Don,
expulsou Leonardo e o Brasil ficou com um homem a menos aos 43 minutos da etapa
inicial.
Por conta do diagnóstico de
Ramos, que teve a sequência da carreira ameaçada pelas fraturas no crânio,
Leonardo foi excluído da Copa do Mundo.
Com um jogador a menos os Estados
Unidos se soltaram na partida e o gol dos americanos quase aconteceu, na
verdade faltou a tal malandragem aos americanos que não souberam cadenciar o
jogo.
Infinitas vezes menos técnicos,
os americanos se apoiavam no entrosamento e na obediência tática.
Porém, aos 28 minutos, Romário
encontrou uma brecha na estratégia dos donos da casa e passou milimetricamente
para Bebeto, o camisa 7 arrumou o corpo e bateu no único lugar possível para
aquela bola vencer o goleiro americano, para marcar o 1 a 0.
Na comemoração, Bebeto fala o “eu
te amo” mais famoso da história do futebol mundial para agradecer o passe de
Romário.
Depois da euforia pelo gol, os
brasileiros precisaram segurar a pressão americana por mais 20 minutos para
alcançar a vaga e seguir em busca no Tetra que viria 13 dias depois na decisão
contra a Itália.
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